Max Ernst, Surrealism and Paint
Adevanair não gostava do seu nome e jamais perdoara seu pai pelo batismo. Já não bastasse em nome que gerava dúvidas sobre seu gênero, ainda era acrescentado de um Júnior. Adevanair, pai, não satisfeito de ter um nome tão feio, ainda o repetira no filho mais velho. Por conta de seu ego, o rebento teria que levar esse quase apelido por toda a vida.
Ainda garoto achava que fora fruto de uma gravidez indesejada e o nome seria uma vingança. Na adolescência concluíra que não, não seria uma vingança, seu pai apenas acreditava ao pé da letra na velha história de perpetuação da espécie ou na sua própria perpetuação. Papo de pai biólogo. Tirando a Ásia e o Oriente Médio, onde há guerra todo dia e qualquer quedinha de bicicleta mata vinte de vez, em qualquer outro lugar do planeta a espécie já tinha exemplares garantidos por muitos séculos. Homens e mulheres gostam de ter filhos apenas para poderem gabar-se para os amigos, parentes e vizinhos de fizeram um bolinho de carne lindo e inteligente, como eles mesmo dizem, perfeito. Como se algum ser humano pudesse ser perfeito.
Pedia, implorava. Chorava, esperneava, chantageava o velho Adevanair para que ele mudasse seu nome no cartório, mas o pai se negava a fazê-lo. Dizia-se ofendido, como poderia o próprio filho renegar o nome do pai que o amava, alimentava, educava... Rebuliços no ego ofendido.
Ao fazer dezoito anos arrumou um emprego, mudou-se da casa dos pais, emancipou-se e entrou com processo na justiça solicitando a mudança de nome. Passaram-se intermináveis cinco anos entre argumentações, audiências, recursos, gavetas e prateleiras até que o juiz o autorizasse a adotar uma nova identidade.
Hoje anda faceiro e orgulhoso, queixo erguido, auto-estima em alta e satisfeito com a nova identidade: Adenair. Achara um nome lindo para dar ao filho que nasceria em breve, mas não colocaria Júnior, e, sim, Filho.
Adevanair não gostava do seu nome e jamais perdoara seu pai pelo batismo. Já não bastasse em nome que gerava dúvidas sobre seu gênero, ainda era acrescentado de um Júnior. Adevanair, pai, não satisfeito de ter um nome tão feio, ainda o repetira no filho mais velho. Por conta de seu ego, o rebento teria que levar esse quase apelido por toda a vida.
Ainda garoto achava que fora fruto de uma gravidez indesejada e o nome seria uma vingança. Na adolescência concluíra que não, não seria uma vingança, seu pai apenas acreditava ao pé da letra na velha história de perpetuação da espécie ou na sua própria perpetuação. Papo de pai biólogo. Tirando a Ásia e o Oriente Médio, onde há guerra todo dia e qualquer quedinha de bicicleta mata vinte de vez, em qualquer outro lugar do planeta a espécie já tinha exemplares garantidos por muitos séculos. Homens e mulheres gostam de ter filhos apenas para poderem gabar-se para os amigos, parentes e vizinhos de fizeram um bolinho de carne lindo e inteligente, como eles mesmo dizem, perfeito. Como se algum ser humano pudesse ser perfeito.
Pedia, implorava. Chorava, esperneava, chantageava o velho Adevanair para que ele mudasse seu nome no cartório, mas o pai se negava a fazê-lo. Dizia-se ofendido, como poderia o próprio filho renegar o nome do pai que o amava, alimentava, educava... Rebuliços no ego ofendido.
Ao fazer dezoito anos arrumou um emprego, mudou-se da casa dos pais, emancipou-se e entrou com processo na justiça solicitando a mudança de nome. Passaram-se intermináveis cinco anos entre argumentações, audiências, recursos, gavetas e prateleiras até que o juiz o autorizasse a adotar uma nova identidade.
Hoje anda faceiro e orgulhoso, queixo erguido, auto-estima em alta e satisfeito com a nova identidade: Adenair. Achara um nome lindo para dar ao filho que nasceria em breve, mas não colocaria Júnior, e, sim, Filho.
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Neste Natal dê livros. Que tal o meu? Hehe (pontes.mr@gmail.com)
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