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sábado, fevereiro 11, 2006

Quem mais gosta de ver homens fortes, suados, correndo e se agarrando? As mulheres? Não, os torcedores de futebol.


Mané


Mané


Prazer, Chefia. Adenevaldo Gobera Sidônio, Gobera por parte de mãe e Sidônio por parte de pai. Pode me chamar de Guêbo, a seu dispor. Guêbo do Cavaco, pra ser mais claro. 72 anos de puro samba e malandragem. Filho de Josenaldo Sidônio e Adegeilza Gobera Sidônio, nascido em Pau Grande, terra do Mané, saca o Mané? Pois é, mermão, o maior craque que os quadrado de grama já viu. Vossa senhoria sabia que o Mané era amigão do meu progenitor? E era mermo! Que zé Pelé! Maradona era fichinha. Craque mermo era o Mané. Além do que, era um sujeito de prima. Depois das pelada lá no campinho do arranca-tôco, passava na bodega do velho Jôse - era assim que ele chamava meu velho - e encaçapava umas branquinha legal, isso quando não era antes do quebra-canela. Só não conseguiram quebrar as canela do Mané. O cara era mais liso que enguia ensaboada, ninguém encostava no negão. Tá, ele não era negão, tava mais pra índio, incrusive pegava passarinho com as facilidade que só os índio têm. Mas nós chamava ele de Negão. Uma vez o Mané me deu um dibre que minhas perna quais fica orta que nem as dele. Dotê, eu puderia falá do cumpade Mané até vossa incelênça ficar com calo nos ouvido, mas o senhor tá quereno saber mesmo é da minha labuta, né mermo? Pois toca o intêrro! Quando o Mané veio pro Rio, meu pai num viu mais porque ficar em Pau Grande. Queria ver o Mné esculachar os "joão" no Maraca e veio embora também. Mudamo pra essa merma casa onde moro hoje, aqui em Bonsucesso. Tu num vai acreditar, doutor, mas todo dia tinha jornalista quereno falar cum meu pai, tudo afim de ouvir umas história sobre o Mané. A vizinhança, tudo gente boa, mas sem capilé pra pagar nem a geral, vinha pro boeco do velho Jôse pra ouvir os jogos do Bota no rádio rabo-quente, de antes do transistor, que meu pai deixava no máximo. Cada dibre do craque era como se fosse um gol. Era o dia que mais vendia cachaça pros proleta e cevejo pros abonado. Até framenguista virava Botafogo quando o Mané jogava. Aí meu velho contava as história de Pau Grande pra malandragem, até alta madruga. Devo muito a Pau Grande. Os camarada ma admira porque fui amigo do Mané e as mulher gosta de mim porque sou de pau grande. Sacou? Sacou?

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