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terça-feira, março 21, 2006

"É preciso ter uma mente muito fora do comum para analisar o óbvio."
Alfred North Whitehead

Clériston, Folha de Pernambuco


Que houve má fé na quebra do sigilo bancário do caseiro, ninguém tem dúvida. Óbvio que a situação usaria os R$ 38 mil, que a imprensa já diminuiu para R$ 20 mil e para R$ 5 mil, para desacreditar o testemunho dele. Primeiro disseram que o pai havia presenteado o filho, depois disseram que o pai havia tentado comprar o silêncio do filho e o outro lado diz que o pai foi apenas um intermediário para pagar o depoimento do filho. O fato é que, tão cedo, nós, pobres palhaços pagadores de impostos, não saberemos da verdade.
Está se criando uma cortina de fumaça para se esconder o que realmente interessa, mas o que mais tem me chamado a atenção é a quietude de Palocci. Das duas primeiras vezes que sugeriram convocá-lo para depor, ele se adiantou aos parlamentares e foi antes da convocação, por livre vontade; agora que a chapa esquentou, ninguém o vê mais sequer nos noticiários. Isso não tá me cheirando nada bem.




Quando começaram a surgir as agências reguladoras no governo FHC, achei uma idéia excelente. O consumidor precisava de um órgão oficial que o defendesse junto às prestadoras de serviços essenciais, só que o tempo tem nos mostrado que ANS, ANP, Anatel, Anvisa e Aneel, por exemplo, tem-se preocupado muito mais em regular os ganhos e despesas dos fornecedores do que com os direitos e os preços cobrados aos palhaços consumidores. Dia desses tentei mandar um e-mail por meio do site da Anatel, mas a coisa é tão enrolada, que terminei desistindo. Leiam isso e saibam mais sobre o assunto, vale a pena.




Jornal alemão alerta que neonazistas germânicos planejam atacar mulçumanos durante a Copa. É uma pena que um país tão rico, tão bonito, com tanta história, ainda tenha parte da população com uma ideologia tão ultrapassada e violenta. Torçamos para que a polícia esteja preparada para coibir abusos, mas, até lá, vai ficar uma apreensão muito grande no ar.




A Bahia, desse tamanhão, tinha apenas duas escolas federais de terceiro grau, a UFBA e o CEFET. Este último só atingiu status de universidade há pouco, uns dez anos, mais ou menos, e ainda não tem um número de cursos considerável, mesmo somando os de suas unidades descentralizadas no interior. Em apenas dois anos esse número dobrou. Foi criada a Universidade Federal do São Francisco em Juazeiro e Petrolina e hoje foi criada a Universidade Federal do Recôncavo, em Cachoeira. É esse tipo de ação que leva o Lula a recuperar muitos votos perdidos. Há décadas que o estado reivindica o aumento de instituições de ensino universitário e nenhum governo se prontificou a fazê-lo. Isso não é uma defesa de Lula, mas a constatação de um fato. Quem, em sã consciência, deixaria de aplaudir essa atitude do governo?




Outra coisa que vem elevando o presidente nas pesquisas, e essa sabida por todos, são os indicadores econômicos. Os juros estão altos? Sim, exorbitantes. A carga tributária e escorchante? É, coisa de mafioso. Se não existissem homens ousados e empreendedores, gente que viveu uma inflação de três dígitos há 20 anos, o país estaria mais quebrado que unha de ferreiro, mas com todas essas dificuldades, mesmo crescendo muito menos do que precisa e todos querem, a taxa de desemprego vem caindo regularmente. Saem hoje os números que indicam que a geração de empregos formais foi a maior desde 1992. Isso não é pouco.
O cara que tá desempregado tá pouco se lixando se houve mensalão, se o presidente sabia ou não, se o caseiro e o corretor viram Palocci... O cara quer é emprego e comida para seus filhos. E é esse cara, que batalha em condução horas por semana e sua às bicas em frente às máquinas ou atrás do balcão, que elege presidente, não são os engalonados de escritórios.




Alckimin prometeu fazer uma campanha ética e sem ataques gratuitos. Mostraria projetos e planos para o país, mas a velha praxis fala mais alto às vezes. Hoje afirmou que Lula é responsável por atitudes de seus ministros, no que concordo plenamente, pelo menos no que diz respeito às suas ações diante do ministério. É fato incontestável. Não deixa de ser interessante, porém, ver o presidenciável peessedebista já contraiar seu discurso antes mesmo do início da campanha.

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