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segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Kasio, Correio Brasiliense, DF


  • A cada mês, há anos, o Brasil vem batendo recordes de superavit na balança comercial, mas esse ano a coisa começou a dar revertério. Com o dólar baixo, em janeiro as importações foram maiores. Os produtores chiam, com razão, por conta da sua diminuição nos lucros, mas como nada é completamente bom ou ruim, os preços no mercado interno mantém-se estabilizados, salvo aqueles de produtos que tiveram a produção afetada pelas chuvas no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Ruim para uns, bom para outros. O governo federal também não se assombra, afinal de contas as contas externas também ficam mais baratas assim. O risco Brasil nunca esteve tão baixo.
    O que não pára de aumentar, porém, são as despesas públicas. Aí, sim, está um sério perigo para a estabilidade econômica. E ainda tem o rombo da Previdência. Com tantas bolsas-esmolas, de onde sai o dinheiro para mantê-las? Do nosso bolso, caro cidadão palhaço pagador de impostos.

  • Na típica política populista que assola esse país há 507 anos, o governo do Rio de Janeiro resolveu batizar uma praça com o nome do garoto assassinado por bandidos na semana passada, João Hélio. Tá, pode até ser uma medida simpática homenagear mais esse pequeno mártir da violência urbana, mas é muito pouco, ou quase nada, diante do muito que os governos têm que fazer para minimizar esse câncer social.
    Enquanto fazem discursos e se mostram indignados, os políticos nada fazem de eficaz. Cada cidadão brasileiro sabe que as leis são benevolentes com os marginais: o excesso de recursos para que um bandido seja deveras condenado; os benefícios que ele tem depois de e se condenado, podendo cumprir apenas um terço da pena e ficando livre para cometer outras atrocidades; os tais indultos de Natal, Dia dos Pais, Dia das Mães, quando muitos são liberados para passarem uns dias em casa e boa parte não volta ou volta depois de cometer algum crime; penas máximas de trinta anos, isso se o camarada for maior de idade e desses trinta anos, poucos cumprem a totalidade.
    Não me causa nenhuma boa impressão ver governador ou parlamentar aparecer diante das câmaras com ar contrito lamentando mais um absurdo cometido pela bandidagem. Me deixaria eufórico se eles viessem anunciar uma reforma profunda no Código Penal.
    Os governadores do Rio, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo se reúnem para discutir a diminuição da idade penal. Igreja, defensores dos Direitos Humanos, OAB, CNBB e mais um caralhau de entidades, certeza absoluta, manifestar-se-ão contra essa medida. Pouco importa se menores praticam assaltos, roubos e assassinatos repetidamente em todo o país; pouco importa se esses menores estarão livres aos dezoito anos para repetirem a dose, só que com muito mais agressividade, depois de terem umas aulinhas com os mestres internos nas Febem da vida; pouco importa se suas vítimas foram crianças de seis anos, um pai que alimenta seis bocas ou uma velhinha aposentada. Os dezesseis anos do homicida, ainda vivo, são muito mais importantes do que as vidas ceifadas.

  • O PSDB, naquelas suas elucubrações, levantou a lebre que Lula estaria maquinando um plano para um terceiro mandato, à moda chavista. Os analistas políticos viram isso apenas como um daqueles boatos, que em Brasília chama-se "balão de ensaio" e que Jaguar chama de "lamber selo", se colar, colou. Hoje os jornais já expoem a coisa como um plano real do presidente. Quê que é isso, minha gente? Das duas uma (e aí só o tempo dirá): ou a imprensa tomou como verdade uma "viagem" tucana, ou algum jornalista próximo da grande esfera está sabendo algo que nós, pobers mortais, não sabemos. Mas que dá um friozinho na espinha, lá isso dá.

  • Tem conto meu na revista Extremo 21. O dessa semana já foi enviado e deverá estar no ar daqui a algumas horas.

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