Michelângelo, Capela Sistina
A internet é como livros, qualquer pessoa da classe média tem acesso e neles se encontra de tudo. Como existem livros dos mais variados temas, também os sites. Se existem livros bonitos na capa, mas com conteúdo deplorável, o mesmo acontece com os sites. O inverso também é verdadeiro, aparência desagradável e conteúdo excelente. Além daqueles bons por fora e por dentro. Algumas poucas coisas diferenciam esses dois veículos.
Para quem está familiarizado com os livros, a princípio é cansativo ler um texto longo na telinha; o computador não nos dá o mesmo prazer do tato que o livro dá; a boa sensação do cheiro de um livro novo ou de um livro velho não podem ser encontrados na internet; ler um livro enquanto rola-se na cama antes de dormir não pode ser repetido nem mesmo com um lap-top; e quando chega o sono, com o livro basta virar-se de lado, depositá-lo sobre o criado mudo e apagar o abajur (abat-jour, sempre quis escrever isso), já com o lap-top tem-se toda a trabalheira de desligá-lo, esperar o sistema operacional ser fechado, tomar cuidado para não deixá-lo perto de onde o cotovelo pode chegar durante o sono e apagar o abajur. Isso termina tirando alguns segundinhos gostosos de sono; sem falar que podemos dormir durante a leitura, nesse caso o livro pode cair para qualquer lado ou mesmo sobre o rosto que não tem problema, enquanto que levar uma computadorzada no nariz pode não ser muito agradável.
O conteúdo, ah, esse pode ser o mesmo, não vejo porque não. Será que essa pergunta foi feita pelos monges que eram as máquinas copiadoras da Idade Média? "Poesia e a prensa de Gutemberg combinam?". Há mais adolescentes lendo sites hoje do que lendo livros, portanto a poesia pode atingir muito mais jovens por via cibernética do que por via "celulótica", sacou?
A poesia, no decorrer da história, mudou de temática, de forma, de linguagem e também de meios. Até poesias engarrafadas já inventaram, poesias em paralelepípedos, em folhetos grudados em postes, poesia de cordel... São tantos os meios de divulgação dessa literatura, que não vejo porque imaginar que ela possa não combinar com a informática.
Eu já tive meu blog de poesias, que hoje hiberna porque perdi acesso a ele, e participo de um blog coletivo com o David, o Rayol, a Saramar e a Anne, lá eu sou o patinho feio. Além de visitar dezenas de outros, esporadicamente, nos quais pouco comento porque acho difícil comentar poesias. Quando ela é ruim, dá vontade de falar, mas pra quê ferir a suscetibilidade do poeta se ele não me pediu opinião e nem eu sou crítico literário? Mas quando ela é boa, lê-la basta.
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Minha insignificante contribuição ao post coletivo proposto pelo Rayol.
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