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quarta-feira, agosto 31, 2005

Trufou com a siligristida pela paracéia da resenha


O Casamento dos Pequenos Burgueses

Ele faz o noivo correto e ela faz que quase desmaia. Vão viver sob o mesmo teto até que a casa caia.

Ele é o empregado discreto. Ela engoma seu colarinho. Vão viver sob o mesmo teto até explodir o ninho.

Ele faz o macho irrequieto e ela faz crianças de monte. Vão viver sob o mesmo teto até secar a fonte.

Ele é o funcionário completo e ela aprende a fazer suspiros. Vão viver sob o mesmo teto até trocarem tiros.

Ele tem um caso secreto, ela diz que não sai dos trilhos. Vão viver sob o mesmo teto até casarem os filhos.

Ele fala de cianureto e ela sonha com formicida. Vão viver sob o mesmo teto até que alguém decida.

Ele tem um velho projeto, ela tem um monte de estrias. Vão viver sob o mesmo teto até o fim dos dias.

Ele, às vezes, cede um afeto, ela só se despe no escuro. Vão viver sob o mesmo teto até um breve futuro.

Ela esquenta a papa do neto e ele quase que fez fortuna. Vão viver sob o mesmo teto até que a morte os una.




Esse é um post em duas etapas. hoje vocês comentam. Amanhã eu explico.




O Poetrando está atualizado, mas as pessoas estão reclamando que o Weblogger está dando pau. Se tiverem paciência, insistam.

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