Pesquisar neste blog e nos da lista

terça-feira, dezembro 25, 2007

Popularíssimo




Caro Marco, num dos muitos paraísos que existem em nosso litoral, devorei tim-tim por tim-tim a história do Popularíssimo.

Parabéns pela pesquisa, pela dedicação àquele projeto e pela paciência que teve que ter para trazê-lo à luz.

Teu livro deveria estar em todas as bibliotecas, escolas de artes dramáticas, nas mãos dos pesquisadores e estudante por conta do documento de pesquisa e de deleite em que se transformou.

Fui ator por oito anos, por isso muitos daqueles jargões também usei e muitas daquelas superstições eu segui, embora não soubesse de todas as origens; muitos daqueles nomes eu já conhecia, outros, como o do próprio Brandão, jamais havia ouvido. Motivo a mais para agradecer-lhe.

É um livro perfeito? Lógico que não, mas é de uma grandeza de intenção e de realização louvável.

A capa do Benício (quantos cartazes de cinema e capas de livros dele já admirei! Esse é mais um motivo de aplausos. Foi ótimo saber que ele está vivo e ativo) é por si só uma obra louvável. O acervo de fotografias é outra coisa agradabilíssima de ver. Isso apenas para me prender nos aspectos visuais da obra.

Me permita criticar, porém a falta de revisão. Essa falha permitiu, por exemplo, que nas páginas 282 e 283 você usasse a mesma citação de Marques Pinto; o a craseado antes de palavras masculinas; e o uso, 11 vezes, da palavra “extremamente, duas delas no mesmo trecho em que abria parênteses no texto para nos falar de um dos personagens. Esses pequenos deslizes não diminuem em nada sua obra, apenas tiram dela o adjetivo da perfeição. Não comprometem a leitura ou sua compreensão, talvez sejam apenas a ranzinzice de um leitor metido a perfeccionista como eu.

Há quem torça o nariz para trocadilhos, eu já acho os bem feitos uma características de mentes brilhantes e você os domina como poucos. Seus trocadilhos não são gratuitos e tornam ainda mais leve a leitura. Ponto pra você.

A linguagem fácil e acessível, por vezes utilizando-se da língua quase como era escrita na época dos fatos faz-nos viajar.

O capítulo em que narra a morte de Brandão é de uma sensibilidade e beleza poética que me trouxe lágrimas. Aliás, por vários momentos me vi torcendo por esse ou aquele personagem, como se fosse possível mudar suas histórias.

Espero que leve à frente o projeto de continuar contando histórias de outros vultos do Teatro (em maiúscula como você gosta), mesmo que isso lhe doa e cause contragostos. Para nós, leitores, será a garantia de mais cultura e prazer da boa leitura.

Parabéns, mais uma vez, e sucesso nas vendas e no reconhecimento de tão bom trabalho.

Blogged with Flock

Nenhum comentário: