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segunda-feira, fevereiro 06, 2006

"Quanto de álcool se precisa para ficar completamente honesto?"
(Woody Allen)



Tem texto meu na Gueixa.


Vale a pena assistir

Um Bom e Um Péssimo


Antes que o Pedro, o Gabriel e mais algum atento leitor desse blog que tenha memória me apedrejem, quero deixar claro que o texto abaixo não é uma crítica do ponto de vista jornalístico, muito menos uma recomendação, apenas impressões pessoais.

Contraditório, eu? Confesso.

Eu gosto de escarafunchar as prateleiras de vídeos que ninguém mais vê ou que foram sucesso e que não assisti junto com todo mundo ou, ainda, locar filmes que ninguém viu. Volta meia faço isso.

No último final de semana aluguei o Escorpião de Jade, do Woody Allen, e o Vítimas Inocentes, com a participação do Morgan Freeman.

O Escorpião foi fácil. Gosto do humor sutil, original e inteligente de Allen. Se um dia eu aprender a escrever, que seja do jeito que esse sujeito faz. Tenho inveja de cada diálogo, cada referência que ele coloca dentro do contexto.

Fico imaginando alguns amigos meus assistindo a esse filme. A cada gargalhada minha, eles perguntariam do que eu estava rindo. Ou eu sou um completo débil mental ou eles não entenderam a piada ou eu estaria rindo apenas para dar a impressão de que entendera alguma frase vazia como uma criação altamente intelectual. A verdade é que os textos de Allen são biscoito fino.

É ou não é coisa de uma mente diferente da média das mentes humanas?

- Nunca aposte num cavalo que tem mal de Parkinson.

- O lugar é esfumaçado, o que diminui seu trabalho com a maquiagem.

- Sou mais esperta e mais rápida que você. Sinta-se ameaçado mesmo.(A Helen Hunt fala isso no meio de uma das muitas discussões com Allen).

- Por pior que a economia fique, você não vai passar fome. (Uma cantada que Allen dá na secretária).

- A vida fica tão complicada quando achamos que é simples... (Dan Aykroyd, tentando convencer a amante que vai deixar a esposa).

- Você é tão adolescente...
- Mas... Bonitinho?

- Detestaria ter eu atrás de mim.

- Se eu morrer enquanto estivermos juntos, pede ao embalsamador para não desmanchar o meu sorriso.

Sem falar na cara que ele faz ao ser hipnotizado. Me fez lembrar o saudoso Costinha, cuja cara por si já era uma piada.

Mas nem tudo são flores.

Estou há dois dias tentando entender qual a intençaõ do autor de Vítimas Inocentes. Se a intenção do cara era fazer um alerta aos jovens do seu envolvimento com o tráfico de drogas, foi apenas mais ou menos bem sucedido.

A narração do filme é confusa, pelo menos para alguém como eu que não tenho o ouvido tão afinado para perceber as diferenças de timbres nas vozes de quatro jovens negros estadunidenses. Pois a narração é assim. A cada momento a narração cabe a um dos personagens.

Peguei o filme por dois motivos: um, eu nunca ouvira falar dele (agora sei porque); dois, é (ou era, depoisdessa) sempre um prazer ver Morgan Freeman interpretando.

A história é confusa.

Os atores são péssimos. Tem gente olhando para a câmara a cada momento, tem criança que reclama da falta de doce com sorriso nos lábios, tem até defunto que pisca.

Vítima inocente, só uma. As outras duas mortes são de traficantes. Um comete suicídio e outro é assassinado na prisão por ter matado a filha de outro bandido. O título poderia ser Uma Vítima Inocente, Só Uma.

Erros de continuidade.

Não vou reclamar pelo dinheiro gasto porque o primeiro valeu o dobro do que paguei.

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