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quinta-feira, março 09, 2006

Água mata, pergunte aos passageiros do Titanic.


É tudo verdade...

São Paulo, 9 de março de 2006.


Queridos papai e mamãe,

O Sandroberto de Didinha esteve por aqui no último final de semana e acho que ele entendeu tuddo errado e tenho medo que conte coisas para vocês que não correspondem à realidade.

Na sexta-feira à noite nos encontramos em uma boate, mas não é nenhum prostíbulo de luxo, como parece que ele achou que fosse. Nós, as meninas, não estávamos com roupas sumárias porque fazíamos programa, apenas estávamos fantasiadas para comemorarmos a despedida de solteira da Florinda, nossa colega de faculdade; o dinheiro que os rapazes nos davam não era nenhum pagamento por favores sexuais que tivéssemos feito, mas, sim, nos davam a parte que lhes cabia na despesa da festa, coisa que havíamos combinado de véspera e também sua cota para o presente dos noivos.

Ele me viu ir embora com um senhor muito bonito e grisalho, mas, lhes garanto, não era nenhum cliente. Aquele senhor é meu professor, gente muito boa que gosta de estar com os jovens, já que ele também tem espírito jovem. O professor me ofereceu uma carona em sua Mercedes. Vocês sabem que não gosto muito de festas, por isso já me encontrava incomodada naquele ambiente e ele, muito solícito, se ofereceu para me levar em casa.

O Sandroberto, intrometido, nos seguiu e nos viu entrar em um prédio de luxo nos Jardins. Eu posso explicar. Depois que saimos da boate eu tive uma queda abrupta de pressão eo professor Eberval, que também é médico, me levou ao seu apartamento onde usou o tensiômetro em mim e me medicou. O remédio que ele me deu fez-me ficar mole e com sono, sem condições de ir para minha casinha. Cavalheirescamente, o professor me ofereceu uma cama em seu quartode hóspedes, só tenho que agradecer por sua boa vontade.

No sábado à tarde o Sandroberto, depois de pedir meu endereço a uma de minhas colegas que se encontravam na boate, para onde ele voltou depois de nos ver entrar no prédio do professor, encontrou-me em um apartamento em Higienópolis.

Quem dera eu mo rasse ali... Como vocês sabem, eu ainda moro no alojamento da faculdade. Aquele apartamento é de uma colega, cujo pai é muito rico, dono de uma empresa de ônibus. Eu estava ali porque havíamos combinado, eu e a Anderleía, de estudarmos para a prova que teríamos na segunda-feira.

Eu sei que o Sandroberto deu em cima de mim e ficou chateado quando cortei suas intenções, coisa de homem inseguro. Ele vai dizer que minhas roupas são de luxo e que eu tenho um carro importado na garagem. É tudo parte de uma enorme mentira que faz parte de sua vingança. Minhas roupas são apenas bonitinhas e as poucas de grife que tenho foram presente de aniversário de minhas amigas generosas e o carro que ele viu é dp síndico do prédio da Anderléia. Como eu disse, moro no alojamento da faculdade e lá nem tem garagem.

Por favor, acreditem em mim e não no mentiroso do Sandroberto. Ele é um despeitado e fofoqueiro.

Preciso ir, tem uns rapazes me esperando para estudarmos anatomia, os exames estão chegando. Numa outra hora eu escrevo com mais tempo.

Amo vocês para sempre.

Beijos eternos de sua filha Cordelina.

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