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quinta-feira, junho 16, 2005

ÀS VEZES SÓ VEJO UMA ALTERNATIVA PARA O BRASIL, RECOBRÍ-LO.



Bush, o senhor da liberdade

A Donna, lendo meus posts antigos no falecido blog, chegou à conclusão de que odeio George W. Bush. Odiar, odiar, talvez somente a Antônio Carlos Magalhães. Esse não dá para, simplesmente, desprezar. Em relação a Bush eu tenho ojeriza, asco.

Já esperava dele um governo direitista-beligerante, como é bem o estilo dos republicanos estadunidenses, mas ele é pior do que minha mente insana poderia imaginar.

Lendo a Carta Capital tomei conhecimento de algumas histórias assustadoras no país que auto-proclamou-se xerife do mundo, o defensor dos direitos humanos, o paladino das liberdades individuais.

O Patriotic Act foi um conjunto de leis (ou seriam decretos presidenciais, as Medidas Provisórias do primeiro mundo?) dando total liberdade de ação às polícias, mormente o F.B.I., e aos juízes para anteciparem-se a potenciais "inimigos da América". Todo cidadão que se opuser ao governo pode ser considerado "inimigo do país". Bonito, isso.

A advogada, professora e ativista política Elena Ruth Sasswer, de 48 anos, ficou presa seis meses numa prisão federal porque pediu para depor no senado contra a indicação para a Suprema Corte de um juiz republicano acusado de corrupção;

O renomado cientista Tom Butler, especialista em tratamento da hidratação, portanto um dos responsáveis pela melhoria da saúde de milhares de crianças enfraquecidas pela diarréia crônica, respeitado em todo o mundo, passou seis dias preso, pagou US$ 250 mil de fiança, mas permanece em prisão domiciliar com pulseira eletrônica de monitoração e proibido de usar o computador. Seu crime: pesquisando antibióticos que poderiam ser úteis no caso de ataque terrorista com armas biológicas, teve 30 cápsulas desaparecidas de seu laboratório. Além da prisão o cientista está proibido de falar publicamente sobre o caso;

Aos jornais e revistas está sendo "sugerido" que não se utilizem mais de fontes anônimas em suas reportagens. Pelo menos 18 jornalistas estão sendo processados para que revelem suas fontes, numa afronta séria e sem precedentes à primeira emenda da Constituição do país;

O oficial da Marinha Eduardo Paredes, de 23 anos, foi condenado por uma corte marcial a dois meses de confinamento, três meses de trabalhos pesados e rebaixamento de patente por ter-se recusado a lutar no Iraque numa guerra que classificava como um desrespeito aos direitos humanos;

Adama Bah, de 16 anos, nascida na República de Guiné, filha de um motorista de táxi ameaçado de deportação, mas residente nos E.U. desde os dois anos de idade, ficou presa incomunicável com excessão ao direito de um telefonema semanal de 5 minutos para a mãe. Seu crime: suspeita de ser uma potencial mulher bobma. Sófoi liberada depoisde comprometer-se a ficar à disposição das autoridades e de não falar sobre o caso;

Ibrahim Parlak, asilado turco desde os anos 80 está ameaçado de ser repatriado porque a organização política da qual fazia parte foi classificada pelo atual governo estadunidense como grupo terrorista. Apenas um detalhe: se ele voltar aseus país fatalmente será preso e torturado, correndo sérios riscos de morte.

Esses são apenas alguns casos citados pela revista, mas dá pra ter uma idéia da grande liberdade de expressão pela qual passa aquele povo nos dias de hoje.

Ah, ia me esquecendo. Quatorze cientistas, além de quatro prêmios Nobel de medicina se manifestaram por cartas às autoridades ou através de abaixo-assinado pedindo a libertação de Butler, mas nenhum teve coragem de dar entrevista sobre o caso.

Alguém aí ja ouviu falar de América Latina? Ditadura? 1968? AI-5?

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