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sexta-feira, setembro 14, 2007

No dia 12 escrevi e-mail para todos os 81 senadores repudiando a absolvição de Renan Calheiros. Alguns poucos deles se dignaram responder. Aqui em baixo estão as respostas que recebi e minhas réplicas.

Senador Paulo Paim, PT-RS:

Entendo sua indignação e reafirmo mais uma vez minha posição: votei pela perda do mandato.

Estou no Congresso Nacional há 21 anos. Como constituinte defendi o fim do voto secreto. Foi meu primeiro pronunciamento quando tomei posse, ainda como Deputado Federal.

Há mais de uma década apresentei projeto para extinção do voto secreto.Aqui no Senado, ainda em 2006 apresentei a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 50 que propõe o voto aberto em todas as situações.

Anunciei há mais de um mês que votaria pela perda do mandato do Presidente do Senado. Essa decisão foi publicada em todo país através da imprensa.

Em inúmeras entrevistas que concedi já havia previsto que o voto secreto apresentaria um resultado diferente da Comissão de Ética, onde o voto foi aberto.

Essa situação já aconteceu por diversas vezes na Câmara dos Deputados e agora no Senado. Por isso aprovei requerimento de audiência pública para discutir o fim do voto secreto no Congresso Nacional.

Espero que esse momento de reflexão nacional sirva para aprovar minha PEC (nº 50/2006).

Minha luta não é de última de hora!!

Saudações respeitosas,

PAULO PAIM

Senador-PT/RS

Minha resposta:

Senador, acompanho sua vida no Congresso nesses 21 anos, acredite. Nem sempre concordei com suas atitudes e posições, mas sempre o respeitei, como a poucos de seus pares. Mas no meomento a crítica não é pessoal, mas à instituição. Ao seu redor existem dezenas de covardes que se escondem na escuridão de sessão secreta e votos fechados. Como podem se dizer nossos representantes se se eescondem de nós na hora de tomar decisões? Como podem querer que acreditemos neles se 40 votam contra a vontade da população e depois aparecem 46 nos jornais dizendo que votaram pela cassação? O painel eletrônico está quebrado? Não. Os senadores são analfabetos que não sabem diferencias as palavras "sim" e "não"? Não. O que, então, podemos concluir? Que há má vontade e covardia de alguns senadores que nos traíram no seu voto e agora mentem descaradamente para s jornalistas, sabedores que são de que sua atitude não nos agradaram, mas cederam a chantagens, pressões, fraqueza e malcaratismo.

Sinto muito a linguagem irascível, excelência, mas não consigo mais me sentar conformado em minha poltrona vendo a imoralidade de algumas autoridades ditarem os rumos de uma nação carente e desejosa de honestidade, transparência e crescimento real.

Senador Arthur Vigílio, PSDB-AM:

Senador Arthur Virgílio sobre os Senadores que votaram pela abstenção de Renan Calheiros:

" Eu não esperava que seis pessoas cometessem o exercício pornográfico de safadeza cívica de votar pela abstenção. Eu não consigo achar respeitáveis as seis pessoas do voto safado da abstenção. Não venham me dizer que não tinham opinião formada."

(Correio Brasiliense - 13/09/07)

Especial
12/09/2007 - 20h12

Arthur Virgílio diz que absolvição de Renan mantém o Senado em crise

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), classificou o resultado da sessão secreta do Senado em que foi votado o projeto de resolução que decretava a perda de mandato do senador Renan Calheiros, e que foi favorável ao presidente da Casa, como "infeliz". Na sua avaliação, o resultado irá manter em crise a instituição.

- A crise vai continuar, porque infelizmente o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi absolvido. O clima é o pior possível. Renan se mantém na Presidência do Senado com os outros processos. A crise venceu - disse.

Arthur Virgílio se disse surpreso com o resultado, já que os seis votos dos que se abstiveram, somados aos 35 favoráveis à perda do mandato, somariam os 41 necessários para o que ele chamou de "regeneração da imagem do Senado".

- Respeito mais os quarenta que votaram contra a cassação do que os seis que estupidamente não se manifestaram nem para um lado, nem para o outro. São covardes - disse.

Afirmando que o clima é de desânimo, Arthur Virgílio adiantou que a bancada do seu partido vai se reunir para definir a posição a ser adotada diante da situação. Na sua opinião, a oposição deve continuar com a obstrução anteriormente em curso no Senado, em protesto contra a permanência de Renan Calheiros na Presidência da Casa, mesmo sendo objeto de dois processos no Conselho de Ética e de um representação, ainda não analisada pela Mesa, por quebrado o decoro.

Elina Rodrigues Pozzebom / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Minha resposta:

Excelentíssimo senador, a crítica nesse momento não é pessoal, mas à instituição. Como cidadão, prefiro a declaração do senador Mercadante que absteve-se do voto, por covardia ou cumplicidade, do que a camuflagem daqueles que se escondem no escuro de sesão secreta e voto fechado para trair a vontade daqueles que os elegeram.

Vejo parlamentares reclamando da imagem feia do Senado, mas como ter uma boa imagem se o que ele, o Senado, faz só é digno de repúdio? A imagem da instituição é exatamente a que ela faz, de alguns sujeitos amorais, venais, covardes que se escondem não permitindo que os eleitores saibam o que seus "representantes" fazem na escuridão dos gabinetes. Infelizmente, pelo próprio resultado da votação, chegamos à triste conclusão que esses amorais são hoje a maioria da Casa.

Senador Sérgio Zambiazi, PTB, RS:

Caro Marcos Pontes, sua indignação e da maioria do povo faz muito sentido, os três senadores do Estado do Rio Grande desde a semana passada já tinha declarado seus votos a favor do relatório do conselho de ética, na imprensa gaúcha, cordiais saudações Sérgio Zambiasi

Minha resposta:

O engraçado, senador, é que os jornais mostram que 46 senadores declararam ter votado pela cassação de Renan Calheiros. Como o painel eletrônico do Senado não está defeituoso, o que posso concluir é que alguns de seus pares, além de covardemente se esconderem em sessão secreta e voto secreto para fazerem exatamente o oposto do que a maioria dos cidadão brasileiros gostaria que eles fizessem, ainda vêm a público mentir e se acorvadar novamente tentando sair como bons moços. Infelizmente não podemos nos sentir representados pelos parlamentares quando eles se escondem não permitindo que acompanhemos suas decisões e ainda aparecem no jornal mentindo. Não vai ser assim que a esperança do cidadão de que a honestidade e a transparência se tornem uma constante seja restaurada.

Senador Marconi Pirillo, PSDB-GO:

O senador me mandou um monte de recortes de jornais, que você pode ler aqui:

Minha resposta:

Desculpe-me, senador, mas esse tipo de notícia não me diz grande coisa, uma vez que é plantado nos jornais pela sua própria assessoria, não pode ser considerado notícia de verdade. Não desejo desrespeitá-lo, mas apenas triar o que é notícia e o que é declaração do próprio gabinete dos políticos.

Como notícia eu vejo, por exemplo, a declaração de 46 senadores que votaram a favor da cassação do senador Renan Calheiros. Não acreditando que o painel eletrônico do Senado estja defeituoso, só posso concluir é que alguns de seus pares aproveitaram-se da escuridão de sessão secreta e votos fechados para depois mentirem para nós, cidadãos, covardemente, não assumindo seu voto contra a vontade daqueles que dizem representar.

Sinto muito, excelência, mas não me sinto representado por um Congresso que diariamente toma resoluções contrárias aos meus desjos e aos de milhões de brasileiros.

Senador Osmar Dias, PDT-PR:

SENADO FEDERAL

GABINETE SENADOR OSMAR DIAS

12.09.2007

Osmar Dias diz que absolvição de Renan desacredita o Senado Federal

O senador Osmar Dias (PDT-PR) considera que a absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), coloca instituição num processo contínuo de perda de credibilidade. Para o senador paranaense, as seis abstenções e a influência da bancada governista foram determinantes para livrar o senador alagoano da cassação. "O resultado da votação passa a imagem de que o Congresso e o Executivo têm forma conjunta de atuar. Isso mostra que há a proteção mútua e recíproca entre as partes. Quem mais perde é a população que não vê satisfeita a sua vontade por parte daqueles que foram eleitos pelo povo", afirma.

Para Osmar Dias, quem se absteve de votar na sessão histórica, em que pela primeira vez o presidente do Senado teve a cassação avaliada em plenário, não deveria ter comparecido. "Quem se absteve de votar num processo como este deveria optar pela ausência. A abstenção é uma forma disfarçada de votar não", salienta. O projeto de resolução (PRS 53/07) que recomendava a perda do mandato foi rejeitado por 40 votos não, 35 votos sim e 6 abstenções.

Afastamento

O senador pedetista mantém a posição da bancada do partido no Senado pelo afastamento de Renan Calheiros da presidência da Casa. "Ou o Senado toma um novo rumo e começa a trabalhar para votar as reformas de que o Brasil precisa, ou vai afundar num processo de descrédito. Mesmo absolvido neste processo, o presidente ainda tem outros a responder. Não podemos, mais uma vez, paralisar o País por conta de uma crise política", finaliza Osmar Dias.

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Minha resposta:

Excelentíssimo senador, desculpe-me a franqueza, embora não duvidando de sua declaração de voto, mas na imprensa diz-se o que quer. Hoje lemos nos jornais que 46 senadores afirmam que votaram pela cassação do senador Renan Calheiros. Como não acredito que o painel eletrônico do senado esteja quebrado, só me resta concluir que alguns dos covardes que se esconderam na escuridão de sessão secreta e votos fechados continuam mentindo para a população covardemente, sem a hombridade de assumir que votaram contra a vontade popular.

Como vamos cnstruir um país honesto e progressista se os ditos "representantes do povo" mentem, se acovardam, praticam atos desonestos? Nossa imagem interna e externa está cada vez pior e, tenho certeza, senador, que os principais culpados são as autoridades, sem querer generalizar, que dão o exemplo que a honestidade, a mentira, a covardia, o corporativismo e as camuflagens é que levam o homem a ter sucesso na vida.

Senadora Marisa Serrano, PSDB-MS (Segundo e-mail):

Estou convencida de que o relatório que apresentei em conjunto com o senador Renato Casagrande, recomendando a cassação do senador Renan Calheiros e rejeitado por 40 senadores, não foi uma derrota pessoal nem partidária. Foi uma derrota de toda a sociedade brasileira. Tenho a consciência do dever cumprido. Sei que fiz o melhor que pude e agi conduzida pelos fatos e por documentos comprobatórios. O Senado Federal é uma instituição democrática, fundamental para o fortalecimento do espírito republicano e, nada mais justo do que acatarmos, apesar da perplexidade geral, sua decisão soberana.

Mesmo assim, não devemos esmorecer na luta. A construção de um Estado pautado pela ética é um processo feito de avanços e recuos. Tenho esperança de que o passo que foi dado para trás seja fundamental para que se dê dois para frente em futuro próximo. Vamos continuar defendendo os interesses gerais, sem medo dos arreganhos do poder.

Saudações,

Marisa Serrano

Senadora (PSDB-MS)

Minha resposta:

Os bons cidadãos desse país esperam que isso ocorra, senadora. Vemos agora na mídia que 46 senadores declararam que votaram pela cassação do presidente do Senado, ou seja, além de se esconderem na escuridão de sessão secreta e votos fechados, alguns dos "nossos representantes' ainda se acovardam diante da atitude nada popular e continuam mentindo e tentando nos enganar

Infelizmente, excelência, enquanto o Congresso Nacional, assim como diversas prefeituras, câmaras municipais e assembléis elgislativas forem formadas, em boa parte, por seres sem qualquer traço de boncaratismo, antiéticos, mentirosos, venais e covardes nós, homens e mulheres que lutam por uma melhora do país, não podemos ter esperanças dessa melhora.

Como ensinar nossas crianças e jovens que a honestidade e a transparência são alavancas essenciais para se fazer uma Brasil melhor se aqueles que nos representam no poder mostram a essas crianças e a esses jovens que é o caminho contrário que eleva socialmente o homem?

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