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segunda-feira, agosto 29, 2005

Errar é humano, eu é que não sou.



Dois pra lá, dois pra cá


Para quem ainda não teve a curiosidade de saber onde fica Eunápolis vou dizer porque é importante para a compreensão dessa historinha verídica.

Tá, sei que tal fato contado assim pode ser sem graça, mas ilustra bem o assistencialismo que marca as campanhas político-eleitorais no país.

Para quem tem um mínimo de conhecimento de geografia do Brasil, deve lembrar-se do mapa da Bahia. Sabe aquele rabinho do estado? É a região chamada sul-baiano, para alguns de nós, Estado de Santa Cruz. No início do rabinho, no norte, está Itabuna; no extremo sul, lá na fronteira com o Espírito Santo, está Medeiros Neto. Eunápolis fica no meio do rabo, praticamente eqüidistante das duas cidades.

Acho que vou me arrepender de ter chamado esse apêndice do estado de rabinho, mas agora é tarde.

Voltemos ao "causo".

Um velho político local, sem nenhuma chance de eleger-se para qualquer coisa, aceitou o convite para trabalhar no comitê de um candidato a prefeito. Sua função era comprar votos com passagens de ônibus, remédios, consultas médicas, bam-bam-bam-caixa-de-fósforos que todo mundo está careca de saber, menos a Justiça Eleitoral que é cabeluda, mas cega como meu terceiro olho.

Certo dia um eleitor procurou o velho político pedindo uma passagem para visitar o filho doente em Salvador. Em troca daria o voto dele, da mulher, dos sete filhos, genros e noras para o "doutor" candidato.

Solícito e já contando com os votos, o velho político, analfabeto como a maioria de seus pares, teve de desculpar-se, porém: "Óia, as passage pra Sarvadô num tem mais, não. Num serve pra Belo Hozonte?"

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