Se for para morrer de batida na estrada ou no carnaval, que seja de limão.
Carnaval I
Se o sujeito é um classe média remediado ou de casta inferior - não me venham com o papo politicamente correto de que no Brasil não existem castas, por favor - e não lhe resta grana para viajar para um hotel fazenda ou para Marte, se não gosta de carnaval, está ferrado nos dias momescos.
É o único assunto das conversas no país. Se você resolve ficar em casa assistindo à televisão, invariavelmente terá que ver carnaval. Em um canal mostram-se os desfiles das escolas de samba, em outro mostram-se os cachorrinhos amestrados correndo atrás de caminhão e obedecendo todos os comandos do batedor de tambor que ganha uma boa grana para gritar em seus ouvidos pelas ruas de Salvador, num terceiro canal mostram-se os caquéticos, caducos e sem graça bailes de salão iguaizinhos àqueles em que nossas avós balançavam os esqueletos pelos meados do século passado. Em todos, a programação é interrompida para mostrar "flashes" até da ressaca dos bêbados que dormiram na areia e sequer lembram onde moram.
Por não gostar de carnaval, o pobre mortal não pode fugir para o exterior, fica condenado a ver gente suada semi nua (nada contra, pelo contrário), gente se amontoando, carros gigantescos com esculturas coloridas e inexplicáveis ou caixas acústicas monstruosas, celebridades e falsas celebridades, propaganda de cerveja e muito repórter puto da vida porque está trabalhando, mas tendo que manter pendurado no nariz aquele sorriso amarelo de aeromoça após fazer perguntas imbecis a foliões imbecis. Uma repórter de Salvador perguntou ao Ziraldo, qual era asensação de um carioca ao acompanhar o carnaval de Salvador. A pobre coitada é a única no país que não sabe que Ziraldo é mineiro. E bundas, muitas bundas, bundas de todas as cores, formatos e idades. Se bobear, verá até a bunda mumificada da Dercy Gonçalves.
É o único assunto das conversas no país. Se você resolve ficar em casa assistindo à televisão, invariavelmente terá que ver carnaval. Em um canal mostram-se os desfiles das escolas de samba, em outro mostram-se os cachorrinhos amestrados correndo atrás de caminhão e obedecendo todos os comandos do batedor de tambor que ganha uma boa grana para gritar em seus ouvidos pelas ruas de Salvador, num terceiro canal mostram-se os caquéticos, caducos e sem graça bailes de salão iguaizinhos àqueles em que nossas avós balançavam os esqueletos pelos meados do século passado. Em todos, a programação é interrompida para mostrar "flashes" até da ressaca dos bêbados que dormiram na areia e sequer lembram onde moram.
Por não gostar de carnaval, o pobre mortal não pode fugir para o exterior, fica condenado a ver gente suada semi nua (nada contra, pelo contrário), gente se amontoando, carros gigantescos com esculturas coloridas e inexplicáveis ou caixas acústicas monstruosas, celebridades e falsas celebridades, propaganda de cerveja e muito repórter puto da vida porque está trabalhando, mas tendo que manter pendurado no nariz aquele sorriso amarelo de aeromoça após fazer perguntas imbecis a foliões imbecis. Uma repórter de Salvador perguntou ao Ziraldo, qual era asensação de um carioca ao acompanhar o carnaval de Salvador. A pobre coitada é a única no país que não sabe que Ziraldo é mineiro. E bundas, muitas bundas, bundas de todas as cores, formatos e idades. Se bobear, verá até a bunda mumificada da Dercy Gonçalves.
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