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sexta-feira, agosto 31, 2007


Paixão, Gazeta do Povo, PR


  • Como componente do Conselho de Sentença da Comarca de Eunápolis, ouço o juiz dizer, antes de cada julgamento, os impedimentos para um jurado. Entre eles: "não pode fazer parte do Conselho de Sentença quem responde a processo similar ao a ser julgado". Como é que um promotor assassino, como aquele rapaz paulista, agora transferrido para Jales, pode ser acusador? Quer dizer, jurado homicida não pode julgar réu de homicídio, mas promotor homicida pode acusar réu homicida. Vá entender um negócio desses.

  • Muito tem se falado nos blogs sobre a campanha do estadão que os blogstars consideram ofensiva. Num debate entre os jornalistas e os blogueiros, chegaram a uma conclusão unânime: tem muita porcaria na internet. Só uma perguntinha ingênua: por acaso não existe um monte de porcaria nos jornais? Tô nem aí pra essa briga, só não me venham criar conselhos, agências, órgãos reguladores e coisas que tais para nós blogueiros. Se o que atrai o sujeito comum, como eu, a montar seu blog é justamente a liberdade que se tem para dizer o que quer e ser lido por quem quiser, que o Estado não se meta nessa seara. Pior é que tem blogueiro defendendo essa idéia. De uma Agência Nacional de Blogs à cobrança de taxas e impostos é um pulinho. Vão caçar o que fazer e me deixem falar minhas bobagens no meu cantinho, sossegado!

  • Opa! Renanzinho e seus asseclas perderam o direito ao voto secreto? A princípio isso é muito bom, pode ser um indicativo de como será a votação do relatório na próxima quarta-feira. Dedos cruzados, rapaziada!

  • Dois trens se chocaram em Nova Iguaçu, oito mortos e cinco minutos nos telejornais. Amanhã ninguém lembra mais. Rico não anda em trem suburbano.

  • Por falar em estado intrometido, os deputados estaduais paulistas tendem a aprovar lei proibindo o uso de celular por estudantes em salas de aula. E precisa essa formalidade toda? Os diretores e professores é que devem regulamentar isso, não vejo necessidade nenhuma do estado se intrometer. Menos Estado na vida do cidadão, por favor! Talvez assim as coisas funcionem.

  • E o plano fiscal do governo federal já prevê um aumento da carga tributária para 2008, que poderá chegar a 24,9% do PIB, ou seja, trabalharemos 1/4 do ano só para pagar impostos. O lado menos ruim da notícia é que planeja-se reduzir essa carga em 2011. Fizeram as contas? Pois é, 2011, no governo do sucessor de Lula. Analisando melhor: se houver um terceiro mandato, é lógico que a carga tributária não diminuirá. Óbvio! Se o PT e seus amiguinhos perderem as eleições, a carga também não diminuirá, é claro. Como o próximo governo diminuirá sua arrecadação se no atual tanto dinheiro não consegue diminuir as mazelas sociais? Esse aumento de impostos tem tudo para seguir a trajetória da CPMF, que foi de provisória para permanente e muito criticada pelo PT quando criada por FHC. CORJA!

  • Semana passada assaltaram meu vizinho de baixo e levaram seu carro. Ontem, 11 horas, me deitei pra dormir e fui assustado por dois tiros. Abri a janela a ponto de ver os dois bandidos dobrarem a esquina correndo. Na esquina oposta, dois amigos travados, tesos como estátuas, ainda em estado de choque. Por sorte ninguém se feriu. Os tiros foram dados na direção de um carro, acertando-o no espelho retrovisor e na porta do motorista que havia notado o assalto e buzinado para tentar espantar os bandidos. Cacete! Estou no centro da cidade e começando a ficar com medo de sair de casa. Refém!

quinta-feira, agosto 30, 2007


Veronezi, Gazeta de Piracicaba, SP

  • Ok, pegaram os 40 ladrões, e o Ali Babá?

  • Ao contrário da historinha, o nome do chefe dos ladrões todos conhecem, mas ninguém fala o nome dos 40.

  • As moçoilas ficam numa tremenda dúvida: dão ou não dão? Esperam terem certeza de que o camarada as ama de verdade para só então entregarem-se. Bobagem, meninas. Se ele só quiser o que você tem medo de dar, eles farão juras de amor eternas e depois dão um jeitinho de fugir. Portanto, dêem se quiserem e não se eles quiserem, afinal, eles sempre querem. Como disse a uma amiga, se homem fosse bom, eu arrumava um pra mim.

  • Com a melhoria da medicina, as informações pipocando a torto e a direito, a classe média não tem mais cáries e nem faz extrações de dentes. Os dentistas, milhares sendo graduados a cada ano, criaram um plano B para não morrerem de fome: inventaram que o dente do siso é apenas um capricho da natureza, uma coisinha inútil, daí passaram a defender uns trocadinhos aconselhando a todo mundo extrair os quatro. Ó pa isso! Os caras não fazem mais extrações de dentes ruins e resolveram compensar extraindo os dentes bons. É lógico que dente do siso dói ao nascer, sempre doeu, há milhares de anos dói, mas os caras, mais espertos que a natureza, decretaram a inutilidade dos ossinhos. Assim como os urologistas, que lembram o Davi da Bíblia. Para casar-se com a filha de Salomão, recebeu uma missão: só receberia a mão da moçoila se trouxesse cem prepúcios de judeus. Sabidão, Davi trouxe logo mil, para que não restasse dúvida. Os urologistas pegam qualquer homem com um pedra nos rins e aconselham logo a circuncisão. O prepúcio, segundo eles, é inútil, dificulta a higiene, diminui o prazer sexual e blá-blá-blá, um discursozinho provavelmente ensaiado num congresso qualquer lá deles. E o que se vê hoje é um monte de velhos arrancando o courinho com medo de câncer. Mais uma vez os médicos venceram a natureza.

terça-feira, agosto 28, 2007


Pater, A Tribuna, ES


  • Já vibrei com a prisão do Maluf, já comemorei a renúncia de ACM, orgasmei ao ver Jáder comalgemas... Depois de tantas alegrias, uma tremenda decepção. Em se tratando de julgamento do mensalão, prefiro esperar. Sem falar que os caras foram apenas processados, até agora. Para o julgamento ainda se vão alguns muitos anos. A Justiça brasileira é mais lenta que uma tartaruga paraplágica subindo ladeira escorregadia.

  • E o Quintanilha já está fazendo Lobby para que a vortação de Renan seja secreta. Os tolinhos aí sabem o que isso significa, não sabem?

  • Na Papua-Nova Guiné as famílias estão enterrando vivos os doentes terminais de AIDS. Se os pobres coitados estão sendo enterrados vivos porque a doença chegou a um ponto de total falta de controle, se aplicarmos aqui a mesma iniciativa, quantas caçambas de areia precisaremos para enterrar o Congresso Nacional?

  • E ANAC está esvaziando... Só não cai o presidente. Não aquele, mas o da ANAc mesmo.

  • E o ministro do STF, MArco Aurélio Mello, o primo de Collor, disse que o julgamento do mensalão não acabará em pizza. Devem ter enjoado do prato e trocarão por calzzone.

  • Já são 37 os réus, entre os 40 indiciados. Sendo eles milhares, é pouco, mas talvez seja um bom começo. Lá vem meu otimismo de novo...

  • Mais um escandalozinho, fresquinho, saindo do forno. Arlindo Chinaglia mandou abrir sindicância para apurar a denúncia que o procurador da Câmara está praticando nepotismo. Alexandre Santos, do PMDB-RJ estaria empregando funcionários fantasmas. Entre os contratados estava uma sobrinha, Simone, que mora em Niterói, com um salário de mais de 6 mil reais, e quatro parentes de sua chefe de gabinete.

  • Mudando de papo. Um sujeito de 32 anos, morador de Tanabi, interior de São Paulo, e fiel da Congregação Cristã do Brasil, ao ser advertido pelos pastores que não poderia praticar sexo fora do casamento, o recém-separado evangélico resolveu cortar o mal pela raiz. Com uma tesoura tentou decepar o próprio pênis. Isso é que é radicalismo: antes sem pinto do que morador do inferno.

segunda-feira, agosto 27, 2007


Henrique, Tribuna da Imprensa, RJ


  • Em entrevista ao Estado de São Paulo, Lula disse que quem aceita governar por três mandatos seguidos é um ditadorzinho. Se ele está fazendo jogo de cena e esperando ser aclamado pelos eleitores e pelos coligados para se candidatar de novo, péssima notícia para nós, em vários sentidos. Primeiro porque suas chances, não há como se negar, seriam grandes; segundo que para uma emenda constitucional ser aprovada no sentido de permitir uma segunda reeleição custaria muita grana, nada lícita, diga-se de passagem. Grana para comprar parlamentares do jeitinho que FHC fez para que fosse aprovada sua própria reeleição. De qualquer maneira, fica de bom o recado indireto enviado para seu ex-amiguinho Hugo Chávez e para que nós possamos cobrar mais tarde, caso ele mude de idéia.
  • Ainda tem alguém aí que guarda dinheiro em colchão? Pouco provável, né? Mas o Renanzinho disse que guardava a grana da pensão para a jornalista pelada mãe de sua filha em casa. Deu pra sacar? O cara paga R$ 12 mil de pensão e guarda essa grana em espécie, em casa. Daí, sem tempo para fazer a entrega pessoalmente, pedia para o sujeitinho da empreiteira fazer o favorzinho de levar a grana para a ex-amante. Eu devo ser muito bobo mesmo para acreditar nessa balela...
  • Há cinco anos li na Veja um estudo da Unicamp associando o mal de Chagas ao consumo do açaí, no Pará. CINCO ANOS! Só agora a notícia chega ao ministério da Agricultura, ao Ministério da saúde e aos demais órgãos da imprensa. Eu gostaria de saber quantas infecções ocorreram nesse tempo podendo ser evitadas se as autoridades tivessem feito alguma coisa.
  • Depois do caso de assassinato da estudante Cláudia Caron, no Paraná, cujos assassinos foram presos e um deles será tratado como menor porque cometeu o crime quatro dias antes de completar dezoito anos, ainda tem alguém que ache que o Código Penal não precise de reformas urgentes?
  • Os mensaleiros que já viraram réus:

- Ânderson Adauto, ministro dos transportes, por lavagem de dinheiro;

- Anita Leocádia, ex-assessora do deputado Paulo Rocha, por lavagem de dinheiro;

- Ayana Tenório, dirigente do Banco Rural, por gestão fraudulenta de instituição financeira e lavagem de dinheiro;

- Breno Fischerg, sócio da financeira Bônus-Banval, por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro;

- Carlos Quaglia, dono da empresa Natimar, por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro;

- Cristiano Paz, publicitário, por corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro;

- Enivaldo Quadrado, dono da corretora Bônus-Banval, por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro;

- Geiza Dias, ex-auxiliar da empresa de Marcos Valério, por lavagem de dinheiro;

- Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro;

- joão Cláudio Genu, ex-assessor do PP, por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro;

- João Magno, ex-deputado federal do PT, por lavagem de dinheiro;

- João Paulo Cunha, deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, do PT, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato;

- José Janene, ex-deputado e ex-tesoureiro do PP, por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro;

- José Luiz Alves, ex-chefe de gabinete de Ânderson Adauto, por lavagem de dinheiro;

- José Roberto Salgado, dirigente do Banco Rural, por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira;

- Kátia Rabello, dirigente do Banco Rural, por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira;

- Luiz Gushiken, ex-ministro da Secretaria de Comunicação, por peculato;

- MArcos Valério, Publicitário, por corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro;

- Paulo Rocha, deputado federal do PT, por lavagem de dinheiro;

- Pedro Corrêa, ex-deputado federal pelo PP, por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro;

- Pedro Henry, deputado federal pelo PP, por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro;

- Professor Luizinho, ex-deputado federal pelo PT, por lavagem de dinheiro;

- Ramon Hollerbach, publicitário, por corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro;

- Rogério Tolentino, publicitário, por lavagem de dinheiro;

- Simone Vasconcelos, ex-diretora da SMPB, empresa de Marcvos Valério, por lavagem de dinheiro;

- Vinícius Samarane, dirigente do Banco Rural, por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira.

Algumas coisinhas me chamam a atenção: 1. Tanta gente processada por formação de quadrilha, mas nenhum chefe da quadrilha processado, como José Dirceu, Delúbio, Genuíno, Lula,...; 2. Quem será condenado? Provavelmente o porteiro.

domingo, agosto 26, 2007


J. Marcos, Diário do Aço, MG


  • Na simpática Capanema, no nordeste do Pará, cidade que tive o prazer de conhecer há alguns anos, uma professora primária de uma escola municipal, passou um trabalho de pesquisa. Ao chegar em casa um dos alunos, perguntado pelo pai qual o tema da pesquisa, o garoto, constrangido, mostrou: o que significavam determinados palavrões. E os palavrões foram especificados pela professora, embora não repetidos pelos jornais. A cidade entrou em polvorosa, a professora chamada a se justificar diante das autoridades e coisa que tal. A princípio a gente pode até condenar a professora, mas eu entendo a posição da pobre mulher, entendo, sim.

Não vou tentar justificar seu ato, talvez precipitado. É óbvio que as crianças aprenderão e algumas até usarão palavrões futuramente, mas, ao propor a pesquisa, a professora pulou etapas. Talvez justificando-se que os palavrões são usados pelas crianças, a professora tenha tentado desmistificar seu uso, usar didaticamente o palavreado chulo para educar e tentar fazer com que seus alunos não usassem. Uma idealista que desconheceu um fator importantíssimo no sistema educativo: a família. Com certeza entre os defensores da professora surgirão os que acusarão a família e a sociedade de hipocrisia. Não chego a tanto. Uma coisa é ver outras crianças xingando, outra é ver seu filho xingando e uma terceira é ver a professora usando xingamentos como material didático.

Me lembrei de uma ex-namorada que me disse que só entendeu o que significava a palavra caralho depois de sua irmãzinha de treze anos explicar. Não se tem como negar que as crianças têm acesso fácil ao palavreado chulo, ele é usado em qualquer esquina por pessoas de todas as idades e classes sociais e, algumas muitas vezes, até pelos pais.

No início de carreira, numa pindaíba de dar medo, eu aceitava qualquer função. Numa escola estadual me foram oferecidas aulas de ciências e eu topei, embora não fosse minha área. Eu dominava o assunto e sabia que poderia dar conta do recado sem prejudicar o aprendizado da molecada e isso realmente aconteceu, modéstia à parte. Fui muito bom professor.

Um dia um garoto apareceu com um tubinho no qual continha, hummm, como direi?, hummmm, o produto de seus prazeres solitários. O moleque, de uns treze, quatorze anos, queria ver seus soldadinhos em caça submarina. Peguei o material, preparei uma lâmina e coloquei no microscópio. O que eu deveria fazer? Proferir um discurso dizendo que a masturbação é um pecado? Que quem se masturba cria pêlos nas palmas das mãos? Aproveitei a curiosidade do moleque e dei uma aula interessante, discorri sobre os aparelhos reprodutores masculino e feminino, sobre gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis... A curiosidade gerou uma semana de aulas proveitosas e com uma tremenda participação das crianças.

Mas... A direção da escola recebeu uma comissão de pais que me ameaçaram de processo, fizeram uma tremenda quizumba. Por sorte, minha capacidade de persuasão os demoveu desse intento e minha segurança de que não havia feito nada errado me ajudou a convencê-los que seus filhos saíram ganhando mais com minhas aulas do que com a ignorância que levariam para ser saciada por colegas tão ou mais desinformados que eles. No fim saiu tudo bem.

Numa outra ocasião, um professor adoeceu e ficaria ausente por uma semana. Para não deixar suas turmas sem aulas, a diretora me propôs que eu passasse vídeos educativos enquanto dava aula numa outra sala. Como era uma escola pública, não havia uma videoteca, isso me levaria a uma locadora onde passaria bastante tempo selecionando vídeos entre os disponíveis, mas eu trabalhava nos três turnos, teria pouco tempo para a pesquisa. Crente que estava me ajudando, a diretora me propôs O Sexo dos Animais. Eu não conhecia o vídeo, nunca ouvira falar dele, mas se a diretora estava sugerindo, não havia o que temer.

Loquei o filme, levei a molecada para a sala de audiovisuais, dei orientações sobre o comportamento, que anotassem suas dúvidas, mais tarde, em outra aula, conversaríamos a respeito. Deixei a meninada lá e fui para a sala onde eu deveria dar aula. Não demoraram cinco minutos, comecei a ouvir gritaria da sala de vídeo. Corri pra lá. O maldito filme, do qual jamais esqueci o nome, não era nem um pouco educativo. Era, isso sim, um pornô animal, quase uma apologia à zoofilia. Cacete! Que atitude tomar agora? Como minimizar os males? Dei pause, passei um sabão na turma por causa de sua infantilidade, fiz um discurso sobre a naturalidade do sexo entre os nimais, que aquilo era natural e blá-blá-blá, a maior cascata. Ah, minha facilidade de improviso...

Depois de dominar a turma, tentei sair por cima dando-lhes o castigo de não verem mais o vídeo, que voltassem pra sala que eu mandaria a diretora se entender com eles. De lá fui à sala da diretora e mostrei minha insatisfação. Que se aparecessem pais, ela que assumisse a responsabilidade da cagada que fez, escabriado que eu estava por conta do episódio anterior.

  • Piadinha que recebi por e-mail:
Jesus visita Lula.
Sempre nos disseram que devíamos seguir os seus ensinamentos, PORTANTO...
Lula discursava para dezenas de milhares de pessoas no Anhangabaú, em SP ,quando, de repente aparece Jesus Cristo baixando lentamente do céu.
Quando chega ao lado de Lula, lhe diz algo ao ouvido. Então Lula dirigindo-se à multidão diz:

- Atenção, companheiros! O companheiro Jesus Cristo aqui quer dizer umas palavras para vocês.


Jesus pega o microfone e diz:

- Povo brasileiro, este homem que tem barba como eu, não lhes deu o pão do conhecimento da mesma forma que eu fiz?

O povo responde:
-Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!
- Não é verdade que, assim como eu multipliquei os pães e peixes para dar de comer a todos, este homem inventou o fome zero para que todos pudessem se alimentar?
-Siiiiiiiiiiiiiiiiiiim!, respondeu o povão.
-Não é verdade que assegurou tratamento médico e remédios para os pobres,assim como eu curei os enfermos?
O povo grita:
-Siiiiiiiiiiiiiiiiim!
-Não foi traído por companheiros de partido, assim como eu fui traído por Judas?
O povo então gritou ainda mais forte:
- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!
- Então o que vocês estão esperando para crucificar esse filho da puta?

sexta-feira, agosto 24, 2007



Ronaldo e Jottas, A Charge On Line


  • Antonio Fernando Barros Silva e Souza! Não sei de onde veio, não conheço seu currículo, mas se o caso do Mensalão teve continuidade e está em julgamento é por conta da atuação desse senhor. O procurador geral da República não cedeu às pressões, que devem ter sido muitas, e levou as investigações e o caso adiante, como deveria ser levado todo e qualquer caso envolvendo corrupção. Se vai dar em pizza, ou não, é o que menos me chama a atenção no momento. Estamos calejados, infelizmente. As denúncias são feitas, a imprensa cai em cima, nós ficamos na torcida de que hajam prisões e condenações e terminamos sem poder escolher sequer o molho, a pizza sempre é servida e nós arcamos com o ônus. Mas a atuação desse senhor, low profile, sem buscar os holofotes como as mariposas, é digna de respeito e aplauso. Espero não me decepcionar futuramente, no momento, porém, estou tirando o chapéu pra ele. Enfim uma autoridade que se mostra confiável.

  • Eu faço parte do Corpo de Jurados do Tribunal de Justiça da Comarca de Eunápolis, como alguns de vocês já devem saber. Quando em julgamento, somos orientados a não nos comunicarmos com ninguém mais senão com o juiz. Mesmo se quisermos ir ao banheiro ou tomar um copo d'água, é a ele que devemos nos dirigir e não a um bedel. Se a incomunicabilidade for quebrada, o julgamento pode ser cancelado e o jurado responder a processo. A justificativa para isso é se evitar a combinação de votos, o que poderia condenar ou absolver o réu independentemente das provas apresentadas, para que haja isenção no julgamento. No julgamento do Mensalão, como nos demais julgamentos no Supremo - se eu estiver errado, alguém me corrija, por favor - os jurados são os próprios juízes togados o que pressupõ-se que a combinação de votos entre eles é tão condenável quanto a combinação de votos entre mim e um segundo jurado quando estivermos julgando o joãozinho-ladrão-de-galinhas. A troca de e-mails entre os meretíssimos apresentada em reportagem de O Globo e noticiada por toda a imprensa é mais uma comprovação de que todos somos iguais perante a Justiça, só que alguns são mais iguais que outros. A OAB, em mais uma demonstração do corporativismo dos advogados, ao invés de condenar a postura dos magistrados, condena a divulgação da notícia, condena a imprensa por ter mostrado um pouquinho do que se passa nos subterrâneos do Judiciário. Não me venham pousar de homens sérios enquanto fazem chacota do povo laico, por favor.

  • Estudo do Banco Mundial afirma: 56% dos empregos da América Latina são informais. Segundo informes da Fiesp, o percentual brasileiro é bem próximo disso, ou seja, quase a metade da população brasileira não depende das leis para sobreviver, sorte dela. Se fôssemos esperar pelo estado e suas políticas, estaríamos à míngua, passando ou morrendo de fome. Peguemos como exemplo a Feira de Caruaru, de onde mais de 30 mil famílias retiram seu sutento. Toda aquela gente vive, e alguns vivem muito bem, por conta de seu próprio empreendedorismo e não por conta das políticas sociais ou empregos formais. Em cada cidade brasileira, em maior ou menor proporção, existe uma Feira de Caruaru e é essa gente que movimenta a economia, que faz girar o capital, que detêm uma fotuna tão grande ou maior que as grandes empresas que ocupam a mídia e os comerciais. Ainda bem que o Estado ainda não encontrou uma forma de taxar os informais, assim eles podem viver tranqüilos sem ter que pagar altos impostos que movimentam a corrupção com muito mais força e velocidade.

  • E por falar em Estado ineficiente, incapaz e despreparado, depois de 88 dias de greve e mortes, o governo de Alagoas resolveu dar 39% de reajuste salarial para o pessoal da saúde. Esperaram pessoas morrerem, hospitais fecharem e a imprensa nacional começar a fazer pressão para tomarem uma atitude que poderia ter sido negociada desde o começo. CORJA!

quarta-feira, agosto 22, 2007

Aroeira, O Dia, RJ




Há exatos dois anos, de madrugada, enquanto eu dormia, um bandido escalou a fachada do meu présdio, entrou no meu apartamento e "fez a limpa". Na ocasião eu estava dormindo, o que deve ter espantado o crápula que saiu sem levar muita coisa. Pela primeira vez eu havia sido roubado na vida. Coloquei grades nas janelas, embora more no primeiro andar, e fiquei um pouco paranóico, redobrando os cuidados com a segurança. Havia chegado à conclusão que também sou vulnerável.




Nesta segunda-feira, no intervalo do almoço, a vizinha do apartamento térreo foi assaltada, revólver nacara e tudo o mais, invadiram seu apartamento, levaram sua bolsa com documentos e o carro. Olhando a foto, meu prédio é justamente o rosa, no meio da quadra, como diz a reportagem. No momento do assalto eu estava em casa, assistindo ao jornal e nada ouvi. O marido dela também estava em casa, dormindo no quarto, por sorte continuou dormindo ou algo pior poderia ter acontecido.


Ontem, por volta das 20 horas, a dona daquela casa que se vê lá ao fundo, em frente ao prédio verde, teve sua casa invadida por dois bandidos que a colocaram em seu próprio carro, junto com o marido e os dois filhos, crianças ainda. Fizeram-na ir ao banco e retirar toda a grana possível. Moramos bem no centro de uma cidade que eu me orgulhava de ser tranqüila, pacífica e segura, e agora ando amedrontado.


A crise de segurança está em todo canto, não tem mais volta. Enquanto as leis forem frouxas, as polícias mal remuneradas, mal treinadas, mal aparelhadas e em número insuficiente de pessoal, e não apenas aqui, mas em cada cidade do país, não nos resta outra alternativa do que vivermos trancados em casa, paranóicos, morrendo de medo não só dos assaltos, mas de bandidos mais violentos que possam nos causar danos físicos ou coisa pior.


Fora a histórica ineficiência do Estado em tratar com as questões de segurança, há ainda uma mais nefasta contribuição do atual governo federal em favor da marginalidade. A partir do momento que o idiota-mor discursa culpando quem trabalha, quem estuda e quem produz pelas desigualdades sociais, incentivando os mais pobres e miseráveis a se rebelarem não contra essas desigualdades, mas contra quem tem um pouco ou muito mais que eles, a quem poderemos reclamar?


Há dois meses recebi um telefonema da Legião da Boa Vontade, me pedindo para autorizar um débito em minha conta de energia para beneficiar a LBV na compra de fardamento e material escolar para estudantes jovens. Sensibilizado, autorizei. Na semana passada um sujeito, com aquela conversinha mole de aproveitador, me telefonou agradecendo pela contribuição. Ok, não tem de quê, crente que era apenas um agradecimento. Tolinho, eu. O cara queria e insistiu para que eu fizesse nova contribuição, até que perdi a paciência: "amigo, eu ajudo e continuarei ajudando quando puder e a quem quiser. Já lhe disse que no momento não estou podendo. Por favor, não insista". Mas o cara insistiu. Me encheu o saco. Pô! Não sou rico, não tenho grana sobrando, trabalho feito um mouro pra poder ter um padrão aceitável de vida e o cara acha que tenho a obrigação de dar o que ele quer e não o que posso. Não me xingou, mas passou perto. E é assim que o país caminha.


Saiu uma informação ontem na imrensa: 1 em cada 4 brasileiros são beneficiados pelas bolsas sociais. Que porra é essa? Quer dizer que 25% da população está vivendo de esmolas? E, se não bastasse a grana de nossos impostos ir para as mãos de quem não trabalha, ainda somos obrigados de desembolsar mais, do nosso próprio bolso? No que estão transformando esse país? Numa favela institucionalizada? Numa sociedade em que as desigualdades são camufladas pela esmola obrigatória do contribuinte dando ao governo o título de Robin Hood, o paladino da justiça e da cidadania?


Com educação de qualidade, saúde, segurança, emprego, transporte, moradia que são obrigações constitucionais do governo, o pobre não pode contar, mas com o meu e o seu dinheiro, ele pode ter como certo e,se não tiver, pode se rebelar contra. É muita filadaputice pro meu gosto.


A escola particular onde trabalho fica a 500 metros da minha casa. Em sua frente fica uma praça. Nessa praça os alunos de uma escola estadual se reúnem para pegar o ônibus escolar. de uns tempos pra cá vimos nos preocupando com as animosidades criadas pelos pobres garotos do estadual, mas agora a coisa está ficando séria e pressinto que não vai acabar bem. Ontem, quando inha para casa, vi um garoto, treze anos, aluno meu, cercado por quatro garotos do estadual. Vi que algo errado estava acontecendo. Me aproximei e os garotos correram. Estavam assaltando meu aluno. Crianças! Uniformizadas! Saindo da escola! Porra! Não são marginais de nascença, são estudantes! estão se tornando bandidos pelas facilidades que o poder público está lhes dando de ficarem inimputáveis e com o direito de tirarem de outras crianças aquilo que as bolsas-esmolas não podem dar e que não é dever do estado dar.


Estou com medo, muito medo do caminho que estamos trilhando e não vejo sequer a bundinha de um vaga-lume no fim do túnel.


segunda-feira, agosto 20, 2007


Benett, Gazeta do Povo, PR


  • O médico oncologista e ex-ministro da saúde italiano, Humberto Veronesi, afirmou que a humanidade caminha para o bissexualismo como evolução natural da espécie. Para um cientista conhecido e respeitado, não estaria o doutor advogando em causa própria? Se isso acontecer, prefiro ser tratado como um neandertalensis. Tenho jeito pra coisa, não.

  • Já o presidente francês, Sarkuzy, defende a castração química para pedófilos. Ô, presidente, tem meu apoio. Agora, uma sugestãozinha: defenda também lobotomia para políticos corruptos e bandidos de toda espécie.

  • O governo federal resolveu aposentar o programa Primeiro Emprego, mais um que não colou, assim como o natimorto Fome Zero, mas não vai abandonar a causa. O Primeiro Emprego se transformará em Projovem, que contará com um orçamento de R$ 500 milhões e se voltará para a qualificação e capacitação de jovens de 18 a 29 anos para o mercado de trabalho. Estarão envolvidos no projeto os ministérios do Trabalho, Saúde, Educação e Ciência e Tecnologia e o Projovem faz parte do que o governo está chamando de PAC Jovem. Caceta! Quando é que esses caras descerão do palanque e tomarão atitudes realmente proveitosas ao invés desse monte de projetos e planos que não conseguem caminhar mais que um quarteirão sem cansar? Eu mesmo respondo: NUNCA! Iso dá dinheiro à beça para ONGs dos amiguinhos qque recebem a fundo perdido e jamais prestam contas do que recebem, assim como os sindicatos.

  • É uma piada atrás da outra... Renan Calheiros se queixou hoje que a obstrução das votações por parte da oposição é contra a democracia. Os líderes oposicionistas se recusam a votar enquanto Renan estiver na presidência do Senado. Ou seja, indiretamente, quem está obstruindo a pauta é Renan e não a oposição. Isso é chantagem? Lógico que é, o que se esperar de gente do PSDB e do DEMônios? Eles sempre fizeram política dessa maneira. É o roto falando do maltrapilho e vice-versa.

  • A administração do Senado dá os números, a Casa tem 3.461 funcionários efetivos e 2.785 comissionados. Entre esses estão os parentes de 19 senadores. A folha de pagamento é de R$ 59,8 milhões/mês. Ou seja, lá dentro tem 6.426 pessoas recebendo, em média, R$ 9.574,12 por mês, fora os salários e verbas de escritório dos próprios senadores. E, mesmo com toda essa grana, não conseguem fazer o país andar. Em comparação, para acudir a saúde de Alagoas, destruída e paralisada há 40 dias, o governo liberou R$ 26 milhões, podendo ser usados apenas R$ 3 milhões para pagar os funcionários todos. Depois eles vêm nos falar que estão fazendo justiça social. NO CU, PARDAL!!!

domingo, agosto 19, 2007


Frank, A Notícia, SC


  • O casalzinho de alemães, dezoito aninhos cada um, prepararam todo o esqueminha para desvirginarem-se mutuamente. Como era um dia especial, a alemanzinha encheu o quarto com velas e tal e coisa. Quando o bem-bom já ia começar, eis que o fogo de uma das velas atingiu o lençol e deu-se início ao incêndio no sótão onde se encontravam. Apavorados, tiveram que fugir pelados e ainda foram fotografados desse jeito. Tadinhos... Se ficar algum trauma, morrerão virgens.

  • Eu estava me sentindo meio desorientado depois da morte de ACM, o último senhor feudal, meu alvo predileto. Assume seu suplente, ACMJr., mas não é a mesma coisa, o cara tem a expressividade e a importância política de um bicho de pé. Acho que vou começar a me concentrar no Neto, esse sim, sujeito perigoso e que carrega a prepotência do avô no sangue.

  • Até que enfim! Embora eu não alimente grandes esperanças. O Mensalão, com 40 pessoas indiciadas, irá a julgamento pelo STF. Assim como no caso histórico dos anões do orçamento, condenado mesmo devem ser um ou dois peixes miúdos. O que vai rolar de acordos por baixo dos panos para livrar a cara dos tubarões...

  • Voltando a falar de bizarrices. Um mergulhador holandês foi fisgado nos lábio pelo anzol de um garoto de treze anos. Esse mergulhador deve ser tão assíduo no esporte que já deve sentir-se um peixe a ponto de querer comer minhocas.

  • Olha a justificativa cínica de Mantega para manter a CPMF: "Ela é fácil de cobrar e você quase não sente". Imagino que esse senhor deva ter feito estágio de batedor de carteiras antes de virar ministro.

sábado, agosto 18, 2007


M. Aurélio, Zero Hora, RS

  • A vida está exigindo um bocado de mim esses dias, por isso não tenho aparecido por aqui ou pelos blogs de vocês, sinto muito. Muitos projetos e muito trabalho e nada a reclamar. Sinto a falta de tempo para visitá-los.

  • Entre as novidades está a disposição de uma produtora de vídeos que me pediu autorização para transformar em curta metragem um dos meus contos publicados no Extremo 21. Tô ficando boçal, me agüentem!

  • Os pastores da igreja Renascer foram condenados a 10 meses de prisão, na Flórida, por contrabando, conspiração e falso testemunho. Quando aconteceu a primeira pisão, grupos de evangélicos protestaram acusando a imprensa de discriminação contra areligião e os evangélicos no geral. A fé pode remover montanhas, mas também causa cegueira.

  • E os banqueiros dizem que o Brasil não tem créditos imobiliários de risco, a causa do terremoto nas bolsas e na economia estadunidense e, por tabela, no resto do mundo. O fato de Brasil não ter esse tipo de crédito é fácil de explicar: só conseguem empréstimos imobiliários quem tem condições de pagá-los, com trocentas garantias. Pobre vai conseguir empréstimo bancário pra comprar casa? Tá, nego...

  • "Têm o mesmo perfil socioeconômico: moradores de periferia, em endereço de difícil localização", essa é a característica dos compradores de gado do Renanzinho, segundo a Folha de São Paulo. Ou seja, laranjas.

  • E Lula não lê (?) reportagens que critiquem seu governo, segundo disse num jantar com a família do Chico Buarque. Acho que tem um monte de coisas mais que ele não lê, como os relatórios da Anac e dos controladores de vôo, que há dois anos já mostravam as falhas e riscos do tráfego aéreo.

  • Os professores e policiais civis do Rio que fizeram greve por melhoria de salários, sabidamente muito mais baixos do que deveriam ser para profissionais tão importantes e abnegados. O governo fluminense, além de não dar os aumenttos, ainda vai descontar, já na folha de pagamento de setembro, os dias não trabalhados. Sem concordar com as medidas de Cabral, vejo aí o uso da autoridade que anda tão em falta no país. O governo federal bem poderia aprender alguma coisa.

quinta-feira, agosto 16, 2007




  • A foto acima, de autoria de Carlos Morillo Dória, mostra como acontecem as aterrissagens no aeroporto de Ilhéus.

  • Quando o governo federal autorizou empréstimos consignados aos aposentados e monte de artistas globais ou não, como Hebe Camargo, Paulo Goulart, Glória Menezes e que tais, apareceram em propagandas incentivando os pobres velhinhos a se endividarem comentei aqui a temeridade que isso era. Agora, dois anos depois, descobre-se uma fraude gigantesca, dentro da própria empresa terceirizada que operava essas transações. Milhares de velhinhos no país inteiro foram lesados por esses marginais que não devem ter pai ou mãe e, se tiverem, devem estar na zona ou em algum presídio por aí. Cada vez me irrito mais com o fato de tuda e qualquer ação virar safadeza no Brasil. Punição, que é bom...

  • O mundo todo está com o toba na mão por conta da crise de falta de liquidez estadunidense, a tal crise imobiliária. A juros baixinhos, o governo deu empréstimo a torto e a direito, envividando os cidadãos e enquiquecendo os especuladores. Com dinheiro barato e farto na praça, os preços foramàs alturas. Com a facilidade de empréstimos, neguinho enfiou os pés pelas mãos e não conseguiu mais pagar. A dívida externa daquele país é a maior do mundo, mas ninguém se preocupa porque ele é rico e poderoso, tem crédito na praça, mas quando a dívida interna estoura, como estourou agora, os credores externos se trancam. Com e conomia globalizada, o efeito dominó é imediato. Falta dólar no mercado, quem tem segura, quem deve não paga, quem tem a receber não empresta mais com medo que o calote se torne ainda maior... Pânico globalizado. E Lula, o sábio onisciente, onipotente e oniausente, jura que o Brasil não será afetado. Caraca! O cara não lê jornal? Ops! Esqueci que ele não sabe ler. As Bolsas estão caindo há três dias, o dólar disparou (bom para os especuladorees, talvez daí sua tranqüilidade)... Segurem-se, cidadãos, hora de poupar e ficar de olhos abertos. Espero estar errado, mas estou sentindo o fedor de carbureto.

  • Há doze anos foi "reformado" o aeroporto de Porto Seguro. Na verdade, mais que uma reforma, aconteceu uma reconstrução. Foi construído um terminal ( o mais desconfortável que conheço Brasil a dentro), a pista foi ampliada e totalmente recapeada, foram instalados radares e todos os euipamentos necessários para a navegação, enfim, foi feito um novo aeroporto. Na época escrevi um artigo para um jornal local, e condenava tal construção, não pela falta de necessidade, mas pela localização. Os aviões decolam justamente sobre a cidade histórica, onde é proibido o tráfego de automóveis por causa da trepidação, que pode causar da trepidação, que pode causar danos aos monumentos. Quer dizer, trepidação de carros não pode, mas pode a de aviões. Além disso, havia uma quantidade enorme de casas e hotéis na área ao redor do aeroporto. Não deu outra: o farol mais antigo do país sofreu rachaduras, o que exigiu uma restauração, as casas se desvalorizaram e as pousadas e hotéis tiveram uma diminuição absurda em sua procura. Diz a lógica e a lei que construções desse porte devem ser projetadas visando, pelo menos, vinte anos futuros. Hoje já se fala na construção de um novo aeroporto para a cidade e justamente no local onde eu dizia ser ideal na época. O custo inicial é de R$ 150 milhões, mas, como estamos no Brasil, ninguém arriscaria dizer quanto serão os custos finais. Basta ver o exemplo dos custos dos Jogos Pan Americanos. Somando-se o que foi gasto na "reforma" anterior e no que será gasto na construção próxima, seria possível ter construíde um tremendo aeroporto com todas as modernidades, conforto e luxo. As empreiteiras e os políticos que farão emendas para o orçamento da União, agradecem.

terça-feira, agosto 14, 2007


Nani, Jornal do Brasil, RJ


  • Uma coisa fica me encafifando: a quem Renan contrariou para que todos os seus podres sejam revelados de uma hora para outra? Já há quem diga que foi à Ambev, a partir do momento que a Schincariol, foi beneficiada pelo dedinho do presidente do Senado quando estava toda encalacrada com problemas fiscais e dívidas com a Previdência Social. Não duvido nada. Caixa dois? Todos têm e Renan ameaçou, nas entrelinhas, abrir o verbo e entregar seus pares, caso as ameaças de cassação tornarem-se sérias; laranjas para abrir rádios? Bobagem todos os caciques políticos fazem isso. Eu seria capaz de chutar que 90% das rádios brasileiras estão ou nas mãos de políticos ou de pastores. A própria imprensa não revela de onde surgiram verdadeiramente as primeiras denúncias para não queimarem suas fontes e continuarem recendo informações de cocheira.

  • E por falar em Renan, o que significa treta, quem deverá ser o relator do seu próximo processo, o de ter beneficiado a Schincariol, é o senador Almeida Lima, de Sergipe. Um doce para quem adivinhar a que partido pertence o dito cujo. Prepara-se uma pizza de laranja.

  • Hoje enviei e-mail para todos os deputados e senadores. Pode acreditar, para TODOS! Peço no e-mail que eles não deixem passar a prorrogação da CPMF. O governo anda mais voraz a cada dia. Hoje Lula sancionou a lei que regulamenta a Timemania, mais uma loteria, não confundir com jogo de azar, tolinhos. Entrando a grana que deve entrar com mais essa loteria, as burras (não estou falando dos políticos) do governo federal vão inchar, por isso o fim da CPMF não será nenhum prejuízo para o erário, sem falar que nem eu, nem tu e nem o rabo do tatu sabemos para onde vai tanta grana arrecadada com esse impostozinho sem vergonha que chamam de Contribuição Provisória.

  • E os deputados de Minas legalizaram o foro privilegiado. O governador vetou e os parlamentares mineiros derrubaram o voto. Se os camaradas fazem tanta questão desse foro privilegiado, é porque sabem que suas vidas estão tão emporcalhadas que vale a pena se prevenirem contra ameaças de futuros processos. CORJA!

  • Pelamordedeus, quando é que alguém vai ter peito para regular as agências reguladoras? Esses órgãos foram criadas para servirem aos contribuintes, mas só fazem as vontades dos empresários. Mais uma boa idéia desvirtuada nessa república de sindicalistas.

  • E o proxeneta Oscar Maroni, dono do puteiro, que os jornais chamam de boate, Bahamas, foi preso e já divulgou um vídeo espinafrando o Gilberto Kassab. Será que esse sujeito tem um caderninho de capa preta que nem a Madame Hollywood tinha? Seria uma beleza vê-lo chantagear juízes, promotores, políticos... Não duvido nada. A propósito, a prostituição no Brasil não é ilegal; ilegal é promover a prática. No fundo eu acho isso uma medida acertada. Se alguém quiser prostituir-se, direito seu, só seus clientes e familiares que têm algo com isso. A lei impede (pelo menos no papel) que alguém se aproveite da prostituição alheia para auferir lucros, evitando a figura do proxeneta, do gigolô e outros que tais.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Colando


Angeli, Folha de São Paulo


O post de hoje veio prontinho, enviado pelo Heber, meu irmão ligadaço no que nos envolve:


Renan e a vingança
A melhor análise sobre a situação do presidente do Senado, Renan Calheiros,
não é de nenhum congressista ou analista político. É do artigo na Folha do
compositor e escritor Nelson Motta: "Nem a Polícia Federal, nem o Ministério
Público, nem a imprensa: foram atos individuais de Pedro Collor, Nicéa Pitta
e Roberto Jefferson que trouxeram à luz as tenebrosas transações que levaram
ao impeachment de Collor, à condenação de Celso Pitta, ao mensalão e à queda
de José Dirceu. Essas pessoas, movidas por sentimentos pessoais, acabaram
prestando inestimáveis serviços ao país. Sem o ódio deles, tudo continuaria
como estava. É o que vale: a história não é feita de boas intenções, mas de
conseqüências. Traições, humilhações, invejas, rancores, o ser humano é
muito sensível a esses sentimentos. Aqui, a vingança não é um prato comido
frio, mas fumegante. Não por acaso, é justamente o medo da vingança de Renan
que atrasa a sua expulsão do Senado".

Enquanto isso, na Câmara dos Deputados...
Frase do deputado Júlio Delgado (PSB), que fez verão em 2005 como carrasco
do processo de cassação de José Dirceu, sobre a relação do governo com os
deputados: "O Planalto sabe que é preciso criar um ambiente favorável. Essa
é governabilidade de amor remunerado. Todo mundo vota de acordo com a
liberação das emendas", disse a O Globo. Já foram liberados 93,7 milhões de
reais nesse mês. A direção da Câmara decidiu que os parlamentares podem
transferir o dinheiro que sobrar da verba para comprar passagens aéreas,
para os gastos com telefone e correio. A Folha dá o exemplo da autor da
proposta, Ciro Nogueira (PP-PI). Ele tem direito a R$ 25 mil mensais para
viagens Piauí-Brasília, suficiente para comprar 29 passagens de ida e volta
com o valor. Como, em média, deputados se deslocam quatro vezes ao mês entre
seu Estado e Brasília, sobrariam 25 passagens, cerca de R$ 21 mil.

Trechos retirados de O Filtro, selecionados por Thomas Traumann colunista de
política e chefe da sucursal da revista ÉPOCA no Rio de Janeiro.

sábado, agosto 11, 2007

Coisas da Corte



Dias cheios, estresse no trabalho, projetos a curto prazo e ocupando todo o tempo e a Justiça, mais uma vez me intima para participar do Conselho de Sentença do júri que se realizou ontem.

Ao chegar ao fórum, procurei saber sobre quem seria julgado, qual o crime. Era o caso de um soldado da Polícia Militar que havia matado um assaltante em 1992. Quinze anos! Me preocupei. Julgamento de militares é sempre um caso tenso. Tememos a policia, quando deveríamos confiar nela como nossos defensores legais. Eles são solidários entre si, se protegem como podem e, numa cidade pequena como a minha, eles sabem quem são cada um, ainda mais eu que, sem querer parecer presunçoso, sou bastante conhecido. Tenho amigos desde o primeiro escalão da prefeitura até a mais pobre família da periferia.

Lógico que com minha "sorte" fui sorteado e nem o advogado de defesa quanto o promotor não me dispensaram.

Naquele ano, por volta da nove e meia da noite, os cabos Carlos e Messias foram atender a uma chamada de uma senhora que dizia que sua farmácia estava sendo assaltada. Os bandidos aproveitaram o momento em que ela e o marido, que moravam na sobreloja, chegavam da igreja e entreabriram a porta da loja para atender a uma amiga que os acompanhava e não passava bem. Assim que eles entraram, os bandidos, que já haviam rendido o vigilante da rua, entraram também, e pediram o dinheiro e alguns remédios alucinógenos.

O marido levava consigo um envelope com pouco dinheiro que havia sido arrecadado durante o culto, dinheiro da igreja, e o entregou, mas disse que não vendia o medicamento que eles pediam. Não acreditando na palavra no senhor, os marginais o levaram para o escritório em busca de um cofre, que não havia e de medicamentos. Aproveitando a confusão, a mulher do farmacêutico pegou o telefone sem fio, trancou-se no quarto com a filha pequena, e ligou para a poícia.

O cabo Carlos, que comandava a viatura, sujeito muito querido e conhecido na cidade, policial experiente, relaxou. Imaginou que os bandidos já haviam fugido, uma vez que a senhora estava dentro da loja assaltada, e não se precaveu. Achando a farmácia com a porta entreaberta, já foi entrando. Um dos bandidos o recebeu com um tiro que o acertou no peito esquerdo. O cabo Messias, também relaxado, havia ficado dentro da viatura e não teve tempo de pegar sua arma. Ao mesmo tempo em que atirava no Cabo Carlos, os bandidos saíram correndo, um em cada direção. Vendo o colega ferido, Messias correu para dar-lhe auxílio, não se preocupando no momento com a fuga dos bandidos.

Poucos metros à frente, um soldado, de folga naquele dia, namorava dentro do carro e se abaixara ao ouvir os tiros, imaginando que eram para si. Um dos bandidos passou correndo pelo seu carro com a arma na mão. O soldado Cardoso, saiu do carro e viu a viatura parada e o cabo Messias correndo para dentro da loja. Saiu correndo pra lá, imaginando que alguém havia se ferido. Ao chegar, sem pestanejar, ajudou Messias a colocar Carlosdentro da viatura e assim que o carro arrancou com a sirene ligada, Cardoso voltou para seu carro, mandou a namorada descer e partiu à caça do rapaz que havia passado correndo por ele.

A caçada não durou muito. Conhecendo bem a região, Cardoso encontrou o bandido se escondendo entre os boxes do merado municipal. Desceu do carro, arma em punho, e deu ordem de prisão ao bandido, Ariosvaldo, que respondeu com três tiros. Cardoso, escondendo-se atrás do carro, também deu três disparos. Um acertou Ariosvaldo também no peito esquerdo. Cardoso, com ajuda de pessoas que trabalham no mercado, colocou o ferido dentro do seu carro e o levou para o hospital.

Ao chegar lá, recebeu a notícia que o cabo Carlos havia morrido e o bandido que ele próprio acertara também morreu antes de receber os primeiros socorros.

Em companhia de messias, foi ao quartel apresentou-se ao comandante, contou os fatos, entregou sua arma e ficou à disposição da PM para as investigações.

Na época, ações desse tipo eram investigadas pela própria polícia. Foi aberto um Inquérito policial Militar que, a exemplo do que ocorre na Justiça comum, é demorado, burocrático e nem sempre inteligente. O caso arrastou-se até 1996, ano em que foi promulgada a lei 9299 segundo a qual incidentes envolvendo policiais militares em que houvesse morte, passavam a ser investigados e julgados pela Justiça comum. O processo que já se arrastava por quatro anos, voltou ao ponto zero, recomeçou, aproveitando apenas os nomes das testemunhas e pessoal envolvido.

Novas oitivas, novos depoimentos e toda aquela lentidão que todos conhecemos.

O soldado Cardoso recebeu uma condecoração por bravura, foi promovido a sargento, mas teve que devolver a patente, voltando a soldado, porque o tal processo o impedia de ser promovido, até que fosse julgado definitivamente. Para completar, o pobre soldado não tinha dinheiro para pagar um bom advogado. Aí entrou a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar da Bahia, que comprometeu-se a bancar os honorários do advogado.

Se por um lado, isso tirava um peso dos bolsos do soldado, por outro, arrumaram-lhe um daqueles advogadozinhos sem compromisso com a causa, sem falar que era um advogado de Salvados, mais de 700 quilômetros distante da cidade em que ocorrera o fato. O cara faltava a audiências, procurava adiar o julgamento, procratinava o tanto que podia e assim se passaram onze anos, até que o juiz local, cansado de tantas manobras e atrasos, deu um ultimato ao advogado que alegou problemas de agenda para fazer-se presente. O juíz o afastou do cargo e nomeou um advogado dativo par defender o soldado Cardoso.

Foi o julgamento mais rápido de que já participei. Na média, os julgamentos vão até as dez e meia, onze horas da noite, os mais complexos vão até as primeira horas da madrugada. Esse nos liberou às quatro e meia. Opromotor, que tem direito a duas horas de discurso, usou apenas uma; o advogado, também com direito a duas horas de discurso, usou apenas 45 minutos. Não houve réplica por parte do promotor, uma vez que ele hava pedido a absolvição do rréu por legítima defesa. Na verdade, só houve julgamento por causa do depoimento do cabo Messias, que dissera, durante o processo policial, que o soldado Cardoso havia dito, ainda no hospital, que havia parado o carro a dois metros de Ariosvaldo, jogado os faróis sobre ele e atirado. Acontecendo assim, esvaia-se a legítima defesa e o caso transformava-se em homicídio simples. O cabo Messias por pouco não comprometeu a absolvição do colega. Isso só ocorreu por conta da perícia técnica que comprovou os disparos feitos pelo bandido.

O outro bandido, aquele que havia desaparecido naquela noite, alguns dias depois foi preso por outro crime e, quando era transferido para a delegacia dentro de uma viatura da Polícia Civil, "homens encapuzados" pararam o carro oficial, retiraram o preso do interior e o fuzilaram sem a reação dos policiais que o acompanhavam, "rendidos pelos seqüestradores". esse caso nunca foi esclarecido. Fácil deduzir o que houve.

O soldado Cardoso foi absolvido por seis votos a um, causando surpresa esse voto contrário, uma vez que a própria promotoria havia solicitado que nós votássemos pela sua soltura. provavelmente um dos jurados cometeu o erro a colocar a cédula "não" dentro da urna, quando estávamos dentro da sala secreta.

Acho que fizemosa coisa certa, o soldado Cardoso, quinze anos convivendo com a insegurança do julgamento, mal assessorado por seu advogado, promovido e rebaixado, detentor de uma folha limpa e sem qualquer outro incidente que comprometa sua postura diante da sociedade, aquele que, mesmo estando em seu dia de folga, teve o desprendimento e a coragem de socorrer um colega ferido e saído, sozinho, à caça de um bandido armado e que vinha praicando assaltos e estupros contunadamente, não merecia ser penalizado. Estamos todos com a consciência tranqüila por termos feito o certo.

quarta-feira, agosto 08, 2007


Amorim, Correio do Povo, RS


  • Já se fala em CPI do Pan. Não creio que sai. Se saísse e fosse séria, poderia comprometer a credibilidade numa futura Copa ou nom pouco provável Olimpíada (ou Olimpíadas, como teimam em errar os jornalistas).

  • Um crédito a história terá que dar a Lula. Uma ditadura do proletariado pode até vir a dar certo em algum lugar do mundo algum dia, mas o presidente já provou por a mais b que uma ditadura sindicalista é um grande fiasco.

  • O problema não é analfabeto votar, mas, sim, analfabeto ser votado.

  • Jobim, tentando fazer média com a classe média, está pedindo que as companhias aéreas aumente o espaço entre as poltronas dos aviões. Prepara mais uma maquiagem. Pode colocar três metros entre uma poltrona e outra que não resolve nada, senão um pouquinho mais de conforto para os passageiros. Ele tem que se preocupar de verdade é com os problemas ocorridos no solo, nos radares, nos softwares problemáticos utilizados pelos controladores, com as pistas mal recapeadas, mau atendimento das companhias, overbook, ...

Dou a mão à palmatória:

Passou Copa América, Pan,

Recesso parlamentar, e a escória

Congressista, não esqueceu Renan.

terça-feira, agosto 07, 2007


Fausto, Olho Vivo




Recebi o texto abaixo de uma amiga e fui checar sua veracidade. Pelo que descobri, a dita carta não foi escrita por Tereza Collor, mas pelo jornalista Mendonça Neto e o jornal em que ela foi publicada foi o Extra de Alagoas e não o do Rio de Janeiro. A participação de Tereza foi apoiar o autor e pedir a divulgação. Não estou divulgando a pedido de Tereza, mas por achá-la bastante interessante, estarrecedora e informativa. Mantive o texto do jeito que recebi e que alguns de vocês também devem ter recebido ou receberão, coisas da internet. Vamos a ela:


CARTA DE TEREZA COLLOR A RENAN CALHEIROS
 
Publicado por Mendonça Neto, Jornal Extra - Rio de Janeiro.
 
 
Carta aberta ao Senador Renan Calheiros
 
"Vida de gado. Povo marcado. Povo feliz". As vacas de Renan dão  cria 24 h por dia. Haja capim e gente besta em Murici e em Alagoas!
Uma qualidade eu admiro em você: o conhecimento da alma humana. Você sabe manipular as pessoas, as ambições, os pecados e as fraquezas.
 
Do menino ingênuo que eu fui buscar em Murici para ser deputado         estadual em 1978 - que acreditava na pureza necessária de uma política de oposição dentro da ditadura militar - você,Renan Calheiros, construiu uma trajetória de causar inveja a todos os homens de bem que se acovardam e não aprendem nunca a ousar como os bandidos.
 
Você é um homem ousado. Compreendeu, num determinado momento, que a vitória não pertence aos homens de bem, desarmados desta fúria do
desatino, que é vencer a qualquer preço. E resolveu armar-se. Fosse qual fosse o preço, Renan Calheiros nunca mais seria o filho do Olavo, a digladiar-se com os poderosos Omena, na Usina São Simeão, em desigualdade de forças e de dinheiros.
 
Decidiu que não iria combatê-los de peito aberto, descobriria um atalho, um mil artifícios para vencê-los, e, quem sabe, um dia derrotaria todos eles, os emplumados almofadinhas que tinham empregados cujo serviço exclusivo era abanar, durante horas, um leque imenso sobre a mesa dos usineiros, para que os mosquitos de Murici (em Murici, até os mosquitos são vorazes) não mordessem a tez rósea de seus donos: Quem sabe, um dia, com a alavanca da política, não seria Renan Calheiros o dono único, coronel de porteira fechada, das terras e do engenho onde seu pai, humilde, costumava ir buscar o dinheiro da cana, para pagar a educação de seus filhos, e tirava o chapéu para os Omena, poderosos e perigosos.
 
Renan sonhava ser um big shot, a qualquer preço. Vendeu a alma,  como o Fausto de Goethe, e pediu fama e riqueza, em troca.
 
Quando você e o então deputado Geraldo Bulhões, colegas de bancada de Fernando Collor, aproximaram-se dele e se aliaram, começou a ser parido o novo Renan.
 
Há quem diga que você é um analfabeto de raro polimento, um intuitivo. Que nunca leu nenhum autor de economia, sociologia ou direito. Os seus colegas de Universidade diziam isso. Longe de ser um demérito, essa sua espessa ignorância literária faz sobressair, ainda mais, o seu talento de vencedor. 
Creio que foi a casa pobre, numa rua descalça de Murici, que forneceu a você o combustível do ódio à pobreza e o ser pobre. E Renan Calheiros decidiu que, se a sua política não serviria ao povo em nada, a ele próprio serviria em tudo. Haveria de ser recebido em Palácios,        em mansões de milionários, em Congressos estrangeiros, como um        príncipe, e quando chegasse a esse ponto, todos os seus traumas        banhados no rio Mundaú, seriam rebatizados em fausto e opulência;        "Lá terei a mulher que quero, na cama que escolherei. Serei amigo        do Rei."
 
Machado de Assis, por ingênuo, disse na boca de um dos seus personagens: "A alma terá, como a terra, uma túnica        incorruptível." Mais adiante, porém, diante da inexorabilidade do        destino do desonesto, ele advertia: "Suje-se, gordo! Quer sujar-se?        Suje-se, gordo!"
 
Renan Calheiros, em 1986, foi eleito deputado federal pela segunda vez. Nesse mandato, nascia o Renan globalizado, gerente de resultados, ambição à larga, enterrando, pouco a pouco, todos os escrúpulos da consciência. No seu caso, nada sobrou do naufrágio desilusões de moço! Nem a vergonha na cara. O usineiro João Lyra patrocinou essa sua campanha com U$ 1.000.000. O dinheiro era entregue, em parcelas, ao seu motorista Milton, enquanto você esperava, bebericando, no antigo Hotel Luxor, av. Assis Chateaubriand, hoje Tribunal do Trabalho.
 
E fez uma campanha rica e impressionante, porque entre seus eleitores havia pobres universitários comunistas e usineiros deslumbrados, a segui-lo nas estradas poeirentas das Alagoas, extasiados com a sua intrepidez em ganhar a qualquer preço. O destemor do alpinista, que ou
chega ao topo da montanha - e é tudo seu, montanha e glória - ou morre. Ou como o jogador de pôquer, que blefa e não treme, que blefarindo, e cujos olhos indecifráveis  intimidam o adversário. E joga tudo. E vence. No blefe.
 
Você, Renan não tem alma, só apetites, dizem. E quem, na política brasileira, a tem? Quem, neste Planalto, centro das grandes picaretagens nacionais, atende no seu comportamento a razões e objetivos de interesse público? ACM, que, na iminência de ser cassado, escorregou pela porta da renúncia e foi reeleito como o grande coronel de uma Bahia paradoxal, que exibe talentos com a mesma sem-cerimônia com que cultiva corruptos? José Sarney, que tomou carona com Carlos Lacerda, com  Juscelino, e, agora, depois de ter apanhado uma tunda de você, virou seu pai-velho, passando-lhe a alquimia de 50 anos de        malandragem?
 
Quem tem autoridade moral para lhe cobrar coerência de princípios? O presidente Lula, que deu o golpe do operário, no dizer deBrizola, e hoje hospeda no seu Ministério um  office-boy do próprio Brizola? Que taxou os aposentados, que não o eram, nem no Governo de Collor, e dobrou o Supremo Tribunal Federal? 
 
No velho dizer dos canalhas, todos fazem isso, mentem, roubam, traem. Assim, senador, você é apenas o mais esperto de todos,que, mesmo com fatos gritantes de improbidade, de desvio de conduta pública e privada, tem a quase unanimidade deste Senado de Quasímodos morais para blindá-lo.
 
E um moço de aparência simplória, com um nome de pé de serra - Siba - é o camareiro de seu salvo-conduto para a impunidade, e fará de tudo
para que a sua bandeira - absolver Renan no Conselho de Ética - consagre a sua carreira.
 
Não sei se este Siba é prefixo de sibarita, mas, como seu advogado in pectore, vida de rico ele terá garantida. Cabra bom de tarefa, olhem o jeito sestroso com que ele defende o chefe... É mais realista que o Rei. E do outro lado, o xerife da ditadura militar, que, desde logo, previne: quero absolver Renan.
 
Que Corregedor!... Que Senado!...Vou reproduzir aqui o que você declarou possuir de bens em 2002 ao TRE. Confira, tem a sua assinatura:
 
1) Casa em Brasília, Lago Sul, R$ 800 mil,
2) Apartamento no edifício Tartana, Ponta Verde, R$ 700 mil,
3) Apartamento no Flat Alvorada, DF, de R$ 100 mil,
4) Casa na Barra de S Miguel de R$ 350 mil .
E SÓ!
 
Você não declarou nenhuma fazenda, nem uma cabeça de gado!! Sem levar em conta que seu apartamento no Edifício Tartana vale, na realidade, mais de R$1 milhão, e sua casa na Barra de São Miguel, comprada de um comerciante farmacêutico, vale mais de R$ 2.000.000.Só aí, Renan, você DECLARA POSSUIR UM PATRIMONIO DE CERCA DE R$ 5.000.000.
 
Se você, em 24 anos de mandato, ganhou BRUTOS, R$ 2 milhões, como comprou o resto? E as fazendas, e as rádios, tudo em nome de laranjas? Que herança moral você deixa para seus descendentes?.
 
Você vai entrar na história de Alagoas como um político desonesto, sem        escrúpulos e que trai até a família. Tem certeza de que vale a        pena?
Uma vez, há poucos anos, perguntei a você como estava o maior latifundiário de Murici. E você respondeu: "Não tenho uma só        tarefa de terra. A vocação de agricultor da família é o Olavinho."        É verdade, especialmente no verde das mesas de pôquer!
 
O Brasil inteiro, em sua maioria, pede a sua cassação. Dificilmente você será condenado. Em Brasília, são quase todos cúmplices. Mas olhe no rosto das pessoas na rua, leia direito o que elas pensam, sinta o desprezo que os alagoanos de bem sentem por você e seu comportamento   desonesto e mentiroso. Hoje perguntado, o povo fecharia o Congresso. Por causa de gente como você!
 
Por favor, divulguem pro Brasil inteiro pra ver se o Congresso cria vergonha na cara. Os alagoanos agradecem.
 
 
Thereza Collor
 

segunda-feira, agosto 06, 2007


Mariosan, O Popular, GO


AVISO: Aqueles que não gostam de palavrões e expressões chulas, não sigam adiante. Hoje resolvi deixar o bomocismo de lado!


Quem me acompanha há algum tempo deve lembrar-se que me portei com parcimônia em relação ao governo federal durante o primeiro mandato. Cheguei mesmo a ser confundido certas vezes com um defensor do lulismo e adjacências. O fato é que sou do tipo que discute futebol, política e religião, contrariando todos os conselhos, mas não o faço com paixão, sempre busco argumentos baseados em dados e não apenas na base do chute. Nem sou do turma do "quanto pior, melhor". Sempre critiquei essa postura no PT, quando esse era oposição e não vai ser agora, que eles mandam e desmandam que vou fazer a mesma coisa. Eu torço para que essa joça dê certo, que saiamos do marasmo e que, mesmo com todas as apostas contrárias, os babacas consigam acertar a mão e o país.

Não sou também do grupo que critica o povo, me incluo nele, mesmo discordando da maioria decisões tomadas. Se sou voto vencido, paciência, como democrata respeito a vontade da maioria, mesmo que essa deixe meus nervos em pandarecos vez por outra.

Ainda nos tempos de campanha, eu dizia entender a posição daqueles que acham Lula e o governo maravilhosos por terem lhes dado as muitas bolsas sociais, embora isso venha dos tempos de Cristóvam Buarque no governo do Distrito Federal e nacionalizado no governo de FHC. O pobre coitado que mal tem o que dar de comer aos filhos, sem preparo técnico, com educação canhestra e deficiente, morando em taperas pelos grotões do país, tá pouco se fudendo se o dólar está baixo, se os importadores estão perdendo grana, se o buraco de ozônio está ficando maior que a incompetência dos governantes a cada dia, que os aviões caem com mais facilidade que bosta de pombos na praça da matriz, que o excesso de botox derreteu os neurônios da Marta, que Marcos Valério comprou parlamentares e governantes e saiu quase ileso, que trezentos mil dólares dentro de uma cueca deva deixar o cara com a bunda maior que a da Rita Cadilac, que as rodovias estão menos transitáveis que as estradas do tempo do império, que ACM morreu sem ter pagado pena de pelo menos um dos seus crimes, que os professores de seus filhos são mais incompetentes que os sindicalistas que passaram a mandar neles... O cara quer comida! E uns mirréis para uma roupinha, uma diversãozinha pra família de vez em quando. O resto que se foda!

E eles não estão de todo errados, convenhamos. Quem nunca passou fome ou miséria e pode pagar por um vinho importado ou sentar num boteco e tomar um engradado de Bavária com os amigos falando mal do governo, costumam dizer que esses beneficiários das bolsas usam a grana para comprarem cachaça, só e malemente. Não conhecem o Brasil, não conhecem a fome, não conhecem a completa desassistência. Antes que alguém fale merda, não estou defendendo nem condenando as bolsas, apenas reconhecendo a miséria e a cabeça de quem as recebe. Conheço muita gente que usa essa graninha para o arroz de cada dia, para o gás, para o material escolar da molecada. Sei que existem muitos, mas não conheço nenhum que a use para comprar cachaça ou pagar putas. E não conheço mesmo!

Se eu não ajudo esse povo, muito justo que ele não fique do meu lado e sim do lado de quem lhe dá alguma coisinha no final do mês. Isso é assistencialismo? Não sei, juro que não sei. É compra de voto? É, é, sim. Assim como foi a desvalozização do real para ajudar os exportadores, como fez FHC, com uma diferença: os beneficiários de agora não tinham o poder da grana e da comunicação que tinham os de FHC.

Segundo Lula e seus asseclas, FHC beneficiou apenas as elites. Mas, que caralho é essa tal de elite? Se é quem tem grana e empresas, devo defendê-la. São esses caras que tem grana e empresas que dão empregos, milhares deles, que pagam impostos e que cobram do governo infra-estrutura para poderem tocar seus negócios e não vêem a grana que depositam no erário voltar em forma de benefícios para todos; se as elites são os bancários, eles nunca tiveram lucros tão altos como no atual governo, portanto Lula e gang não podem reclamar deles; são os formadores de opinião, como os jornalistas? Esses estão divididos como sempre estiveram e me causam risos seus críticos. Uns dizem, por exemplo que a Globo é golpista quando mostra uma cagada feita pelo governo, outros dizem que ela é paga pau do governo quando noticia a inauguração de uma obra federal. Vai entender...; são os que têm acesso à informação e criticam os desmandos, a arrogância, o despreparo de quem nos governa? Então sou elite, modéstia à parte. O fato é que não sei quem é essa tal elite que Lula faz questão de jogar o populacho contra. O presidente criou uma guerra velada de classes falando mal dos empregadores, de quem tem grana e depois faz carinha de bom moço e amiguinho dos megaempresários, quando em reunião com eles. Aliás, o vice dele, José Alencar, também é um muito bem sucedido empresário, justamente num ramo em que a produção nacional tem caído nas últimas décadas, o têxtil. Ele é elite também?

O filho da puta pegou uma mania de se fazer de coitadinho, de sempre se dizer apunhalado pelas costas cada vez que um dos da gang faz uma cagada. Seu inegável carisma e sua bem polida cara de pau faz com que os milhões de Velhinhas de Taubaté fiquem com peninha, acreditem em suas lágrimas de crocodilo e lhe dêem nova chance. Aliás, de novas chances ele não pode reclamar. Foram dezenas desde o início do primeiro mandato.

Além de despreparado, incompetente e conivente com as falcatruas que acontecem por segundo sob a sombra de sua faixa presidencial, Lula sofre do mal da falta de autoridade de que sofreram todos os presidentes civis pós-64, com excessão de Collor, que tinha excesso de autoridade, achou que poderia governar sem o Congresso e deu no que deu.

Lá pela quinta série, a professora Nancy me ensinou duas coisas de que nunca esquecei: que o homem é um ser gregário e o próprio significado da palavra gregário. Me considero o menos gregário dos humanos que conheço. Não faço parte de grupos, grupões ou grupelhos. Já recusei convites para participar de Lions Clube, Rotary Club e Maçonaria, me recuso a ser sócio de qualquer clube. Nada contra quem tem dinheiro ou sabe ganhá-lo, pelo contrário. Eu também gostaria de ter muito dinheiro, saber como ganhá-lo e administrá-lo, mas não nasci com essas qualidades. Mal, mal administro meu pouquinho. Clubes servem para dar dinheiro para seus administradores em troca de alguma satisfaçãozinha financeira ou esportiva ou de ego dos associados. É, talvez eu seja racional de mais, mas nem por isso deixo de me preocupar com o todo, egoisticamente faço parte dele, do todo, esse enorme clubezão social. Não sou gregário, mas não sou passivo.

Ao contrário da maioria dos eleitores, lembro bem de todos aqueles em quem votei, não só nas últimas eleições, mas de alguns das eleições anteriores. Poucos se elegeram, é verdade, sou um sujeito seletivo, até mesmo nas amizades, e esses poucos estão sempre sendo lembrados da minha existência. Cobro dos vereadores constantemente, mando e-mail para os deputados federais e estaduais e para os senadores, que contaram com meu voto ou não. Como prova que eles, eleitos para nos representarem, não nos representam em nada, jamais um me respondeu, mas eu continuo me manifestando. Eu participo, mesmo desagregado, mas participo, e essa falta de participação é que sinto falta no cidadão brasileiro. É mais fácil e comum dar de ombros, como se os parlamentares e governantes fossem entidades intocáveis que tudo podem e nada devem. Seria muito bom que cada um mandasse seus e-mail ou cartas ou telefonemas e dessem uma prensa naqueles calhordas de vez em quando, ao invés dessa postura de crítico não participante.

Num paizinho de merda em que uma Narcisa não-sei-das-quantas, Boninho-filho-de-boni e seu amiguinho andrógino, Chateaubriand sabe-se-lá-o-quê, viram celebridades e nas horas vagas jogam ovos, vassouras e garrafas da janela de seus luxuosos partamentos atingindo passantes na rua por não gostarem de paulistas e de povo; em que um mentecapto como Sérgio Malandro dá picos de Ibope quando busca uma outra débil mental com quem se casar; em que Diego Alemão dá mais assistência que um violinista de formação clássica internacional; em que governo manda pobre odiar rico; em que preto só vê futuro se for bom atleta; em que mulher bonita prefere mostrar a xoxota em troca de uma grana do que cursar uma boa faculdade, sem pensar que será mãe um dia e os coleguinhas do filho vão mostrar a mãe de perna aberta e sem roupa para toda a turminha; em que o programa mais visto são novelas em que os vilões são simpáticos, alegres e ricos e os mocinhos são pobres, tristes e antipáticos; que o país todo pára diante de jogos que custaram quatro bilhões de reais, quando estavam orçados em 375 milhões, pagos por todos e cada um e nem se preocupa que boa parte dessa grana foi para os bolsos ou para a conta suíça do presidente do Comitê Olímpico, de sua mulher, antes uma boa jonalista, ou de seus amigos e laranjas, e mesmo assim fica maravilhado com a possibilidade de sediar uma Copa do Mundo ou uma Olimpíada, onde a roubalheira se repetirá com um aumento exponencial, melhor seria me tornar um alienado, fazer de conta que não é comigo, continuar discutindo os jogos do campeonato nacional, mas a porra da minha natureza não me permite.

domingo, agosto 05, 2007


Glauco, Folha de São Paulo


  • Neguinho fica puto quando digo reiteradamente que o brasileiro é desonesto, basta ter a oportunidade que ele faz algo desaprovável do ponto de vista legal. Concordo que estou generalizando e isso é perigoso, mas os exemplos vêm das mais diversas formas e numa constância impressionante. Não foi à toa que os mais antigos cunharam a máxima "a ocasião faz o ladrão".

Quando o avião da Gol caiu no meio da floresta amazônica, só quem teve acesso ao local foram tropas federais da FAB, da Polícia Federal, do Exército e dos órgãos responsáveis pelo tráfego aéreo, e agora vem a notícia que as vítimas foram pilhadas, ou seja, seus pertences foram roubados. Eram homens que deveriam nos dar segurança e alento, aqueles que são tratados como heróis, que enfrentam intempéries e as dificuldades do terreno para resgatarem os corpos e os devolverem para suas famílias e amigos, como podem nos chocar praticando roubos, ainda mais de pessoas mortas?

Houve o caso do telefone celular de uma senhora que foi encontrado no Rio de Janeiro. A pessoa que se apoderou do aparelho ainda teve o displante e insensibilidade de ligar para o marido da vítima e o chamar de "Pretinho", que era a maneira como a esposa o chamava, provavelmente armazenado na memória do telefone.

Jóias, alianças e documentos também se extraviaram e não foram entregues às famílias. Com esses documentos, fraudes estão acontecendo, inclusive empréstimos bancários. Uma desgraça vergonhosa nos dá a reboque a veronha das pilhagens, dos roubos, das fraudes...

Oh, minha Botswana querida, espere por mim...

  • Quebrando tratados internacionais, autoridades deixam vazar as informações da caixa-preta da TAM. Não bastasse isso, resolvem acusar a imprensa. Não somos tão imbecis em achar que havia um jornalista escondido na reunião secreta em que os parlamentares tomaram conhecimento do conteúdo do artefato. De cara deu pra perceber que o vazamento havia sido feito por algum deputado, maneira imbecil que eles arrumaram para chamar a atenção para a CPI que estão promovendo como um show de horrores para mostrarem que estão preocupados com o péssimo estado da aviação comercial. Ontem alguém teve o displante de dizer que quem vazou o conteúdo foi a Aeronáutica, justamente quem mais chamou a atenção para a obrigatoriedade do sigilo, sob ordens do novo ministro, Nélson Jobim. Uma babaquice com erro cronológico. O vazamento aconteceu antes da posse de Jobim, o ministro ainda era o finado Waldir Pires.

  • A pena máxima que um condenado pode cumprir no Brasil é 30 anos, certo? Praticamente todo condenado tem direito a um monte de benefícios, inclusive redução de pena, certo? Presos primários têm direito a cumprirem apenas 1/6 da pena em regime fechado, certo? Então, se um réu primário seqüestrar, estrupar e matar uma criança, por exemplo, para cumprir a pena máxima terá que ser condenado a 180 anos de prisão? E ainda tem gente que acha que as leis são boas...

  • O Datafolha disse hoje que a popularidade de Lula continua em 48% afirmando que seu governo é bom ou ótimo. A movimentação Fora Lula ocorrida ontem em boa parte do Brasil foi fraca, muito abaixo da expectativa dos promotores. Já que nada parece conseguir acordar o senso crítico nacional, sugiro a campanha "Dê Um Jornal a Quem Sabe Ler".

  • Renanzinho que se prepare, recomeçou a enxurrada de denúncias. Já vejo seus pares declarando diante das câmeras e microfones, que as novas denúncias nada têm a ver com o motivo do processo de impeachment a que responde. Isso significa que ele pode usar laranjas para montar um coglomerado de rádios, pode usar notas frias em vendas e compras de gado, pode usar dinheiro da contravenção para bancar sua campanha, que está tudo bem. Ele só não pode pagar suas despesas pessoais com dinheiro de empreiteira. Isso, sim, é crime e quebra do decoro. Decoro para legisladores tem significado diferente do que para nós, palhaços pagadores de impostos.

sexta-feira, agosto 03, 2007

Lula, O Sábio


Lane, Jornal de Brasília


O brasileiro classe média anda com muita má vontade para com o presidente Lula. Pegou a mania de dizer que o presidente só fala besteira, que é ruim de improviso, que é um desinformado e coisas que tais. Taí, não concordo. Sei que tem gente que vai me espinafrar, mas hoje vou concordar com várias coisas ditas e posturas assumidas pelo gênio de São Bernardo, não o cão, a cidade. Se não, vejamos:

  • Ontem ele falou que o problema do tráfego aéreo é como um cachorro de 15 donos, nenhum o alimenta e ele acaba morrendo de fome.
    • Isso eu tenho dito há mais de um mês, apenas diferenciamos nas palavras. Eu sou um sujeito cartesiano, Lula é parabólico. Enquanto eu disse e digo que as mais de dez agências responsáveis pela aviação civil não se intercomunicam, preferem empurrar para o colo da outra os problemas que qualquer camelô de Cabrobó sabe quais são, mas nenhuma resolve nada. Entre os quinze donos, está o próprio Lula. Se ele não falou, deve ter sido apenas um lapso.
  • "Nós temos duas orelhas, uma para ouvir aplausos, outra para as vaias".
    • Ora, amarelos e amarelas, o presidente apenas tem uma fisiologia diferente da nossa. Enquanto nós ouvimos vaias e aplaudos ao mesmo tempo pelas duas orelhas, ele consegue, com seu ouvido privilegiado e sua audição seletiva, canalizar para uma ou outra orelha. Quem o critica por isso, o faz por inveja por não conseguir fazer o mesmo.
  • Lula comparou-se a Almir Sater.
    • Eu também os acho bem parecidos. Embora eu seja fã do pantaneiro, já percebi que há 20 anos ele grava sempre as mesmas músicas, apenas diferencia a ordem das gravações, os arranjos, às vezes grava em estúdio, às vezes em shows, mas são sempre as mesmas. Não é exatamente isso que Lula tem feito desde 78? Então, são ou não são siameses?
  • Quando ele diz, a cada crise nova que surge ou que provoca, que não sabia de nada, eu concordo com ele.
    • O coitado não sabe ler, por isso não pode saber pelos jornais; seus assessores são sindicalistas, como poderiam saber como a máquina governamental funciona? Demos um desconto, irados contribuintes, esses moços do governo não foram preparados para esses cargos difíceis, cheios de normas a serem cumpridas, leis para serem sabidas e obedecidas... É muita coisa para quem nunca trabalhou na vida, convenhamos. Se, por um acaso, Lula ainda freqüentasse botecos, como nos seus tempos de sindicalista, poderia ser informados pelos colegas embriagados, mas não queremos que um homem que envergue tão grandes responsabilidades impostas pelo cargo que ocupa viva em botequins copo sujo, queremos?
  • "Quando se aposentarem, por favor, não fiquem em casa atrapalhando a família. Tem que procurar alguma coisa para fazer."
    • Lógico, meus queridos! É para o bem de sua própria saúde e a de seus familiares. Você saía de casa todos os dias, por décadas, às seis da manhã, voltava à noite. Nesse intervalo sua família fazia o que tinha que fazer e você não atrapalhava. Agora, imagine, você quebrar essa rotina tão pacífica por puro egoismo. Seus netinhos não vão assistir aos desenhos porque você quer ver jornal; sua mulher não vai conseguir colocar a sala em ordem porque você teima em manter-se no sofá atrapalhando o trânsito; a grana no banco vai minguando porque você só pensa em gastar com remédio para o coração, pomadinha para artrite, colírio para glaucoma... Bem que você poderia ir ali na esquina, fantasiado de homem-sanduíche e aumentar o poder aquisitivo da família.
  • "Não adianta ter um bando de generais e um bando de soldados."
    • Como você pode discordar disso? Você não sabe que o coletivo de soldados é tropa, não? Que ignorante você é... Nem vou falar do contexto em que a frase foi proferida pelo nosso líder, não vem ao caso.
  • "Não é mérito, mas, pela primeira vez na história da República, a República tem um presidente e um vice-presidente que não têm diploma universitário. Possivelmente, se nós tivéssemos, poderíamos fazer muito mais."
    • Agora você vai me dizer que, com sua enorme má vontade, discorda disso também...
  • "Não é a poluição que está prejudicando o meio-ambiente. São as impurezas no ar e na água que fazem isso."
    • Um sábio não pode ser redundante, aceitem isso ou calem-se, por favor.
  • " O governo tenta fazer o simples, porque o difícil é difícil."
    • Ou você, querido amigo, ao chegar em casa prefere pular o muro do que abrir o portão? Não sejamos cruéis com Lula simplesmente porque não conseguimos acompanhar a praticidade, a lógica, a originalidade e a sutileza de suas idéias.

quinta-feira, agosto 02, 2007


Sinovaldo, Jornal NH, RS


Minha postagem de hoje ficará por conta dos muitos que participaram de uma blogagem coletiva a respeito do último acidente fatal da TAM e seus desdobramentos. Como sugestão, comecem pelo blog do Rayol. Leia seu texto e siga os demais a partir dos comentários. Esse o caminho que estou seguindo a partir de agora. Se você não blogou, paricipe opinando nos comentários de quem blogou. Aproveite!

quarta-feira, agosto 01, 2007


Solda, O Estado do Paraná, PR


  • Quêquetáacontecendo? Tudo, absolutamente tudo que o Estado brasileiro se mete a fazer termina em merda, não é possível isso! Como imaginar que o IML de São Paulo entregou corpos trocados de vítimas do desastre da TAM? Já não bastasse a dor das famílias e amigos, ainda têm que passar pelo espetáculo mórbido de destrocarem seus corpos entregues por engano? Cada vez me dá mais vontade de ir pra Botswana...

  • Já não bastassem os 180 milhões de técnicos de futebol, o Brasil agora tem 180 milhões de especialistas em desastres aéreos. Todo mundo sabe os motivos do desastre, mesmo sem entender lhufas do assunto. Terminantemente, é o país das torcidas organizadas e autoridades desorganizadas.

  • Hoje, no Brasil, viagem é que nem cirurgia: sempre há um risco.

  • Duas amigas me mandaram mensagens sobre um abaixo assinado da Fiesp pedindo o fim da CPMF. Fui checar pra ver se não era esparrela ou vírus, mas, no próprio site da Fiesp, encontrei a confirmação. Já são quase 340.000 assinaturas, inclusive a minha. Se você quiser ffazer parte dessa corrente, é só passar aqui e assinar.

  • Já são 22 os assassinatos na Grande Rio depois do final do Pan, inclusive uma chacina com 7 mortos. Tudo como dantes no reino de Abrantes...

  • Vida de pobre é uma desgraça, não dá nem pra ficar mais de 24 horas de alegria. O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, cassado ontem, já recebeu o aval do Supremo Tribunal Federal para manter-se no cargo, pelo menos até o julgamento final do preocesso a que responde. Ou seja, sabe-se lá quando.

  • O papa apoiando a Teoria da Evolução? Só acredito vendo. Veja também no blog do Reinaldo José Lopes. Será que o retrógrado não é tão retrógrado assim?
  • E-mail que recebi de minha amiguina paraibana, Lili: "Só uma besteirinha pra você ajeitar em seu blog: O pai de Cássio, Ronaldo Cunha Lima, não chegou a assassinar o "colega deputado", no caso o ex-governador Tarciso Burity: "apenas" deu um tiro em sua boca, mas em conseqüência, teve problemas de saúde e, anos depois, morreu. Aproveito para dizer que aqui na Paraíba estamos todos felizes da vida com a decisão do TRE e esperamos que a coisa vá adiante. Já era tempo de os Cunha Lima saírem de cena."
    • Obrigado, Lili.