"Mas doutor uma esmola
a um homem que é são
ou lhe mata de vergonha
ou vicia o cidadão."
(Luiz Gonzaga)
a um homem que é são
ou lhe mata de vergonha
ou vicia o cidadão."
(Luiz Gonzaga)
Cotas I
Já que o brasileiro vê sacanagem em tudo e sempre encontra interesses escusos em qualquer coisa ( na maioria das vezes com razão, reconheço), de antemão deixo claro que, se não sou negro, sou quase, o típico "pardo" e que, por toda a vida, estudei em escolas públicas. Além do mais, classe média remediada, ou quase. Não há, portanto, qualquer interesse aqui em defender os mais abastados ou discriminar os menos favorecidos.
O propósito desse texto é, mais uma vez, repudiar a política de cotas para negros e oriundos de escolas públicas por acesso às universidades federais.
Esse tipo de coisa, discriminatória ao avesso, e paternalista como é praxis na política brasileira, em nada ajuda quem quer que seja. Ou melhor, ajuda um mínimo de bons estudantes que independem da escola de onde vieram e ao governo, que faz média com os pobres e negros, parcela considerável da sociedade nacional, tão grande que chegamos a duvidar que são minoria.
Na maioria dos casos de cotistas, o que vai ocorrer será um abandono, ainda maior do que o que já existe, dos alunos que não tem uma base educacional sólida para agüentarem o tranco dos cursos mais difíceis como as engenharias, medicina, odontologia, física, matemática e os mais caros. Ou vão criar a "bolsa-equipamento" para que os mais pobres comprem seus computadores e estetoscópios? E vão baixar a qualidade de ensino já defeiuoso, em alguns casos, das universidades federais?
O ProUni, sim, é um programa altamente válido, em que todos lucram. Os alunos de baixa renda conseguem seu acesso a um curso superior; as universidades particulares preenchem seus espaços ociosos; o governo faz sua média com as classes menos favorecidas realizando uma tarefa social; os impostos recebem um emprego louvável; as famílias experimentam uma melhora em seu status quo; a sociedade terá mais mão-de-obra qualificada. Enfim, só restará ao beneficiado se esforçar, que é o mínimo que se espera de um universitário, e conquistar sua promoção.
Dar vagas, porém 50% das vagas (antes se falava em 20%, o que já é um absurdo) pelo simples fato de a pessoa ser negra, índia ou pobre, é um atraso absurdo.
A classe média, maior prejudicada com essa política, fica acuada contra a parede, com medo de manifestar-se contra esse absurdo sob o risco de ser acusada de discriminação social, caso abra a boca para protestar.
A mesma classe média que se esforça para colocar seus filhos nas melhores escolas para que sejam concorrentes mais bem preparados e vêem as regras do jogo mudarem aos 45 minutos do segundo tempo.
O correto e desejado por quem entende um pouquinho de educação, seriam os governos darem escolas decentes, com professores bem preparados para que seus alunos concorressem em igualdade de condições com os das boas escolas particulares. Mas isso dá tabalho, e no serviço público poucos querem trabalhar de verdade, e ainda menos os que realmente têm coragem de ousar e contrariar interesses que a própria mídia incute em parte da população, justamente a parte menos satisfeita.
Criaram uma nona série no ensino fundamental, mas poderiam criar cursos pré-vestibular públicos sérios.
É o caminho das facilidades passando uma rasteira no mérito pessoal.
O propósito desse texto é, mais uma vez, repudiar a política de cotas para negros e oriundos de escolas públicas por acesso às universidades federais.
Esse tipo de coisa, discriminatória ao avesso, e paternalista como é praxis na política brasileira, em nada ajuda quem quer que seja. Ou melhor, ajuda um mínimo de bons estudantes que independem da escola de onde vieram e ao governo, que faz média com os pobres e negros, parcela considerável da sociedade nacional, tão grande que chegamos a duvidar que são minoria.
Na maioria dos casos de cotistas, o que vai ocorrer será um abandono, ainda maior do que o que já existe, dos alunos que não tem uma base educacional sólida para agüentarem o tranco dos cursos mais difíceis como as engenharias, medicina, odontologia, física, matemática e os mais caros. Ou vão criar a "bolsa-equipamento" para que os mais pobres comprem seus computadores e estetoscópios? E vão baixar a qualidade de ensino já defeiuoso, em alguns casos, das universidades federais?
O ProUni, sim, é um programa altamente válido, em que todos lucram. Os alunos de baixa renda conseguem seu acesso a um curso superior; as universidades particulares preenchem seus espaços ociosos; o governo faz sua média com as classes menos favorecidas realizando uma tarefa social; os impostos recebem um emprego louvável; as famílias experimentam uma melhora em seu status quo; a sociedade terá mais mão-de-obra qualificada. Enfim, só restará ao beneficiado se esforçar, que é o mínimo que se espera de um universitário, e conquistar sua promoção.
Dar vagas, porém 50% das vagas (antes se falava em 20%, o que já é um absurdo) pelo simples fato de a pessoa ser negra, índia ou pobre, é um atraso absurdo.
A classe média, maior prejudicada com essa política, fica acuada contra a parede, com medo de manifestar-se contra esse absurdo sob o risco de ser acusada de discriminação social, caso abra a boca para protestar.
A mesma classe média que se esforça para colocar seus filhos nas melhores escolas para que sejam concorrentes mais bem preparados e vêem as regras do jogo mudarem aos 45 minutos do segundo tempo.
O correto e desejado por quem entende um pouquinho de educação, seriam os governos darem escolas decentes, com professores bem preparados para que seus alunos concorressem em igualdade de condições com os das boas escolas particulares. Mas isso dá tabalho, e no serviço público poucos querem trabalhar de verdade, e ainda menos os que realmente têm coragem de ousar e contrariar interesses que a própria mídia incute em parte da população, justamente a parte menos satisfeita.
Criaram uma nona série no ensino fundamental, mas poderiam criar cursos pré-vestibular públicos sérios.
É o caminho das facilidades passando uma rasteira no mérito pessoal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário