Esse tal de amor é muito esquisito mesmo. Além de ser o único ente que tem autogênese, autocontrole - embora haja quem afirme controlar o amor, maneira de não dar o braço a torcer - e autodestruição, o amor é caprichoso. Faz de quem ama gato e sapato.
Se a violência cotidiana é atribuída à luta de classes, sendo vilanizada as classes menos favorecidas por conta dos assaltos, assassinatos, seqüestros, as classes dominantes não ficam nada atrás, ou será que as guerras, em sua maioria, são provocadas pelos pobres? Os crimes passionais não escolhem classe, cor, credo ou qualquer um dos atributos que nós, os cultos civilizados, insistimos em nos impor. Eles ganham mais notoriedade quando praticados por ricos e famosos.
O triângulo amoroso da Nasa que tomou conta dos jornais essa semana é o mais novo exemplo.
Pessoas cultas, inteligentes, com um nível de escolaridade muito acima da média, inclusive de seu próprio país, confortavelmente instalados nos degraus altos da pirâmide econômica, tidos como potenciais heróis nacionais, envolvem-se num escândalo envolvendo sexo e amor. Uma astronauta, que inclusive já esteve no espaço, seqüestra uma engenheira aeronáutica e, segundo a polícia, pretendia assassiná-la, por conta do amor que ambas dividiam por um outro astronauta. O bonitão, solteiro, porém pai de três crianças; a astronauta casada; a engenheira também casada. Se Sidney Sheldon não tivesse morrido, invejaria essa trama que nem ele conseguiria escrever.
A carreira e a moral vão para a lama. As benesses do poder se esvaem. Anos da melhor educação ficam escanteados. O estigma de heróis se esvai. Tudo em troca do prazer carnal.
Se o amor é a solução para tudo, por outro lado ele pode ser a completa derrocada social.
Esse sujeito é muito poderoso, tenho medo dele.
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