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segunda-feira, setembro 03, 2007

Iotti, Zero Hora, RS


Além de não estar me agradando nem um pouco, está me deixando preocupado o estado de policiamento ideológico em que o Brasil está se metendo. Quando sai uma notícia contra os interesses do PT ou do governo, seus membros espalham que é golpismo da direita, da elite e o escambau colorido. Quando sai uma notícia favorável a eles, os oposicionistas civis dizem que a mídia está vendida, que os jornalistas são venais e a vaca de três tetas... Digo os oposicionistas civis porque os que detêm algum cargo eletivo estão quietinhos, apenas fazem um barulinho de vez em quando. Entre tantos rojões, o barulho da oposição não passa de um traque.

Não bastasse isso, qualquer pessoa que tenha alguma simpatia pelo Lula ou seus amiguinhos é chamado de beócio, corrupto, petralha... Calma lá, pessoal, isso é entrar no jogo segregacionistas criado por FHC quando lançou a idéia de cotas para negros, e endossado por Lula quando levou a separação de cores mais adiante e começou a pregar contra a classe média, praticamente instigando os mais pobres a se apoderarem dos bens de quem tem mais um pouquinho. E nem precisa ser rico, basta não passar as agruras dos pobres absolutos.

Partir para as acusações irracionais, seja de que lado for, é uma atitude tão imbecil quanto defender qualquer um dos lados sem argumentos, apenas gritando. A argumentação existe para defender-se ou acusar, mas, para muitos, dá trabalho concatenar idéias, mais fácil dar uma porrada e sair correndo. É assim que alguns mais inconformados, ou saudosistas ou sem memória, começam a pregar um golpe real, como se os militares não tivessem causado um tremendo retrocesso político no país durante os 21 anos que se aboletaram em Brasília. No lado oposto, aparecem os chavistas defendendo um terceiro mandato para Lula e, se isso acontecer, para tentarem mantê-lo no trono ad eternum é um pulinho. Talvz eu seja o maior de todos os idiotas, mas ainda defendo a meritocracia e a argumentação pautada em fatos e não em achismos

O sectarismo é uma viseira de burros que não nos permite ver o que acontece dos lados, nossa visão fica limitada ao que está à nossa frente e o que, às vezes nem está, mas fazemos questão de ver e, para isso, deturpamos os fatos, manipulamos números, colocamos palavras que não foram ditas e intenções que só nós vemos. Isso, vindo de onde vier, é um desserviço para o país e um percalço para a democracia.


Não defendo ideologias, estou velho e calejado demais para acreditar nelas, mesmo porque elas me traíram mais de uma vez. O que quero é que as coisas sejam feitas da maneira mais honesta e legal, não importa quem o faça; quero o mesmo que todo bom brasileiro quer: saúde pública funcionando e não essa desgraça que nos assiste; educação de qualidade nas escolas públicas e não essa enganação de professores mal remunerados, mal equipados e mal preparados; quero casa e emprego para todos e não esse papinho de vagas temporárias no comércio ou em obras, que entram nas estatísticas como se fossem empregos; quero gente competente e honesta ocupando os cargos públicos e não politiqueiros que não tiram os pés e os olhos dos palanques (tá, agora exagerei, isso nunca ocorreu no Brasil).

Mais cabeça e menos gargantas, senhores e senhores; mais braços e menos línguas; mais mérito e menos cotas; mais competência e menos indicações políticas; mais argumentos e menos gritos. Por favor.

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