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domingo, março 30, 2008

AUTO_sinfronio

  • A Meiroca propõe uma blogagem coletiva, no dia 18 de abril, sobre o fim do analfabetismo no Brasil.

 

  • No supermercado, fui comprar saco de lixo. Pela primeira vez encontrei por aqui os sacos de plástico bio-degradável. "Legal, vou comprar esse", todo cheio de boas intenções. Uma embalagem com 20 sacos custa R$ 15,00. Pô, eu até quero ajudar a salvar o planeta, mas, por esse preço, prefiro comprar um mundo novo.

 

  • Engraçado o bicho-mulher-fêmea-do-sexo-feminino. Nós cortamos os cabelos todos os meses e elas não falam nada, mas se não elogiarmos quando elas apenas aparam as pontas dos seus, ficam furiosas.

 

  • Por falar em salvar o planeta, Lord Krebs, uma das maiores autoridades britânicas em alimentação, ex-diretor da Food Standers Agency, declarou que os alimentos orgânicos não trazem benefícios para a saúde. Por essas e outras que tô pouco me lixando para pesquisas do gênero. Continuo comendo o que bem entender, quando bem entender, quanto quiser e puder. Não estou nem um pouco preocupado em morrer cheio de saúde.

 

  • A Jet Blue começará a atuar no mercado brasileiro no início de 2009, o que pode ser muito bom. É inadmissível um país do tamanho do Brasil contar com apenas duas companhias aéreas. O proprietário da Blue Jet, David Neeleman, é brasileiro de nascimento, embora estadunidense. Na hora de comprar os aviões para a companhia, optou por jatos da Embraer. Mais uma vez me pergunto, se os nossos aviões são bons para os gringos, por que a presidência da república preferiu comprar um avião estrangeiro?

 

  • Acho que Lula lançará uma Medida Provisória proibindo os brasileiros de adoecer. Amanhã os medicamentos sofrerão aumento.

 

  • Por que será que o papa resolveu declarar que o mundo hoje tem mais mulçumanos que católicos? Alguma coisa aquele velho tá querendo...

sábado, março 29, 2008

AUTO_novaes

  • Não é interessante, cada vez que se fala em Petrobrás, a empresa anunciar a descoberta de um novo poço de petróleo? El paificador, El Loco, esteve por aqui anunciando que vai fazer uma refinaria junto com Lula e a empresa anuncia um novo poço na plataforma de Santos. Todo mundo sabe que de novo esses poços anunciados não tem nada, tudo não passa de manipulação de números para dar uma injetada econômica junto às bolsas de valores. Megalômanos como poucos, El Loco e El Borracho devem estar com planos de criar uma OPEP sul-americana. Aliás, o venezuelano já propôs uma OTAN (sic) por aqui. Fico imaginando um exército formado por mal nutridos, todos de estilingue nas mãos.

 

  • Dilma foi rebaixada de mãe do PAC par madrastado dossiê.Esse episódio do dossiê contra FHC mosta, mais uma vez, de que tipo de gente é feito o atual governo. Uma ex-guerrilheira, que se dizia combatente da ditadura e seus métodos espúrios, usa dos mesmos métodos espúrios em sua sede de poder. Aí vem a público algum engraçadinho sem graça dizer que a ministra não tem qualquer responsabilidade sobre o caso. Como bem disse aquele senador beiçola, ela poderia até não ter culpa, mas tem total responsabilidade, é ela quem tem que responder pelos atos de seus subordinados no exercício de suas funções oficiais ou oficiosas dentro do ministério. Alheio a tudo isso, o cidadão comum e desinformado ajuda a blindar o chefe da gang e lhe dá 75% de popularidade. Isso não quer dizer nada em se tratando de competência. Amado Batista vende disco à beça, mas não quer dizer que seja um ompositor de qualidade; Paulo Coelho vende livro como se fosse banana, mas não significa que seja um escritor de qualidade; o Flamengo tem uma torcida monstruosa, mas isso não significa que seja um exemplo de competência administrativa. Assim é Lula, seus apaniguados batem no peito, levantam bandeirinhas e esculacham aqueles que não aceitam o governo corrupto e incompetente que temos, mostrando os números do IBOPE, mas isso não significa que ele seja inocente nas cagadas mil ou competente na administração. Essa mania de nós brasileiros de torcermos contra ou favor de qualquer coisa como se estivéssemos na arquibancada de um estádio, não ajuda em nada a crescermos como país. Perde-se a objetividade e o senso crítico.

quinta-feira, março 27, 2008

amorim

AUTO_lute

  • "Vamos fazer o sucessor!", Lula é enfático. "Para o bem ou para o mal, eu sou a mãe do PAC", orgulha-se Dilma. Juntando os dois...

 

  • O arqueólogo Francesco D'Erico, da Universidade de Bordeaux, chegou à brilhante conclusão que os homens da caver s comunicavam. Isso vai mudar minha vida, ainda mais que eu sempre pessei que eles viviam em grupos apenas por coincidência.

 

  • McCain, o republicano candidato, propôs a inclusão do Brasil e da Índia no G8 e a saída da Rússia. O cara é um "herói de guerra", consevador até a medula, republicano, logicamente, odeia a Rússia (que também nunca foi lá grande coisa além do tamanho enorme e de um arsenal que não respeita os acordos internacionais) e já está querendo piorar um clima que já não anda bom entre o seu país e a Rússia. Em contrapartida, diz que retirará as tropas do Iraque. O que os caras não fazem para ganhar uma eleição?

 

  • O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que a inflação teve um momento de pico esperado (com tansos impostos, alguns majorados, tudo de uma porrada só, lógico que aumentaria a inflação. Até eu sabeia disso, até falei isso há algumas semanas), mas que agora voltará a cair. Esperamos que sim. O medo que rola é a crise estadunidense que tem tomado apenas analgésicos, ainda não foi ministrada qualquer dose de antibiótico para saná-la.

 

  • Francisco Dornelles, ex-ministro da área econômica, macaco velho nesse metier, não fez quando tinha esse poder, mas agora vem com propostas para a reforma tributária que, se aprovadas, elevarão a receita da União à estratosfera. O cara proões, por exemplo, um cadastro único de contribuintes (o que significa que qualquer um de nós estará na mira da União, Estados e municípios, evitando a sonegação em grande escala), além do cadastro de automóveis e bens (se no Brasil é mais difícil fechar uma empresa do que abri-la, o mesmo acontecerá com os contratos de gaveta nas transações de carros e imóveis. Quando seu carrinho ficar velhinho e imprestável, vai ser um deus-nos-acuda provar ao Detran que ele não existe mais; emissão eletrônica de notas fiscais com procedimento padrão em todo o país. A primeira coisa de que me lembrei foi daquele pessoal que viaja recebendo diária das empresas, chega no restaurante e pede uma nota fiscal supervalorizada para cobrar ressarcimento do patrão. Os donos dos restaurantes e de postos de gasolina, aceitam porque, na maioria das vezes, passam nostais fajutas. Com a cobrança eletrônica, além de aumentar o pagamento de impostos, diminuirá o dano às empresas que pagam; e um sistema integrado de informações fiscais, entre governo federal, estaduais e municipais. Todo mundo vai encher as burras, menos nós, palhaços pagadores.

 

  • Ex-presidente manda em alguma coisa? Pelo menos não deveria. Os jornais noticiaram a liberação dos gastos em cartões corporativos por FHC. Ele não tem que liberar nada! Os parlamentares, venais e fisiológicos, é deveriam ter peito, moral e honestidade para pedirem a quebra de todos os sigilos. E mais: esses gastos deveriam ser escancarados na internet 24 horas por dia. Que porra é essa? O dinheiro é nosso, mas temos que pedir por favor para saber como ele está sendo gasto? Isso não é democracia nem aqui, nem em lugar nenhum.

 

  • A televisão brasileira deverá ganhar 18 novas celebridades femininas nos próximos dias: a puta que derrubou o governador novairquino e mais dezessete coleguinhas de trabalho que foram presas na Espanha. Já exportamos bananas, café, cacau, frutas e agora putas. Somos grandes exportadores de gêneros comestíveis.

terça-feira, março 25, 2008

Oito anos

Família 004

 

A mais antiga memória é dele chegando do trabalho em sua bicicleta Caloi azul. Mas não é a mais tocante.

Quando faltava energia - e isso era comum naquele Brasil fronteiriço longínquo, mais longínquo há algumas décadas – ele pegava o violão, sentava-se na calçada e cantava por horas, para a lua, para si próprio e, sem saber, para minha memória eterna.

Não era chegado a afagos e nem conversas demoradas, mas tinha um zelo demonstrado com o olhar. O mesmo olhar que disciplinava. Muito diferente do último olhar que vi.

Era um olhar de adeus, lembrar dói.

Ainda guardo a camisa que meu e jamais vesti. Olhar para ela me ajuda a lembrar dele vestindo-a.

O amor é piegas, eu sei, mas quem ama não se importa.

Muito poderia falar desse amor e dos grandes momentos que tivemos juntos, principalmente nos seus últimos anos.

Não me apresentava aos amigos como filho, mas como “um amigão”. Em troca, conquistava meus amigos que tiveram o prazer de conhecê-lo.

Não dispensava uma cerveja gelada, um prato nordestino, um cigarro e uma roda de dança. Era um pé de valsa.

O orgulho era saber que os amigos, que ele sempre cultivou, defendeu e ajudou o quanto pôde, muitas vezes com o sacrifício do próprio bolso, sempre o tiveram como um homem honesto, íntegro e trabalhador.

Nunca o vi reclamar da vida ou de outra pessoa. Se não lhe agradava, se afastava e pronto.

Gostava de passear e viajar.

Adorava o jornal e a revista, além de muitos livros. Nunca nos deixou faltar comida e livros. Educava com o olhar e com o exemplo.

Uma vez me disse que não criara os filhos, criara galinhas; filhos ele educara. E tinha orgulho dos filhos que tinha.

A vida não é linear, talvez por isso as memórias sejam quebradas. Se ligam por um forte liame: o prazer de ter sido seu filho.

Na madrugada do dia em que ele deixou de sofrer, acordei com a impressão de que ouvia sua voz me dizendo “pára com isso... Não pense bobeira”. Acordei assustado, ele estava há dois mil quilômetros daqui, mas o ouvi. De manhã, recebi o pior dos telefonemas.

Ele me deixou no mesmo lugar em que nasci. A última pessoa de quem ele falou, foi de mim, em delírios. Perguntou à minha irmã se ela conhecia seu amigão da Bahia.

Lá se vão oito anos sem vê-lo, oito anos sem o abraço, oito anos desde aquele olhar triste de “adeus, não nos veremos mais”.

É, Chico, você me faz falta...

segunda-feira, março 24, 2008

Manutenção

ac-eletricidade 

De manhã, no início do expediente, eu passo na sala de expedição e pego minhas as ordens de serviço. Fora as manutenções já previstas, sempre havia uma ou outra ocorrência que furava a fila. Depois de privatizada, a companhia dispensou mais da metade dos técnicos, o que fez diminuir o número de equipes e nós tínhamos que fazer de tudo, da manutenção preventiva às chamadas de emergência e em diversos bairros, não ficávamos mais restritos a uma determinada zona da cidade.

Os novatos pegavam o mais pesado ou aqueles servicinhos chatos, como tirar gato de cima de postes ou atender ao chamado da velhinha que reclamava da escuridão, quando o problema era apenas o disjuntor desligado por algum moleque que passara pela rua.

Naquele dia encontrei três notas. Uma era ali perto, coisinha boba. Algum cidadão alegara que os fios do poste estavam soltando fagulhas. Um pequeno curto circuito que eu resolveria em cinco minutos. O segundo referia-se a um poste que se inclinara com a chuvarada de ontem à noite. Falei com o chefe para que ele mandasse na frente uma equipe de escavação, assim, quando eu chegasse lá, o novo poste já estaria plantado e aí era só transferir os cabos. Não fazia sentido eu ir na frente e ficar parado esperando os caras cavarem o buraco, colocarem o poste novo para, só então, começar a trabalhar. O terceiro vinha do centro da cidade. Um transformador havia explodido. Trabalho pesado, mas sem grandes complicações. O guincho já estava lá. Começaria por aí.

Chamei o Guedo, meu parceiro, pegamos a viatura e fomos pra lá.

Colocamos a escada, o Guedo subiria para fazer a desconexão dos cabos enquanto eu checava a fiação para ver se não estava trançada, se não havia algum fio rompido.

O Guedo desconectou tudo, amarrou o transformador defeituoso no guincho, desparafusou as cintas e deu a ordem para abaixar. O dia estava quente, mas a sombra dos edifícios davam uma amenizada.

Retirado o trafo, Guedo desceu e eu subi. Sempre fazíamos assim, um fazia a primeira parte do trabalho e o outro terminava. Tirávamos no par ou ímpar quem faria o quê. Cinto de segurança preso ao poste, as ferramentas necessárias presas no cinto de utilidades, dei a ordem para levantarem o equipamento novo. Tudo correndo na boa, dentro do gabarito.

Passei a cinta, fixei os parafusos, desamarrei o trafo e dei sinal para descerem o guincho. Tudo certinho como deveria ser. Agora era a parte burocrática: conectar os cabos de alta e os fios de distribuição. Trabalhinho cacete.

Puxando um fio daqui, outro dali, dei de olhos na janela aberta do primeiro andar, logo ali em frente. Sentada com as pernas cruzadas, cabelos pretos impecavelmente presos num rabo de cavalo, provavelmente esperando energia para poder trabalhar, ela olhava eu trabalhar. Por dois ou três segundos fiquei parado olhando aqueles olhos pretos, hipnotizado, só voltei a mim quando Guedo assoviou lá de baixo.

- Bora, caboco! Tomou choque? Anda com isso que ainda tem dois serviços pra fazer!

Despertado pelo companheiro, percebi o quanto deveria estar com cara de bobo, paradão, olhando para ela. Não era pra menos, beleza assim não se vê todos os dias.

Ela parecia se divertir com meu embaraço e me sorriu. Meio sem jeito, sorri de volta, sorriso de meia boca, quase um pedido de desculpas.

Um olho no alicate, outro nela. Um olho na chave de fenda, outro nela. Uma das mãos segurando o cabo e a outra querendo tocar nela. Diminuí o ritmo, não tinha mais nenhuma pressa de acabar aquele trabalho. Lá em baixo meu povo se impacientava.

- Borá, Tarê! Acaba logo com isso!

Dei por encerrado, peguei o rádio e autorizei a central a religar a corrente. Normalmente fazia isso do solo, uma maneira de evitar um acidente, caso algum erro tivesse sido cometido por mim, mas hoje o faria lá de cima. Ficaria mais um tempinho olhando aqueles olhos pretos que me sorriam.

- Pronto, moça, pode ligar o computador. Tenha um bom dia.

- Muito obrigada. Bom dia.

Que voz!

Tomei o cuidado de deixar a ponta de um fio meio solta para que provocasse novo curto circuito e eu pudesse voltar no dia seguinte.

domingo, março 23, 2008

toninho

  • A fim de investigar a pedofilia na internet e sua possível relação com o crime organizado, na terça-feir será instalada uma CPI no Senado. Iso pra mim significa que os pedófilos podem ficar tranqüilos, nada lhes acontecerá, talvez engordem um pouco por conta de mais uma pizza; segundo, os senadores não conseguem destravar sua pauta devido ao enorme número de Medidas Provisórias, ou seja, não realizam sua tarefa básica de legisladores, por que diabos querem dar uma de polícia?; terceiro, o que esses sujeitos tem em mente? Quando eles criam alguma coisa, quase sempre estão pensando em recolher algum dividendo político ou pecuniário, só não consigo ser tão malicioso a ponto de descobrir qual o lucro visado dessa vez.

 

  • A primeira-mulher-dama é uma entidade muito querida em Brasília, a única que tem um palácio em sua honra: Palácio do Jaburu.

 

  • Políticos são uma piada, sem graça, é verdade, mas uma piada. Dick Cheney, o vice (putz! se o titular já é uma titica, imagine o vice), dizendo-se querer promover a paz no Oriente Médio, chegou à brilhante conclusão de que ela, a paz, só será conquistadas com dolorosas concessões de ambos os lados. Moisés já sabia disso, Ricardinho, o fato é que os governos estadunidenses jamais fizeram dolorosa concessão alguma. Desde de 1947 sempre ficou do lado dos israelenses, ajudando a pressionar os palestinos, apenas na última década que ensaiou apoiar algum equilíbrio, mas nunca efetivou um esforço maior para isso.

 

  • Agora eu preocupei de verdade com a Amazônia. Cecílio Rego de Almeida, o dono de metade daquelas terras, morreu, para quem será que ele deixou a herança? De fato, Cecílio não era dono de nadinha, mas com a ajuda de oficiais de justiça, escrivãos, tabeliões, autoridades estaduais e federais, o calhorda, durante a ditadura militar e nos primeiros anos da Nova República, o empresário conseguiu registrar áreas enormes em seu nome. Somente no Amazonas, ele tinha uma fazendo com área maior que a do Acre. O espertinho ainda tentou financiamento público de fomento para a produção, assim como tentou vender algumas de suas fazendas para europeus. Sua enorme sede ao ir ao pote foi que o dedurou, se fosse devagarzinho, talvez tivesse loteado toda a floresta e ninguém perceberia.

 

  • Um pobre sargento desapareceu na Antártica. Lula foi lá, mas voltou. Deus não é tão justo...

 

  • O Brasil não entrou na ALCA, mas criou o Sistema Geral de Preferências, com os Estados Unidos. Por esse sistema, as empresas estadunidenses que importam produtos brasileiros economizaram algo por volta de U$ 100 milhões ao não recolherem impostos. Quer dizer que o Brasil não cobra impostos de importados ianques? Muito interessante essa políticanacional de ajudar os países pobres...

sábado, março 22, 2008

Dia Mundial de Comer Água

cidMortas_cachaca

Ora, cê(r)veja, com esse sol o mar-tine de calor e eu vô-di-cá me refrescar em suas águas.

O paulista acha que é folga, mas campari nossas vidas. Eu desempregado, ele cá (ch)acha a vida boa. Eu resfriado (uísque! Saúde! - à nossa) ele cheio de vida.

Ele foi trabalhar, eu vinho pra praia. Fazer o quê?

Eu me chamo Raimundo, nome de pobre; ele se chama Scotch, escocês legítimo. A vida dele é temperada de prazeres e a minha cheia de batidas pra vencer. Ele toma cafezinho e o carro anda bem; eu chá, pane no motor o tempo todo.

Meu amigo Guaraxa acha graça disso tudo.

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O Rayol propôs a comemoração do dia, mas á agua é outra e a água é dura!

quarta-feira, março 19, 2008

tinteiro

Daqui a 28 dias esse blog estará completando 1000 dias, algo que eu não havia projetado, aliás, sequer pensava nisso. É meu quarto blog. 

O primeiro foi o Voyeur Ousado, no Weblogger, por influência da Flavinha, que já não escreve mais. Perdi o acesso a ele depois que cancelei minha assinatura do Terra. O pobre Voyeur está no limbo dos blogs.

Paralelo a ele eu mantinha o Poetrando. Também ficou no limbo, pelo mesmo motivo.

Migrei, então, para a Zip.Net do UOL. Este foi assassinado pela própria UOL. Lá eu comecei a diversificar e amadurecer como blogueiro, foi quando adotei esse formato de blog. Notas curtas sobre fatos do dia a dia, dando ênfase para aquelas notícias menos divulgadas. Enquanto eu escrevia ali, a UOL adotou aquele sistema de comentários que exigem letras e números ilegíveis para poder postar seu comentário. Todo mundo reclamava da trabalheira que dava, inclusive eu.

Alguém começou uma campanha para que a UOL mudasse o sistema e eu aderi. Depois de algumas postagens reclamando, a UOL simplesmente apagou meu blog. O que mais me chateou foi a perda de contos, cônicas e poemas que eu havia postado e dos quais não havia back-up. Não adiantou reclamar, não me devolveram meus textos. Pensei até em apelar pra a justiça, mas só em pensar em tratar com advogados, preferi me conformar.

O jeito foi migrar para o Blogspot e aqui tenho me mantido bastante satisfeito.

Desse blog nasceram incríveis amizades, surgiu um livro e o segundo está a caminho, o prazer de escrever tornou-se maior e mais constante, passei a escrever, a convite, num site de notícias local no qual mantenho uma coluna em que comento as notícias, já escrevi contos num outro e fiz textos sob encomenda para o blog de outra pessoa. Só não deu dinheiro.

Surgiram também três inimizades. Uma por melindre de uma blogueira que não admitiu ser criticada, outra por dois blogueiros que me envolveram numa fofoca e depois tiraram o corpo fora. No final, eles que perderam porque aquela que seria o objeto das fofocas continua minha amiga e mais amiga do que era antes. Um deles tentou uma reaproximação, mas não lhe dei retorno. Uma terceira blogueira, mulher inteligente, de opiniões fortes, freqüentadora constante, jamais concordava com o que eu escrevia. Quando não havia do que reclamar, achava ruim a linguagem que eu utilizava em meus contos regionais, por exemplo. Eu levava numa boa, não vejo porque me ofender quando uma pessoa critica, é seu direito, e quem escreve, potencialmente para todo o mundo (o Extreme Tracking acusa visitantes de 117 países), tem que estar disposto a receber elogios, críticas e indiferença. Eu a visitava e me tornei fã, embora nossas posições políticas sejam bem diferentes, mas a maneira como ela defende suas idéias, com argumentos, linguagem clara e inteligente, merecia minha atenção e rspeito. Porém, seu último comentário foi tão ridículo, tão agressivo e inútil que me pareceu que estava querendo provocar briga, que nem aqueles babacas que vão a uma festa só pra porrar alguém. Talvez eu estivesse de ovo virado no dia, mas resolvi devolver.

Coincidentemente, no dia ela havia escrito um post totalmente diferente dos que costumava fazer. Ela estava defendendo o uso de uma substância ilegal (não era nenhum psicotrópico, não) e eu apenas comentei "isso não é ilegal? Prefiro quando você escreve sobre política", apenas para ver como ela lidava com a discordância. Só isso. Pouco depois a vi reclamando de mim em outros blogs e me dei por satisfeito. Como diz o povão, todo mau pagador é bom cobrador. Ali ela perdeu meu respeito.

Esse episódio foi compensado pelas outras ótimas amizades que fiz por aqui. Apenas duas tornaram-se reais, por enquanto. Outras já eram reais e se solidificaram. Mas as virtuais são fortes e tenho por elas o mesmo respeito e carinho que tenho pelas de carne e osso. Aliás, meu próximo livro terá a orelha escrita por um blogueiro e a apresentação por outo, nenhum dos dois amigos reais, mas ídolos virtuais.

É por conta desse blog que a Letícia estará em São Paulo, amanhã, me apresentando e representando num encontro de escritores. Não tenho a mínima idéia do que acontecerá por lá, mas sei que melhor representado não poderia ser. Presente ao evento estará o David, autor desse lay-out que muitos já disseram ser a minha cara.

Perigoso começar a falar em nomes. A gente acaba esquecendo alguém. Mas é inevitável falar dos livros de blogueiros que adquiri e que sequer saberia da existência se não fosse por aqui: Albano, Renata e ANA, o Popularíssimo Marco, o Comandante Ordisi, Márcia Clarinha, Valter Ferraz e a Loba, que coordenou uma coletânea de blogueiros, foram os escritores que me forneceram sonhos, lições e sorrisos em forma de páginas de papel.

Enfim, são quase mil dias de lucro, catarse, alegrias, indignações, um apêndice da vida que se tornou quase imprescindível, um vício bom.

Mas, por que essa reflexão a esta altura? Não quero ferir suscetibilidades, mas tem acontecido uma coisinha que está me deixando meio down. Infelizmente não posso dizer agora, magoaria alguém a quem não quero magoar e que não merece ser magoado, não é culpa sua o que estou sentindo, mas essa coisinha tem me feito refletir um bocado sobre o que estou fazendo aqui. Não bateu insegurança, como pode parecer, ou arrependimento, ou frustração, ou insatisfação com o que escrevo (não estou me vangloriando de nada, apenas excluindo sentimentos). É um trocinho que inquieta, me traz de volta um incômodo que imaginei já estivesse morto há muito.

Talvez esteja chegando a hora de dar um tempo no blog, repensar tudo isso e, talvez, encontrar uma nova fórmula de fazer essa catarse quase diária.

Vou pensar no caso.

terça-feira, março 18, 2008

pater

  • Lá vem feriadão! Todo mundo já sabe quais são as manchetes dos jornais e telejornais: acidentes nas estrada e centenas de mortes. Melhor ficar quietinho em casa com bacalhau e chocolate.

 

  • Vai entender Lula... O cara, no mesmo discurso, diz que quer mais é que a mulher pobre lá do Piauí compre televisão, geladeira. roupas, microondas... No mesmo discurso ele diz que o brasileiro deve conter o consumo para evitar a volta da inflação. Ué, é pra comprar ou não é? Ah! acho que entendi. A mulher pobre do Piuaí deve comprar tudo o que quiser, nós classe média, a "elite" é que não devemos comprar nada. Muito bem pensado, presidente. Se bem que, com o que tenho no bolso ultimamente, nem precisava Lula pedir.

 

  • Diz Bush: "O Tesouro (dos EUA) tem grande confiança no mercado". Esse tal de "mercado" deve ser irmão da tal "elite". Ninguém sabe quem é, ninguém confia neles, mas os responsabilizam por tudo. Ele, Bush, quenão se apresse em arrumar a economia dele pra ver o que vai acontecer noresto do mundo. A China está inflando sua bolha, se essa bolha estourar durante essa recessão que se anuncia a partir dos EUA, neguinho vai ter que vender o almoço pra comprar a janta. Até Mantega já admitiu que a coisa é grande. No decorrer da história, terminaremos nós sentando na "coisa".

 

  • Depois do aval de Lula para que uma telefônica compre outra, mesmo contrariando a legislação, mais um passo de volta ao monopólio, dessa vez no Amazonas, está acontecendo. A Agência Nacional de Energia Elétrica, Aneel, deverá dar parecer favorável à incorporação da Companhia Energética do Amazonas pela Manaus Energia. Aos pouquinhos, continuando nessa passada, voltaremos aos anos oitenta.

 

  • Depois da enchurrada de processos contra a Folha de São Paulo, a Igreja Universal do reino de Deus, através do seu mais poderoso braço na mídia, está fazendo barulho contra uma novela da Globo, acusando os Marinho de discriminarem os evangélicos. Não sei quanto a vocês, mas se tem uma coisinha que me causa asco é gente que se faz de coitadinha para conquistar a simpatia dos outros. Nada contra os evangélicos, mas o pessoal da IURD, cá pra nós, tem muita coisa que não pode revelar e seu enriquecimento não posso acreditar que aconteça somente às custas da benemerência alheia.

 

  • Gosto de gente resoluta, que sabe resolver seus problemas sem dramalhões, que não alimentam esses problemas. O tal Ian Usher, um australiano de 44 anos, se tornou meu ídolo. Recém divorciado, pronto para recomeçar a vida sem ficar remoeno o passado e suas dores, colocou tudo o que tem, casa, móveis, discos, roupas..., à venda no eBay. O cara disse que pegará a grana, o passaporte e vai sair por aí renascendo. O cara virou meu ídolo.

domingo, março 16, 2008

Do Boteco e da Privada

piada

  • Defende a maconha porque ela é natural? Fume urtiga que, além de ser natural, não é ilegal.

 

  • Qualquer coisa, é só falar. Mas não me fale qualquer coisa.

 

  • Dizer a uma mulher que ela é excelente é um elogio; dizer a ela que é muito boa, uma cantada grosseira.

 

  • Jesus morreu por nós. Que trabalho inútil!

 

  • A idiotia é uma doença grave, quase incurável. Para amenizar os sintomas, recomenda-se bons livros, boa música e novos amigos. Importante: o paciente não deve fazer parte das novas escolhas sob o risco de agravamento.

 

  • Bobagem pedir conselhos matrimoniais a um padre. O que ele entende do tema?

 

  • Carro dá mais despesas que filho, mas tem a vantagem de poder ser trocado quando dá problema.

 

  • Se te serve de consolo, os imbecis que tu conheces não são imbecis o tempo inteiro, só quando estão acordados.

 

  • Alguns tipos urbanos tenho dificuldade em classificar. Por exemplo, algumas mulheres nunca sei se são crianças maltratadas ou velhas mal vestidas.

 

  • Ecologicamente, não uso papel higiênico há ânus.

 

Sabe aquela sensação do tipo "eu gostaria de ter escrito isso"? Pois foi isso que senti quando li o poema abaixo do meu irmão caçula:

 

Zé do Cachimbo

Zé do cachimbo ficava na roça
na beira da estrada
pitando um pouquinho e vendo o povo passar.


Zé do cachimbo gritava prás moças:
Ô Maria, vamu lá!
Zé do cachimbo que nêgo assanhado,
Olhando pro dia até terminar.


Zé preguiçoso, sorriso oleoso,
Zé da cidade, dos canto de rua,
Zé das pirua, e das nega fuá.


Olha o Zé, que hora ele chega
que ninguém na rua o vê caminhar?


Cadê o Zé, onde ele mora,
como se esconde o Zé do lugar?


Zé do cachimbo de noite se some,
De dia só come o que o povo lhe dá.


Pita cachimbo e rolo de fumo,
Levanta fumaça até se cansar.


Zé do cachimbo dizem as Marias
que tem mais dez filhas do lado de lá.


Toda Maria que não tem família
o povo desconfia que é dessas de cá.


Zé do cachimbo não conta alegria,
não conta tristeza,
Só sabe pitar.


Triste é o dia que o Zé do cachimbo
sumir-se de noite prá não mais voltar.

 

Desculpa, Ronaldo, mas tive que chupinhar.

sábado, março 15, 2008

Manteiga

abandono_blog

Aprendi, há relativamente pouco tempo, que me disfarço sob uma carapaça dura e antipática por auto-preservação. Se descobrirem que sou um sentimentalóide exarcebado não conseguirei mais dizer "não", vou me deixar explorar até a última hemácia. Não são raros os momentos em que me esqueço de mim, por mais egoísta que eu seja - e sou muito - para ajudar outrem. Normalmente me arrependo quando não recebo um "muito obrigado", a maior recompensa para quem ajuda.

São muitas as coisas que me forçam a conter uma lágrima, normalmente coisas bobas - para mim não o são, me tocam fundo. Não são raros os momentos em que me vejo diante de uma reportagem vertendo lágrimas que escondo até de mim mesmo, ou incontido diante de alguém que teve uma grande perda, mesmo que não conheça a pessoa ou seu objeto perdido. Assisto, por exemplo, ao Extreme Makeover só para me emocionar com a alegria daqueles que recebem uma casa em troca de uma tapera carcomida, mesmo sabendo que é um programa caça-níqueis, mas não deixa de ser tocante.

Por outro lado, não me emociona uma criança me pedir esmola. Me dá um misto de raiva dos pais, do estado, da assistência social oficial. Posso até pagar um lanche ou me deslocar até o supermercado mais próximo para dar uma lata de graxa, mas esmola, nunca.

Mas uma das coisas que mais me espeta o peito é ver um homem de meia idade ou mais desolado num canto sem ter como manter a família, fazendo qualquer servicinho em troca de uns trocados que viram farinha ou jabá, o máximo que pode.

Várias vezes andei por interiores pobres como o sertão nordestino ou o Vale do Jequitinhonha e observo mais os homens maduros que as meninas bonitas. Aquele que leva em sua bicicleta surrada um saco de estopa com alguma coisa que pode ser para ele comer ou apenas fazendo um carreto; aquele outro que se abriga sob uma marquise, olhar de rasgar a alma, sol de derreter cabelos, procurando ofício, mesmo que passageiro; um outro que anda, sandálias gastas que só protege a palma do pé, o calcanhar já se arrasta na terra, enxada nas costas e um chapéu de muito tempo, camisa com rasgos; aqueles muitos que se amontoam nas praças oferecendo-se para qualquer ajuda por poucas moedas... Esses homens me machucam.

Chegando do trabalho, me debruço na janela, cigarro aceso, para observar a chuva que começa a cair. Minhas janelas estão sempre abertas no conforto do segundo andar. Do outro lado da rua, à esqueda a marquise da clínica, à direita uma árvore frondosa. Sob a marquise um rapaz, trinta e poucos anos, forte, relativamente bem vestido, encosta a bicicleta esperando os pingos cessarem. Sob a árvore, quase ao mesmo tempo, um senhor, seus cinqüenta e poucos, também encosta sua bicicleta esperando estiar. O rapaz usa uma camisa de uma empresa; o senhor veste uma camisa de algodão já quase transparente de tantas lavagens. O rapaz cruza os braços, resignado, esperaria; o senhor não tira as mãos do guidão, olha para o céu com os olhos vividos, uma expressão que vi em tantos olhos, me lembram os olhos do meu pai.

O rapaz tem preso por elástico na garupa uma pasta preta; o senhor tem na garupa, amarrado com cordão, um saco que não me deixa ver o que tem dentro.

Por entre a fumaça do cigarro olho um e outro. Ao fundo ouço Nilson Chaves cantando Tamba Tajá. Comparo aqueles dois homens. Num eu vejo uma vida pela frente, cheia de oportunidades, alegria, a pelada domingueira com os amigos, a cervejinha gelada, a morena em beijos quentes, outras morenas nas aventuras. No outro vejo pouco disso no passado, um bate-papo com os dele, talvez uma cachacinha amiga, a velhinha em casa, varrendo, passando, cozinhando, educando as crianças. Talvez fazendo isso na casa de outros enquanto seus filhos cresceram sozinhos. Não vejo mais ambição naqueles olhos estóicos de resignação e tempo. Num vejo a vida que vem, no outro a vida que foi.

Esqueço o moço, só o velho tem minha atenção agora e por ele, sua vida, que espero seja gostosa contudo, me arranca lágrimas. Não de dó, mas de respeito, carinho e uma trocida profunda de que seja feliz. Ele jamais saberá disso, mas eu sei, basta. Aquele olhar bonito e sereno não me sai da cabeça, está tatuado em minha retina.

Velho_blog

quinta-feira, março 13, 2008

lane

  • Se no Brasil existiu a política do café com leite, que nome se daria à política nos Estados Unidos? Senão, vejamos: Bush-pai governou por oito anos; Bill Clinton o sucedeu por oito anos; Bush-filho, mais oito anos. Se Hilary Clinton se eleger, mais oito anos para os Clinton. Seriam 32 anos de governo de apenas duas famílias. Não parece oligarquias do interior brasileiro?

 

  • E se Gabeira vencer as eleições para a prefeitura do Rio? Tudo bem que o cara tem se mostrado um dos poucos bons parlamentares, mas ele é a favor da legalização das drogas e seria prefeito da capital que mostra ter mais problemas com elas. Depois do que Brizola fez, abrindo as portas do estado para os traficantes, seria Gabeira o arremate que o poder paralelo precisa?

 

  • Nos Estados Unidos uma puta derrubou um governador; as putas brasileiras na Espanha ajudaram a amargar a entrada de outros brasileiros na Europa. Elas estão mandando e desmandando!

 

  • A "garota de programa" (no meu tempo era puta mesmo) que derrubou o governador novaiorquino disse que foi abusada quando criança, abandonada pela família, mas deu a volta por cima. Putz! Que exemplo! Quer dizer que além da educação e do esporte, a prostituição pode ser a salvação da juventude? Preciso nascer de novo para entender isso.

 

  • A coisa tá feia para os estrangeiros no Brasil. Em apenas dois dias, um alemão foi baleado em Itacaré, um boliviano foi morto em Maceió e uma inglesa foi assaltada e baleada em Parnamirim, RN. Desses, somente o alemão era turista, ou outros vivem(iam) em situação regular no país. Será que estamos vivendo uma onda dexenofobia? Só faltava isso...

 

  • Tava demorando... Condoleezza Rice disse hoje que os Estados Unidos apóiam um plano de segurança para a América do Sul. O argumento da sujeita é que os terroristas podem usar o continente para chegarem aos EUA. Essa senhora me lembra o samba do Tom Jobim e do Newton Mendonça, Samba de Uma Nota Só. Eles devem estar de olho mesmo é no petróleo venezuelano e afim de usar os vizinhos d'El Loco para infernizá-lo. Pelo menos nessa eu acho que Lula não entra, ele é daqueles que acham o país ianque uma coisa do demo.

 

  • O resultado do Sistema deAvaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo de 2007, divulgado hoje, concluiu que 96% dos estudantes estão abaixo do conteúdo básico necessário em suas séries. Em outras palavras, neguinho não está aprendendo o fundamental. Pelo menos São Paulo faz essa avaliação, um dos poucos estados a fazê-lo. A avaliação é feita em escolas públicas, o que significa que, provavelmente, as escolas particulares estão muito melhores. Isso justifica o sistema de cotas nas universidades públicas, é mais barato e rápido do que se investir pesado na melhoria da qualidade das escolas públicas. Aliás, essa melhora só ocorre em discursos de candidatos, depois de eleito nada é feito, há décadas.

 

  • Enquanto a CPI das ONG só faz teatrinho, a Polícia Federal prendeu hoje sete pessoas de uma gang que atuava junto ao Conselho Nacional de Assistência Social comprando concessões de Certificados de Assistência Social para hospitais e instituições de ensino de grande porte. As entidades donas desses certificados ficam isentas de pagar várias taxas e impostos, mas, na grande maioria, não faz benemerência nenhuma. Depois das obras, iniciadas nos anos 70 e jamais acabadas, e a propaganda descoberta por Collor, explorada por FHC à exaustão e solidificada por Lula, a benemerência é a nova maneira de se tirar dinheiro público aos baldes sem fiscalização e ainda com a carinha de boa gente diante da opinião pública.

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Atualização (esse negócio de up-date é pra gente chique): Gostaria de agradecer ao Fábio pela correção. Ele está certíssimo em relação aos presidentes estadunidenses, o erro foi meu. Chique mesmo é ter leitores inteligentes e bem informados.

quarta-feira, março 12, 2008

tiago

  • Mais uma blogueira. Clarice tem apenas quinze anos e estreou agora na blogosfera. Na abertura postou um conto meu do livro De Depois de Já. Sou fã dessa guria e espero que faça sucesso por aqui.

 

  • Dizem que ACM mandou matar o genro. A filha, desgostosa, suicidou-se. A esposa do finado cacique jamais mostrou a cara, sequer sabemos seu nome. O filho, queridinho de todos, menos meu, morreu jovem e tem o coração exposto numa praça milionária construída com esse propósito e que conta com policiais de plantão 24 horas por dia, mesmo o contingente de PM em Salvador estando abaixo do recomendável. São milhões as cagadas na vida íntima desse sujeito e de seus herdeiros. ACMzinho, por exemplo, passou no vestibular de direito de uma universidade particular, poucos meses depois conseguiu transferência para a Federal, coisa dificílima de ser conseguida por reles mortais, pouco freqüentou as aulas, mas passou direto em todos os semestres e tornou-se bacharel em tempo recorde. Um geniozinho. ACM foi a pessoa que me levou mais perto de conhecer o que é ódio. Nunca me fez rir, nem mesmo quando, após renunciar para não ser cassado, dizer a Boris "Vendido" Casoy que não tinha posses, que estava vivendo com a aposentadoria de professor da UFBA, R$ 500, 00. Aposentadoria, aliás, conseguida depois de ter dado sequer uma aula e não saindo cdo cargo de professor assistente. A família do cacique, porém, ontem quase me levou às gargalhadas depois de se engalfinhar pela herança do velho. Filho de lobo, lobinho é. Se o maucaratismo do patriarca migrou para a prole, é capaz até de ter morte.

 

  • Governinho guloso! Hoje sai a notícia que a exploração de petróleo vai ficar mais cara. As empresas autorizadas pagarão mais royalties e "bônus em participações especiais" (seja lá o que isso for) ao Governo Federal. E esse aumento vai acabar aonde? Hein? Hein? Lá vem mais uma fatura para a pobre classe média...

 

  • Se ontem falei da inflação galopante chinesa, hoje foi a vez da zonado euro se mostrar assustada com o dragão comedor de dinheiro. A inflação de fevereiro foi 3,2% maior que a do mesmo mês de 2007. Se prepara, moçada, que a coisa vai feder. Depois não digam que Pai Marquinhos de Ogum não avisou...

 

  • Tem gente que estuda, estuda, estuda, vira doutor, ganha notoriedade, aparece nos jornais como líder de alguma coisa, mas continua com os hábitos infantis de acreditar em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, petista honesto e outras lendas. O Conselho Federal do OAB requereu ao Supremo Tribunal Federal investigações profundas e punição para os responsáveis pelo sumiço dos documentos sobre a Guerrilha do Araguaia. Nem a Velhinha de Taubatá acredita que desse mato sairá capivara!

 

  • Governo que não faz estudos, não analisa, não projeta e lança leis e medidas provisórias de acordo com a vontade de cada um, vez por outra tem que voltar atrás nas besteiras que faz. O ministro da Justiça, Tarso Genro, já está admitindo "flexibilizar" a venda de bebidas às margens de rodovias. Cacete! Por que não fez uma pesquisa profunda antes de fazer a tal MP? Ou será que algum petista influente sentiu-se prejudicado por seu restaurante ter queda de faturamento? Ou se proibe a porra ou não, o que não pode é se manter essa politicazinha calhorda de diferenciar uns e outros de acordo com seus matizes partidários. Quanto aos acidentes por gente alcoolizad, ah, isso é coisa da oposição e dos golpistas.

terça-feira, março 11, 2008

AUTO_frank

  • Tem certas coisas que não consigo entender, por mais que me expliquem. Há décadas o governo federal diz tentar combater a inflação, certo? Certo. Agora o IBGE afirma que as tarifas públicas são responsáveis pela elevação da inflação em março. Aliás, agora e em todos os anos. Não é o governo que autoriza o aumento das tarifas públicas?

 

  • O governador de Nova Iorque está todo encalacrado por ter comido uma meninas de luxo com grana de uma empress fantasma. Fiquei pensando, será que esse senhor tem em sua genealogia um ascendente político pindorama?

 

  • O ministro Miguel Jorge, da Indústria e Comércio, começou a dar uma notícia boa: o governo está querendo diminuir as taxas e impostos para a indústria. Maaaasssss... Essa redução depende da aprovação do Orçamento de 2008. Como gato escaldado, me vem logo à mente que maldades estão por trás disso: 1. Maneira de apressar os parlamentares ou um sinal verde para que eles negociem mais alguns carguinhos, emendas, obras, apoio em ano eleitoral...? 2. Para a classe média, nenhum desconto, o que comprova aquilo que afirmei há alguns dias: a classe média paga as benesses das classes A e B e as esmlas das classes D e E; 3. O próprio governo evitou a aprovação do Orçamento no final de 2007 naquelas suas manobras para aprovar a CPMF. Com o imposto reprovado, o governo pode dar descontos, e se ela fosse aprovada, daria? Provavelmente não. Talvez sim, por conta das eleições.

 

  • Pai Marquinhos de Ogum está vendo uma bolha encheno para os lados do Oriente. A China tem crescimento de 10% em 2007 e uma inflação, em fevereiro, de 8,7%, praticamente o mesmo índice do mês anterior. Se essa bolha estourar vai sobrar caca amarela pelo planeta inteiro.

domingo, março 09, 2008

Venezuela: Colapso Inminente

muerte_culto_chavismo

La popularidad de Chávez, tal y como venimos advirtiendo, va en caída libre. En las reuniones que realizamos en los barrios, se respira la creciente frustración del pueblo. El tiempo para soñar quedó atrás, ahora el pueblo enfrenta su cruda realidad, saben que la revolución chavista es sólo un montaje para saquear al país. La escasez y la inflación en rubros básicos para la vida llegaron para quedarse. Los salarios son insuficientes para vivir dignamente, las misiones se desinflaron, los recursos para disfrazar tanta ineficiencia son insuficientes y para colmo la industria petrolera se hunde.

El fracaso era previsible. Chávez llegó al poder careciendo de las herramientas gerenciales y formación profesional necesaria para dirigir y supervisar adecuadamente los asuntos del gobierno y del Estado, dando rienda suelta a la corrupción, al desorden administrativo y a graves conflictos en el ámbito internacional. Para mal de males, Chávez se ha rodeado con elementos provenientes del sector castrense sin experiencia para dirigir los programas estratégicos del gobierno y con la izquierda parasitaria acostumbrada a sobrevivir con base al truco y a la viveza criolla, en desmedro de los técnicos y profesionales venezolanos que debieron marcharse del país en busca de las oportunidades negadas por esta absurda “revolución”.

En las actuales circunstancias el “Líder” no tiene espacios para mayores maniobras, no existen excusas que justifiquen la catástrofe que enfrentamos. Por esto es impostergable que los sectores progresistas y avanzados de la izquierda democrática, adelanten pasos urgentes para la conformación de un movimiento de emergencia y reconstrucción nacional que evite, el caos post chavista y renueve las esperanzas para alcanzar la construcción de un país próspero, con justicia social y elevado estándar de vida.

Nuestra inacción en este momento crucial, tendrá consecuencias inconmensurablemente tristes para el futuro de la patria, porque el colapso es inminente.

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Uma boa notícia que chupinhei do blog do venezuelano Aserne. Pena que a boa notícia vem seguida da desgraça de um povo.

sexta-feira, março 07, 2008

Mulheres

mulher-colore

 

Não vou entrar nas briguinha dos sexos nem colocar a mulher acima do bem, do mal e dos homens. Muito menos vou tentar as explicações para a diferença de pensamentos e comportamentos entre os gêneros, isso já existem cientistas e “cientistas” ocupados em fazer. Tentar um texto poético? Nhem! De Shaskespeare a Paulo Coelho, os extremos da literatura, todos já fizeram isso.

Falar o quê, então, em relação à mulher e sua valorização?

Nada!

Tenho uma tremenda dificuldade de pensar na mulher como um ser extraterreno, livre da contaminação que a convivência com outros humanos faz no âmago de qualquer um. Como não consigo aceitar os conceitos de raça para diferenciar a cor da pele, fora da questão biológica não consigo diferenciar homens e mulheres.

Alguém diria: “as mulheres são mais sensíveis”. Eu responderia, homens como Carlos Drumond de Andrade e Mário Quintana foram homens muito mais sensíveis que a maioria das mulheres que conheço; Dilma Rousseff e Ideli Salvati são mais grossas que lenhadores canadenses.

Ah!, as mulheres são mais educadas. Foram, meu filho! Isso não é mais uma regra geral. Olhe para o lado e encontrará uma barraqueira falando palavrões na fila do banco, outra tirando a calcinha do rego naquele contorcionismo deselegante enquanto caminha pelas ruas, uma outra arrotando na sua cara depois de tomar uma Coca-Cola. Existem aquelas que só não coçam o saco em público por total impossibilidade genética. Existem mulheres educadíssimas, é fato, assim como homens também. Na média, os dois estão emparelhados.

Deixe-me ver... As mulheres são mais bem trajadas. Calma, buana, estamos falando de mulheres, não de damas. Ou será que alguém acha uma quarentona vestida de paquita bem trajada? Ou uma gordinha usando jeans de cós baixo, parecendo um colchão amarrado no meio uma coisa bonita de se ver?

Já sei! Já sei! As mulheres são mais carinhosas! A princípio, talvez. As mulheres mais moderninhas querem ser atendidas em seus anseios, mas acham homens atenciosos e carinhosos chatos, pegajosos, maricas. Virou moda preferir os mastodontes, os que as chamem de cachorras aos que as chamem de querida, meu amor, meu bem, princesa...

Tá ficando difícil... Que tal: as mulheres são mais competentes? Aí concordo! Via de regra elas são mais competentes, mas aquelas que se dedicam ao progresso pessoal por meio do conhecimento, da educação, da dedicação profissional, e não das que dedicam mais tempo ao culto ao corpo e à forma em detrimento do conteúdo.

Mesmo ouvindo desaforos quando fiz essa diferenciação antes, vou tentar de novo. O sexo feminino é separado entre mulheres e fêmeas. Antes que me atirem tomates podres, devo esclarecer que também separo o sexo masculino em homens e machos. Como o intuito desse texto é falar das mulheres e sua valorização, deixemos os masculinos de fora por enquanto.

As mulheres têm conteúdo e o valorizam; as fêmeas têm forma e acham que isso é tudo;

As mulheres são amigas, companheiras, conselheiras, orientadoras; as fêmeas se fazem de vítimas, são movidas a elogios, exigem receber mais do que dar;

As mulheres são bonitas naturalmente, mesmo que não sejam comparáveis ao modelo vigente de beleza pelos fúteis da imprensa e da moda; as fêmeas são artificializadas, fabricadas em série, do cabelo à altura do salto;

As mulheres são seguras, conhecem-se, analisam como serem melhores para si mesmas, sabendo que assim poderão ser melhores para os demais; as fêmeas são umbigo, não têm auto-análise, colocam-se acima de todos;

As mulheres são solidárias; as fêmeas são egoístas;

As mulheres têm atitudes superiores às dos homens; as fêmeas tentam igualar-se a eles;

As mulheres são discretas; as fêmeas são exibicionistas;

As mulheres sabem suas limitações e se aprimoram para superá-las; as fêmeas se acham superiores quanto mais se igualam;

As mulheres despertam respeito e valorizam isso; as fêmeas despertam tesão e dão-se por satisfeitas.

Machista? Depende do seu ponto de vista. Não é um texto feminista, reconheço, mas mulherista. Mais do que melhores que os homens em todos os sentidos, as mulheres são muito melhores que as fêmeas.

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A Meiroca sugeriu esse post coletivo e ele deveria ser postado amanhã, Dia Internacional da Mulher, mas como estarei ocupadíssimo por todo o final de semana, permiti-me antecipá-lo.

Às mulheres meus parabéns, meu respeito e minha admiração. Às fêmeas, os votos de boa sorte na evolução para a condição de mulheres.

quarta-feira, março 05, 2008

maos0qp 

Dos seus doze anos, os últimos seis se passaram naquele quarto. Da janela via as crianças da rua brincando de pega-esconde, fazendo estrepolias em suas bicicletas, jogando as peladas gritadas e corridas. Acostumara-se também a vê-las comparando suas miniaturas feitas com palitos de picolés ou de fósforos, carrinhos de metal que ninguém diria que um dia foram latas de óleo ou de leite. Quando via a garotada da vizinhança com seus brinquedos coloridos o coração se alegrava, era orgulho ver os brinquedos que sua mãe vendia trazerem tanta alegria.
Graças à talidomida que sua mãe usara para curar-se da hanseníase, Jerônimo, caçula de três irmãos, nascera com sérias deformidades físicas. Seu sistema cognitivo, porém, não sofrera qualquer dano. Aos seis anos, quando saia de casa com a mãe, abandonada e desassistida pelo marido advogado após seu nascimento, para ir ao médico viu-se apontado pelos vizinhos, caçoado por aqueles meninos que bem poderiam ser seus colegas de escola e de brincadeiras. Desde então resolveu jamais sair de casa outra vez e resumiu sua casa àquele quarto.
Seus dois irmãos, bem mais velhos, estavam às portas da faculdade, trabalhavam de dia, estudavam à noite e arrumavam tempo para dar aulas a Jerônimo. A mãe, economista que abandonara a profissão, vira-se na necessidade de pôr em prática seus conhecimentos acadêmicos e passara a negociar os brinquedos de material reciclado com lojas do comércio local, nas feiras de artesanato e começava a exportá-los para a Europa e Japão, onde eram muito bem recebidos e prometiam render uma grande melhora para a família.
Miniaturas de monumentos como a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo ou o Cristo Redentor, de automóveis em escala perfeita como Ferraris, Fusquinhas, ônibus, de pontes, edifícios, bonecas de pano, iô-iôs de tampas de vidros de azeitonas, buquês de margaridas de papel e plástico, serpentes de rodelas de cabos de vassoura, tantas eram as criações, tão originais e tão bonitas em suas muitas cores que o sucesso era inevitável, mesmo em tempos de vídeo-games e internetes.
Na casa de dois pavimentos, o único bem material que sobrara do malogrado casamento, dois quartos superiores foram fundidos em um, o quarto de Jerônimo. Nas paredes dezenas de fotografias de lugares magníficos, construções fantásticas, máquinas das mais diversas utilidades. Encostada em toda a extensão de uma das paredes, uma enorme bancada sustentava dezenas de ferramentas, metais, plásticos, madeiras das mais variadas formas e tamanhos, sementes coloridas, panos, agulhas, linhas, arames... Naquele pequeno universo o pequeno Jerônimo fabricava a alegria de centenas de pequenos como ele. Muitos deles os mesmos que lhe trataram como uma aberração.

terça-feira, março 04, 2008

AUTO_seri

  • Acho que ontem falei cedo demais ao estranhar a não entrada de Evo Morales na pendenga Equador-Colômbia-Venezuela. Hoje o presidente da República Bolivariana da Bolívia (hihihi) disse que a crise ameaça a formação da "Nação Sul-Americana". Eu nem sabia que existia esse bagulho aí. Pois é, senhoras e senhores desavisados como eu, a tal "Nação Sul-Americana" já tem até documento de criação que deveria ser assinado numa reunião de cúpula a se realizar nos dias 27 e 28 de março na Colômbia. O presidente do Equador e El Loco já disseram que não estão dispostos a comparecer o que está deixando Morales tristinho. O cocaleiro é o presidente uterino, ou melhor, interino da Cúpula do Rio e organizador dessa reunião que não deve acontecer. O interessante é que o boliviano tem cancelado viagens para a Europa e para os Estados Unidos com medo de encontrar a cadeira presidencial ocupada quando voltar. Aliás, a Bolívia é pródiga em golpes de estado. Se o cara não está conseguindo resolver nem seus problemas, como pode imaginar que resolveria os problemas do continente? Os três malucos - Chávez, Correa e Morales - devem estar fazendo uso excessivo do principal produto de exportação da Bolívia, só pode.

 

  • Já Lula - que deve andar meio enciumado com o excesso de holofotes sobre El Loco - sugeriu a criação do Conselho de Defesa Sul-Americano. Defesa contra quem, buana? Os caras não conseguem se entender entre si, vão se defender contra quem? Quando aconteceu a Guerra das Malvinas, havia um tratado assinado por quase todos os países americanos no qual se comprometiam a dar apoio uns aos outros em caso de conflito com países de outro continente. Quem quebrou o acordo? Quem? Os Estados Unidos, que deram apoio logístico, político e de informações para os ingleses. Se o Rambo não quis se meter com os primos pobres, o que esses esfarrapados fariam em caso de uma agressão intercontinental? Por conta do ciuminho a que me referi lá em cima, a proposta de Lula vai um pouco mais longe: o Brasil deveria ser o líder de Conselho. Segundo nosso magnânimo líder, tal proposta nada tem a ver com o arranca rabo que está se formando no Noroeste da América do Sul, mas seria uma forma do continente se fazer representar no Conselho de Segurança da ONU. Ah, bom, agora sim! Lula já deve ter desistido do sonho de fazer parte do grupo de países permanentes no Conselho e criou um plano B para ficar em evidência.

 

  • Me achando muito sisudo ultimamente, resolvi reciclar meu humor e comprei o livro Viagens com o Presidente, dos jornalistas Eduardo Scolese e Leonencio (parece nome de personagem dos meus contos) Nossa. Sei que em algumas passagens vou ficar mais irritado que o normal, mas tenho certeza que darei boas gargalhadas. Por enquanto só li a Apresentação, mas já dei de cara com essa pérola: "Ser presidente é difícil, mas é gostoso, porque oferece a oportunidade de viajar bastante". Numa conversa de Lula com crianças argentinas, em Buenos Aires, em outubro de 2003. O cara só estava no começo do governo, de lá pra cá, quanto cartão corporativo não foi esmerilhado...

 

  • Mudando de pato pra marreco. Olha só o que encontrei nas buscas que trazeminternautas a esse modesto blog:

4.3

E eu que sou maluco...

segunda-feira, março 03, 2008

AUTO_novaes

  • Uma das causas do afastamento de Collor foi sua auto-suficiência. Achando que poderia governar sem o Congresso, menosprezou as relação do Executivo com o Legislativo que, por sua vez, incrementou as denúncias contra o presidente e usou os cara-pintadas, orquestrados por Roberto Marinho e pela esquerda furiosa como justificativa para seu afastamento. Foram vários processos que Fernando Collor teve que responder depois de afastado, em todos foi absolvido. Fica aí o questionamento: se foi inocentado por todos os crimes, haveria, então, motivos reais para o impeachment? Os congressistas que votaram pelo impeachment, estavam realmente ouvindo os anseios populares ou apenas usaram a população como massa de manobra para, com Itamar, conseguirem poder no Executivo que o ex-presidente não lhes dava? Ressuscito esses fatos agora por conta das críticas que Lula fez ao Judiciário. O bate-boca à distância foi com Marco Aurélio, coincidentemente primo de Collor e colocado por esse nas altas esferas do Judiciário. Collor não ficou ao lado do primo nessa pendenga, pelo contrário, apoiou Lula, o mesmo Lula a quem ele destruíra em campanha com golpes baixos e que tomou a linha de frente pelo seu impeachment. O ex-presidente deve ter aprendido que os dois poderes, Executivo e Legislativo, quando o presidente está forte, têm que andar de mãos dadas. O Executivo legisla; por falta de leis decentes, o Judiciário legisla; por incompetência para legislar, o Legislativo quer executar. A nós, idiotas portadores de título eleitoral, só resta xingar.

 

  • Se a Força Aérea Colombiana invadiu ou não o espaço aéreo equatoriano não interessa a Chávez. El Loco encontrou uma pontinha da meada que vai puxar até desenrolar todo o fio. Crítico ferrenho de Bush, a quem acusa, com razão, de se meter em questões internas de outros países, Chávez está se achando no direito de se autodenominar o xerife da América do Sul. O cara investiu alto na compra de armamentos russos e deve estar com o dedo coçando para puxar o gatilho. Uribe quer destruir os terroristas que infestam quase a metade da Colômbia, seqüestrando, matando, extorquindo, traficando (muito provavelmente com o apoio da República Bolivariana D'El Loco). Chávez não vê os para-militares colombianos como terroristas (só ele e mais uma meia dúzia do hospício) e quer que Uribe governe seu país coligando-se às suas sandices. Não é à toa que numa pesquisa nos Estados Unidos, divulgada na semana passada, Chávez foi escolhido o mais influente líder sul-americano. Lula deixou-se atropelar. E nossas fronteiras, como ficam nessa história? Desguarnecidas, lógico. É sabido que os terroristas infiltram-se em território brasileiro para fugir das tropas oficiais colombianas. Nosso Exército, desaparelhado e sem pessoal suficiente, além de, provavelmente, receberem ordens de Brasília para fazerem vistas grossas, não estarão preparados para defenderem nossas terras caso a guerra estoure, coisa pela qual Chávez torce e está fazendo tudo para que aconteça. Só falta Morales meter o bedelho, o que é capaz de fazer, usando a estratégia que os militares argentinos usaram, com a Guerra das Malvinas, para desviar a atenção dos problemas internos. Isso vai dar merda.

 

  • Em se tratando de política externa, o Brasil está tão sem pé nem mão, que abriu mão de uma candidatura a um alto cargo na Comissão de Direitos Humanos da ONU para beneficiar Cuba. Parece piada, mas Cuba, que vive sob uma ditadura, que impede seu povo de ir e vir, que mantém centenas de presos políticos, vai ocupar uma cadeira na Comissão de Direitos Humanos. E com a aquiescência brasileira. Como diria aquele antigo personagem do Jô Soares, "você não quer que eu volte, Madalena!".

 

  • E Lula nadando de costas... Até hoje o Congresso não votou as contas do governo. Nenhuma! aliás, não votaram sequer as contas de FHC. Esses bostas fizeram do Congresso, definitivamente, uma bolsa de trocas, vendas, compras e neócios excusos. Os panacas não legislam e nem cumprem as mínimas obrigações constitucionais para a qual foram eleitos.

sábado, março 01, 2008

Madame Maria Slodowska

eu-gosto-de-ser-mulher

Madame Maria Slodowska

Guri, uns oito, nove anos, folheava o Almanaque da Juventude. Entre a história do dirigível Zepelin, de curiosidades sobre os golfinhos e a construção de um avião pelos sobreviventes de um acidente aéreo no deserto do Saara, deparei-me com uma mini-biografia de Madame Curie, Marie Curie, nome que a polonesa radicada na França adotara depois de casada.

Àquela pequena altura da vida, ainda não havia ouvido se falar em química e física, para mim, era uma referência à Educação Física, uma das minhas aulas preferidas. Me lembro bem da imagem de Madame Curie que estampava a matéria. Um vestido cinza, cabelos grisalhos presos em coque, olhar sereno, séria sem ser sisuda.

Pela primeira vez lia sobre radioatividade, Prêmio Nobel, além das duas ciências de que falei no parágrafo anterior e, devo confessar, levei anos até entender o que eram aquelas coisas. Aquela mulher me causou uma sensação maravilhosa do que é o conhecimento, de onde a disciplina e a curiosidade, juntamente com a inventividade, podem mudar o mundo. Marie, na minha inocente visão infantil, não era uma mulher, era uma cientista, uma mente brilhante que ajudara a mudar o mundo. O que seria da medicina, por exemplo, sem suas descobertas?

Foram dois Prêmios Nobel. DOIS! Não um, o que já seria um feito extraordinário para qualquer cientista, mas dois. Em 1903 o de Química, em 1911 o de Física. A vi como mulher apenas alguns anos depois, depois de contaminado pelas porcarias com que a vida e os adultos nos entopem.

Por outro lado, comecei a ter conhecimento do quanto as mulheres eram discriminadas (as mulheres de hoje podem até reclamar, mas se se colocarem no lugar daquelas que viviam há um século, como Madame Curie, perceberão quanto avançaram). Passei a perceber que o gênero pode determinar o sucesso ou o segundo plano, coisas de machos idiotas no comando.

Graças a ela passei a olhar outras mulheres com olhos de maior admiração. Independentemente das causas que defendiam ou da profissão que exerciam Indira Gandhi, Golda Meir, Pagu, Ana Néri, Maria Quitéria, Nélida Piñon, Agatha Christie, Chiquinha Gonzaga e tantas e tantas outras me causaram e causam impressões de admiração e respeito.

Graças a elas passei a dar muito mais importância às que têm conteúdo, cérebro, conhecimento, talento, coragem, do que às que têm apenas cara alisada, bunda e silicone. As primeiras me inspiram, as outras podem até atrair meu olhar, mas jamais minha atenção.

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A Lunna convidou e eu não quis ficar de fora.