Vou viver até morrer.
Os 70 Já Morreram
Leiam o livro Labirintos da Moral, de Yves de La Taille e Mário Sérgio Cortella, Editora Papirus.
Como a maioria de vocês já deve saber ou, pelo menos, imaginar sou professor. De quê? Matemática. Ah! Então esse livro deve ser algum tratado sobre o uso moderno qualquer das ciências exatas. Não!
O pessoal das exatas não se dedica a ler listas telefônicas ou a biografia de Gauss, apenas. O livro trata da filosofia hipponga do "viva hoje como se fosse o último dia" ou o ridículo "carp diem", popularizado pelo filme Sociedade dos Poetas Mortos e por uma propaganda sabe-se lá de quê.
Por duas vezes, que me lembre, já falei disso por aqui. Em uma delas escrevi "vivier o dia como se fosse última é uma filosofia furada dos hippies dos anos 60. O que devemos fazer é viver o hoje da melhor maneira para que amanhã não hajam arrependimentos nem ressaca moral". Aí o senhor La Taille diz: "O 'aproveite o dia (carpe diem) é um grito de liberdade em relação a um projeto de vida que não faz sentido. Aquela geração vivia em uma constante negação de si própria. Mas o jovem de hoje não é sufocado por instituições totalitárias - pelo contrário, o discurso dos adultos é 'faça o que quiser, a vida é sua'. Na medida em que ele pensa 'vou aproveitar agora porque amanhã não sei o que vai acontecer', transforma seu presente num vácuo". (Revista Época, Nº 394, 5 de dezembro de 2005)
E esses adultos são aqueles que nos anos 70 "não confiavam em ninguém com mais de trinta anos", os mesmos que viviam de sexo, drogas e rock'n roll. Obsevemos ao nosso redor. As crianças educadas de forma mais presente dos pais, com mais limites, aqueles que tiveram uma educação dada por pais e não por amigos, companheiros, mais tradicionalista nos anos 70, têm hoje filhos mais equilibrados, também com mais limites.
"Ageração de 60 e 70 se enganou mais do que acertou e, no fundo, era mais egoista do que comunitária. Não houve um trabalho de formação individual para as crianças. Achou-se que bastava estar do lado de bons projetos, defender a noção de comunidade e a paz para ser um indivíduo ético. Foi um erro. O projeto coletivo morreu no mundo todo e não existe mais fidelidade e nada", continua Taille.
Já passou da hora de acabar o romantismo sobre a geração porralouquice. Minha convivência diária, há alguns bons anos, com centenas de adolescentes e suas famílias, me deixaram uma coisa bem clara, coisa essa, aliás, já pesquisada por cientistas de Oxford: crianças e adolescentes precisam e gostam, em seu íntimo, de serem direcionadas, cobradas e reprimidas cada vez que ultrapassarem os limites pré-determinados, elas precisam de regras muito bem estabelecidas e, em alguns casos, rígidas. Essa é uma forma de receberem a mensagem de que alguém gosta deles, se preocupa com seu bem estar.
Como sou apenas mais um professorzinho zé-ninguém tenho que bater palmas para esses pesquisadores de Oxford, para Içami Tiba, La Traille e Cortella. Eles têm melhores e mais eficientes meios de se fazerem ouvir do que um bloguezinho.
O pessoal das exatas não se dedica a ler listas telefônicas ou a biografia de Gauss, apenas. O livro trata da filosofia hipponga do "viva hoje como se fosse o último dia" ou o ridículo "carp diem", popularizado pelo filme Sociedade dos Poetas Mortos e por uma propaganda sabe-se lá de quê.
Por duas vezes, que me lembre, já falei disso por aqui. Em uma delas escrevi "vivier o dia como se fosse última é uma filosofia furada dos hippies dos anos 60. O que devemos fazer é viver o hoje da melhor maneira para que amanhã não hajam arrependimentos nem ressaca moral". Aí o senhor La Taille diz: "O 'aproveite o dia (carpe diem) é um grito de liberdade em relação a um projeto de vida que não faz sentido. Aquela geração vivia em uma constante negação de si própria. Mas o jovem de hoje não é sufocado por instituições totalitárias - pelo contrário, o discurso dos adultos é 'faça o que quiser, a vida é sua'. Na medida em que ele pensa 'vou aproveitar agora porque amanhã não sei o que vai acontecer', transforma seu presente num vácuo". (Revista Época, Nº 394, 5 de dezembro de 2005)
E esses adultos são aqueles que nos anos 70 "não confiavam em ninguém com mais de trinta anos", os mesmos que viviam de sexo, drogas e rock'n roll. Obsevemos ao nosso redor. As crianças educadas de forma mais presente dos pais, com mais limites, aqueles que tiveram uma educação dada por pais e não por amigos, companheiros, mais tradicionalista nos anos 70, têm hoje filhos mais equilibrados, também com mais limites.
"Ageração de 60 e 70 se enganou mais do que acertou e, no fundo, era mais egoista do que comunitária. Não houve um trabalho de formação individual para as crianças. Achou-se que bastava estar do lado de bons projetos, defender a noção de comunidade e a paz para ser um indivíduo ético. Foi um erro. O projeto coletivo morreu no mundo todo e não existe mais fidelidade e nada", continua Taille.
Já passou da hora de acabar o romantismo sobre a geração porralouquice. Minha convivência diária, há alguns bons anos, com centenas de adolescentes e suas famílias, me deixaram uma coisa bem clara, coisa essa, aliás, já pesquisada por cientistas de Oxford: crianças e adolescentes precisam e gostam, em seu íntimo, de serem direcionadas, cobradas e reprimidas cada vez que ultrapassarem os limites pré-determinados, elas precisam de regras muito bem estabelecidas e, em alguns casos, rígidas. Essa é uma forma de receberem a mensagem de que alguém gosta deles, se preocupa com seu bem estar.
Como sou apenas mais um professorzinho zé-ninguém tenho que bater palmas para esses pesquisadores de Oxford, para Içami Tiba, La Traille e Cortella. Eles têm melhores e mais eficientes meios de se fazerem ouvir do que um bloguezinho.
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