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domingo, agosto 26, 2007


J. Marcos, Diário do Aço, MG


  • Na simpática Capanema, no nordeste do Pará, cidade que tive o prazer de conhecer há alguns anos, uma professora primária de uma escola municipal, passou um trabalho de pesquisa. Ao chegar em casa um dos alunos, perguntado pelo pai qual o tema da pesquisa, o garoto, constrangido, mostrou: o que significavam determinados palavrões. E os palavrões foram especificados pela professora, embora não repetidos pelos jornais. A cidade entrou em polvorosa, a professora chamada a se justificar diante das autoridades e coisa que tal. A princípio a gente pode até condenar a professora, mas eu entendo a posição da pobre mulher, entendo, sim.

Não vou tentar justificar seu ato, talvez precipitado. É óbvio que as crianças aprenderão e algumas até usarão palavrões futuramente, mas, ao propor a pesquisa, a professora pulou etapas. Talvez justificando-se que os palavrões são usados pelas crianças, a professora tenha tentado desmistificar seu uso, usar didaticamente o palavreado chulo para educar e tentar fazer com que seus alunos não usassem. Uma idealista que desconheceu um fator importantíssimo no sistema educativo: a família. Com certeza entre os defensores da professora surgirão os que acusarão a família e a sociedade de hipocrisia. Não chego a tanto. Uma coisa é ver outras crianças xingando, outra é ver seu filho xingando e uma terceira é ver a professora usando xingamentos como material didático.

Me lembrei de uma ex-namorada que me disse que só entendeu o que significava a palavra caralho depois de sua irmãzinha de treze anos explicar. Não se tem como negar que as crianças têm acesso fácil ao palavreado chulo, ele é usado em qualquer esquina por pessoas de todas as idades e classes sociais e, algumas muitas vezes, até pelos pais.

No início de carreira, numa pindaíba de dar medo, eu aceitava qualquer função. Numa escola estadual me foram oferecidas aulas de ciências e eu topei, embora não fosse minha área. Eu dominava o assunto e sabia que poderia dar conta do recado sem prejudicar o aprendizado da molecada e isso realmente aconteceu, modéstia à parte. Fui muito bom professor.

Um dia um garoto apareceu com um tubinho no qual continha, hummm, como direi?, hummmm, o produto de seus prazeres solitários. O moleque, de uns treze, quatorze anos, queria ver seus soldadinhos em caça submarina. Peguei o material, preparei uma lâmina e coloquei no microscópio. O que eu deveria fazer? Proferir um discurso dizendo que a masturbação é um pecado? Que quem se masturba cria pêlos nas palmas das mãos? Aproveitei a curiosidade do moleque e dei uma aula interessante, discorri sobre os aparelhos reprodutores masculino e feminino, sobre gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis... A curiosidade gerou uma semana de aulas proveitosas e com uma tremenda participação das crianças.

Mas... A direção da escola recebeu uma comissão de pais que me ameaçaram de processo, fizeram uma tremenda quizumba. Por sorte, minha capacidade de persuasão os demoveu desse intento e minha segurança de que não havia feito nada errado me ajudou a convencê-los que seus filhos saíram ganhando mais com minhas aulas do que com a ignorância que levariam para ser saciada por colegas tão ou mais desinformados que eles. No fim saiu tudo bem.

Numa outra ocasião, um professor adoeceu e ficaria ausente por uma semana. Para não deixar suas turmas sem aulas, a diretora me propôs que eu passasse vídeos educativos enquanto dava aula numa outra sala. Como era uma escola pública, não havia uma videoteca, isso me levaria a uma locadora onde passaria bastante tempo selecionando vídeos entre os disponíveis, mas eu trabalhava nos três turnos, teria pouco tempo para a pesquisa. Crente que estava me ajudando, a diretora me propôs O Sexo dos Animais. Eu não conhecia o vídeo, nunca ouvira falar dele, mas se a diretora estava sugerindo, não havia o que temer.

Loquei o filme, levei a molecada para a sala de audiovisuais, dei orientações sobre o comportamento, que anotassem suas dúvidas, mais tarde, em outra aula, conversaríamos a respeito. Deixei a meninada lá e fui para a sala onde eu deveria dar aula. Não demoraram cinco minutos, comecei a ouvir gritaria da sala de vídeo. Corri pra lá. O maldito filme, do qual jamais esqueci o nome, não era nem um pouco educativo. Era, isso sim, um pornô animal, quase uma apologia à zoofilia. Cacete! Que atitude tomar agora? Como minimizar os males? Dei pause, passei um sabão na turma por causa de sua infantilidade, fiz um discurso sobre a naturalidade do sexo entre os nimais, que aquilo era natural e blá-blá-blá, a maior cascata. Ah, minha facilidade de improviso...

Depois de dominar a turma, tentei sair por cima dando-lhes o castigo de não verem mais o vídeo, que voltassem pra sala que eu mandaria a diretora se entender com eles. De lá fui à sala da diretora e mostrei minha insatisfação. Que se aparecessem pais, ela que assumisse a responsabilidade da cagada que fez, escabriado que eu estava por conta do episódio anterior.

  • Piadinha que recebi por e-mail:
Jesus visita Lula.
Sempre nos disseram que devíamos seguir os seus ensinamentos, PORTANTO...
Lula discursava para dezenas de milhares de pessoas no Anhangabaú, em SP ,quando, de repente aparece Jesus Cristo baixando lentamente do céu.
Quando chega ao lado de Lula, lhe diz algo ao ouvido. Então Lula dirigindo-se à multidão diz:

- Atenção, companheiros! O companheiro Jesus Cristo aqui quer dizer umas palavras para vocês.


Jesus pega o microfone e diz:

- Povo brasileiro, este homem que tem barba como eu, não lhes deu o pão do conhecimento da mesma forma que eu fiz?

O povo responde:
-Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!
- Não é verdade que, assim como eu multipliquei os pães e peixes para dar de comer a todos, este homem inventou o fome zero para que todos pudessem se alimentar?
-Siiiiiiiiiiiiiiiiiiim!, respondeu o povão.
-Não é verdade que assegurou tratamento médico e remédios para os pobres,assim como eu curei os enfermos?
O povo grita:
-Siiiiiiiiiiiiiiiiim!
-Não foi traído por companheiros de partido, assim como eu fui traído por Judas?
O povo então gritou ainda mais forte:
- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!
- Então o que vocês estão esperando para crucificar esse filho da puta?

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