As pessoas com quem mais nos desentedemos são as mesmas de quem mais gostamos e a causa é simples? são as que estão mais próximas. Normalmente elas são nossa família.
A rigor, não se pode escolher a família que se tem, óbvio, principalmente os ascendentes. Os pais e irmãos nos são impostos e foi pensando assim que os rebeldinhos dos anos 70 e 80 repetiam à exaustão, com direito a música da já trintona Rita Lee, "eu não pedi pra nascer", modo simplista de justificar o descontentamento dos outros com seus atos. Quem me fala uma imbecilidade dessas me dá a impressão de que o mundo não perderia nada se tal figura realmente não tivesse nascido.
Todo mundo conhece alguém que não se dá bem com a família ou que é rejeitado por ela, e cada um tem suas razões para essa rejeição, mas, analisando direitinho, é perceptível uma tsunami numa colher de sobremesa. Lógico que existem os casos graves, mas esses sõa minoria provocada, em grande parte, por abuso infantil, desvio de caráter, despreparo dos pais, doenças várias como depressão, esquizofrenia, efeitos colaterais de medicamentos...
Não se tem a obrigação de se gostar da família, embora essa seja a postura dita "normal" pela sociedade, mas é sempre chocante ver o ódio entre parentes. Fraticídio, patricídio, infanticídio, abuso sexual contra enteados ou filhos são, provavelmente, os crimes que mais nos chocam. A educação dada pelas famílias tem-se tornado branda e onivente nas gerações pós-689, o que tem refletido consideravelmente na dinâmica social. Por escapismo costumamos inventar culpados para nossas falhas e a família é o bode expiatório ideal, afinal de contas foi ela que nos fez como somos.
De fato, a família é o maior responsável pelo que somos e nós somos todos responsáveis por aquilo em que ela se transforma. Se ela fizer por cada membro o melhor que pode e nós fizermos por ela o que pudermos de melhor, ambos seremos melhores a cada dia e não existirão esses traumas eternos.
Ser legal com os amigos recém-conquistados e com coleguinhas e tratar a família com patadas é uma troca perigosa e mesquinha, típico de egoistas que esperam receber muito sem ter que doar nada.
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