Pesquisar neste blog e nos da lista

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Lá vem São Cristóvão
Todo crivado de flechas.
Bem feito,
quem mandou brincar com índios?
(Melquíades)

Sempre dói

Eunápolis, 30 de dezembro de 2005.

Minha mui amada rosa, Rosália,

A dor que dói mais que a dor do amor perdido é a dor da indiferença, de me saber excluído da sua vida. Não são só essas duas dores e a soma de todas as dores é uma prova para minha resistência.

Me dói não ter sabido reconquistá-la; dói a intromissão alheia em nosso tão novo romance, motivo maior de sua ruína; dói a lembrança de nossos bons momentos que eu sonhava fossem para sempre; dói a distância que eu sonhava se encurtar; dói não ter um ombro onde possa depositar minhas lágrimas, arredio que sou ao desabafo; dói não ouvir mais tua risada alegre e constante; dói saber que o abraço e o beijo não mais existirão; dói ver a morena bonita passar e eu comparar a beleza dela com a sua muito maior; dói não receber respostas aos meus apelos... São muitas dores.

Impossível fugir do clichê de desejar que o tempo voltasse para eu te falar tudo o que tenho guardado e não disse na hora certa, para evitar tudo o que não evitamos, para fazer com laços reais os laços etéreos que nos reuniam.

Mais uma dor se prepara para doer: a dor de respeitar tua vontade de não mais querer me ler, me ouvir, me ver.

O novo ano está chegando e invejo os braços que te abraçarão e os lábios que explorarão os teus no desejo de um ano novo excelente. Afora o beijo e o abraço, o desejo que daqui se dirige a ti é o mesmo, mas não apenas para o próximo ano, mas para todo o sempre.

Um de nós estando feliz é lucro, que seja tua essa felicidade.

Sinta p último beijo com sabor de saudade.

Do teu sempre teu, Admastor.

Nenhum comentário: