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segunda-feira, agosto 14, 2006


Retirantes, Cândido Portinari
Pedreira
Bater marreta a cada dia não é nada, só trabalho, suor, cansaço, obrigação. Pegar no pesado, agonia de quem aprende no malho por não ter educação.
Saio de casa bem cedo para buscar meu pão na pedra que quebro sem raiva ou dor. Seu doutor, meu grande medo é meu filho que não medra por se alimentar só de amor.
Pequenino já me ajuda na labuta da pedreira, já que aqui não tem escola. De roupa só tem uma muda, no pé pereba e frieira. Trabalha, não pede esmola.
Essa vida, meu senhor, é tão ruim que dói só de pensar em viver. O olho já perdeu a cor e meu peito se corrói na vontade de morrer.

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