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domingo, agosto 05, 2007


Glauco, Folha de São Paulo


  • Neguinho fica puto quando digo reiteradamente que o brasileiro é desonesto, basta ter a oportunidade que ele faz algo desaprovável do ponto de vista legal. Concordo que estou generalizando e isso é perigoso, mas os exemplos vêm das mais diversas formas e numa constância impressionante. Não foi à toa que os mais antigos cunharam a máxima "a ocasião faz o ladrão".

Quando o avião da Gol caiu no meio da floresta amazônica, só quem teve acesso ao local foram tropas federais da FAB, da Polícia Federal, do Exército e dos órgãos responsáveis pelo tráfego aéreo, e agora vem a notícia que as vítimas foram pilhadas, ou seja, seus pertences foram roubados. Eram homens que deveriam nos dar segurança e alento, aqueles que são tratados como heróis, que enfrentam intempéries e as dificuldades do terreno para resgatarem os corpos e os devolverem para suas famílias e amigos, como podem nos chocar praticando roubos, ainda mais de pessoas mortas?

Houve o caso do telefone celular de uma senhora que foi encontrado no Rio de Janeiro. A pessoa que se apoderou do aparelho ainda teve o displante e insensibilidade de ligar para o marido da vítima e o chamar de "Pretinho", que era a maneira como a esposa o chamava, provavelmente armazenado na memória do telefone.

Jóias, alianças e documentos também se extraviaram e não foram entregues às famílias. Com esses documentos, fraudes estão acontecendo, inclusive empréstimos bancários. Uma desgraça vergonhosa nos dá a reboque a veronha das pilhagens, dos roubos, das fraudes...

Oh, minha Botswana querida, espere por mim...

  • Quebrando tratados internacionais, autoridades deixam vazar as informações da caixa-preta da TAM. Não bastasse isso, resolvem acusar a imprensa. Não somos tão imbecis em achar que havia um jornalista escondido na reunião secreta em que os parlamentares tomaram conhecimento do conteúdo do artefato. De cara deu pra perceber que o vazamento havia sido feito por algum deputado, maneira imbecil que eles arrumaram para chamar a atenção para a CPI que estão promovendo como um show de horrores para mostrarem que estão preocupados com o péssimo estado da aviação comercial. Ontem alguém teve o displante de dizer que quem vazou o conteúdo foi a Aeronáutica, justamente quem mais chamou a atenção para a obrigatoriedade do sigilo, sob ordens do novo ministro, Nélson Jobim. Uma babaquice com erro cronológico. O vazamento aconteceu antes da posse de Jobim, o ministro ainda era o finado Waldir Pires.

  • A pena máxima que um condenado pode cumprir no Brasil é 30 anos, certo? Praticamente todo condenado tem direito a um monte de benefícios, inclusive redução de pena, certo? Presos primários têm direito a cumprirem apenas 1/6 da pena em regime fechado, certo? Então, se um réu primário seqüestrar, estrupar e matar uma criança, por exemplo, para cumprir a pena máxima terá que ser condenado a 180 anos de prisão? E ainda tem gente que acha que as leis são boas...

  • O Datafolha disse hoje que a popularidade de Lula continua em 48% afirmando que seu governo é bom ou ótimo. A movimentação Fora Lula ocorrida ontem em boa parte do Brasil foi fraca, muito abaixo da expectativa dos promotores. Já que nada parece conseguir acordar o senso crítico nacional, sugiro a campanha "Dê Um Jornal a Quem Sabe Ler".

  • Renanzinho que se prepare, recomeçou a enxurrada de denúncias. Já vejo seus pares declarando diante das câmeras e microfones, que as novas denúncias nada têm a ver com o motivo do processo de impeachment a que responde. Isso significa que ele pode usar laranjas para montar um coglomerado de rádios, pode usar notas frias em vendas e compras de gado, pode usar dinheiro da contravenção para bancar sua campanha, que está tudo bem. Ele só não pode pagar suas despesas pessoais com dinheiro de empreiteira. Isso, sim, é crime e quebra do decoro. Decoro para legisladores tem significado diferente do que para nós, palhaços pagadores de impostos.

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