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segunda-feira, março 27, 2006

Já que o amor é cego, o importante é apalpar.
(Provérbio brasileiro)


S. Salvador, Estado de Minas


Hoje não há como fugir do tema: a queda de Palocci.
Mas ele não demitiu-se nem foi demitido e a explicação é simples. Pedindo apenas o afastamento, não perde a imunidade e só poderá ser processado em instância federal, ou seja, não estará sujeito a sentar-se em frente a um delegado da Polícia Civil num pardieiro qualquer, comumente chamado delegacia.
Se gundo o Globonews (provavelmente já haverá a confirmação ou negação por parte do Palácio do Planalto, quando você vir isso), o substituto de Palocci será Guido Mantega, presidente do BNDES, ou seja, a política econômica do governo federal não deverá sofrer alteração. O mesmo não aconteceria se o ministro fosse substituído por Mercadante.
A oposição, leia-se PSDB, já pediu que não haja mudanças nas diretrizes da área, quer que tudo continue como está. Por que? Das duas uma, ou acham um grande fracasso a administração de Palocci - o que é muito pouco provável, uma vez que Palocci seguiu a cartilha tucana nessas quase três anos e meio - ou desejam realmente que as coisas continuam como estão, porque será exatamente assim que administrarão o país, caso vençasm as eleições - hipótese mais provável. Em suma, a oposição não discorda do governo federal, apenas deseja o poder.




Chegando o dia da desincompatibilização daqueles ministros que desejam se candidatar em outubro, por fim sairá a tão cantada e aguardada reforma ministerial já prometida desde o centésimo dia de governo.




Afinal, a falecida atriz Ariclê Perez tinha 59 anos, como afirmou a Globo, ou 62, como disse a Folha? Nem na idade de uma personagem real a imprensa brasileira consegue falar a mesma coisa, impressionante.




O Assessor especial de Geraldo Alckimin, responsável, segundo a Folha e de quem falei ontem, pela distribuição de benesses do banco oficial de São Paulo, Nossa Caixa, para os veículos de mídia a pedido dos deputados da base governista, pediu demissão. Foi muito rápido isso, o que causa estranheza e desconforto. Nem o governador, nem Roger Ferreira perderam tempo negando, simplesmente houve o pedido de demissão, imediatamente aceito pelo governador, e fica tudo como se nada houvesse acontecido. Pra completar, no dia siguinte à divulgação da notícia, acontece o afastamento de Palocci. Até agora está dando tudo certo para a campanha de Alckimin, ainda por cima, com uma ajuda substancial da mídia. Foi lançada a primeira cortina de fumaça e funcionou. Tucanos 1 X 0 PT.
Roger Ferreira justificou sua demissão como um meio de não atrapalhar a campanha de Alcimin, ou seja, admite que tem culpa, mas afastando-se, tudo poderá ser esquecido pelos jornais e fica tudo bem para os tucanos continuarem voando em céu de brigadeiro. E todo mundo engole calado. Pronto, Chuchu perde mais um ponto comigo.




Há alguns poucos meses, Diogo Mainardi criou um tremendo mal estar entre os jornalistas brasileiros quando nominou vários deles como petistas, defensores do governo. Vi muita gente indignada. Ontem, assistindo ao Manhatan Conection (será reapresentado hoje às 22:30 h e amanhã às 04:00 h, no GNT) senti náuseas ao ver esse moço, secundarista completo, como ele próprio se define, junto com três dos outros quatro apresentadores, fazer um discurso não oposicionista, como é comum acharmos que ele faz, mas tucano. Chegou ao ponto de dizer a FHC "nós vamos ganhar essa eleição, presidente". NÓS! E ele não referia-se ao povo, à oposição, mas aos tucanos. Se você puder assistir, faça-o e verá que não estou inventando. E tem mais, ainda criticou a decisão do partido por ter escolhido Alckimin. Disse ele: "Eu preferia o Serra, mas vocês escolheram sem critério." Como eu sempre disconfiei, esse rapaz sempre trabalhou a favor de alguém e digo de novo, não do povo, não da oposição, mas dos tucanos. Bem informado ele é, não resta dúvida. Bem artculado também, mas seu discurso populista de boate nunca me enganou, e a classe média ainda o endeusa. Nada contra ele ser tucano, ou peemedebista ou pefelista ou seja lá o que for, mas dá nojo vê-lo se escondendo atrás dessa máscara de isento.

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