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segunda-feira, outubro 16, 2006
Alguém aí já percebeu que gosto de política? Pôxa, como vocês são perspicazes... Pois é, gosto de política, de discutir política e para discuti-la procuro me informar. Se informar não significa simplesmente ler jornais e revistas, assistir aos telejornais, ouvir rádio... É necessário aprender a triar as informações que nos chegam.
Confesso que às vezes sou enganado, mas desde a adolescência, sob a influência do maior guru que tive, Cláudio Barradas, meu professor de teatro, que venho exercitando a leitura do subtexto e do pretexto. O texto é apenas a formas, o que se diz ou se quer dizer de verdade, está escondido nas entrelinhas.
A mesma notícia recebe enfoques às vezes até antagônicos de um veículo para outro. O que sai de um jeito na Veja, por exemplo, pode sair de outro na Isto É. A notícia é a mesma, mas sutis palavras mudam a interpretação, mister se faz de se ficar atento às armadilhas da língua.
Em tempos de eleição todo eleitor que se diz "consciente" procura informações e tende a acreditar em tudo o que lê. Com o acesso maior à internet, maior poço de meias verdades e mentiras fantasiadas de seriedade, os boatos eleitoreiros se espalham com a facilidade de fofca em aldeia pequena.
Sujeitos ditos intelectualizados, cultos, estudiosos, graduados em grandes universidades, utilizam-se de seus currículos para darem ar de verdade nas inseguranças, maldades, desinformações que disseminam, todas com a intenção de fazerem críveis as propostas dos candidatos que defendem.
Os que não se dão ao trabalho de analisar o que lêem, a maioria de nós, a bem da verdade, lêem, copiam e espalham como se fossem fatos irrefutáveis.
Esses criadores e/ou disseminadores de mentiras depois que seus candidatos são derrotados passam a ofender os eleitores chamando-os de burros, desinformados, imbecis e coisas piores, muitas vezes beirando a discriminação social, racial, regional. Eles, os mentirosos, sim, são os sábios, os bem informados, os donos da verdade, os únicos certos.
Semana passada, conversando com dois amigos, um veterinário muito bem conceituado na região e o outro fazendeiro, grande exportados de frutas para o exterior, ambos defendiam seus candidatos mais falando mal do candidato adversário do que mostrando as vantagens daquele a quem pretensamente defendiam.
Lá para as tantas, o veterinário confessou "voto em fulano porque ele vai ser melhor para a minha atividade profissional". Ah, bom! E não é assim que quase todos os eleitores , inclusive os "conscientes", escolhem seus candidatos? Poucos de nós analisam o todo, o comum é nos restringirmos ao nosso microuniverso. Pouco se nos dá se o vizinho ou outro estado vai sair ganhando ou perdendo, se os demais profissionais dar-se -ão bem; farinha pouca, meu pirão primeiro. Exatamente aquilo que condenamos nos políticos. Se está certo ou errado? Cada um que julgue segundo seus princípios.
O fazendeiro todo santo dia envia dezenas de mensagens via Orkut ou via e-mail, todas sobre o candidato adversário ao seu. a maioria delas são falácias, mentiras, falsas notícias, distorções dos fatos e da verdade. Vem se justificar dizendo que faltam informações aos eleitores, que está ajudando a conscientizar seua amigos eleitores. É assim que essas pessoas pensam: "informação boa é informação que me interessa", nem que seja informação falsa.
Tire a dúvida. Quando receber uma mensagem do tipo, cheque o link e verá que muitos deles são falsos ou são de origem indubitável e declaradamente defensora de uma das candidaturas, não há imparcialidade, como, por exemplo, CUT por um lado, ou Clube Militar do outro; MST de um lado, Fiesp de outro; Carta Capital de um lado, ou Veja do outro; sem falar nas dezenas de blogs compromissados com um dos candidatos.
Leiam, triem, analisem. Não se deixem emprenhar pelos ouvidos ou pelos olhos.
Na verdade, minha intenção com esse texto era falar de uma situação específica que me decepcionou e irritou na blogosfera esses dias, mas deixa pra lá, talvez outra vez.
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