"Mulher não sabe o que quer, só sabe que quer..."
(Não me batam, senhoras e senhoritas, quem falou isso foi o Ronaldo, eu apenas assinei embaixo)
Ciúme de pai
Não vou citar nomes por respeito a eles e por gostar do meu nariz do jeito que ele está.
Eram vários irmãos. Entre tantos, apenas uma garota. Quando um deles comenta isso costuma ouvir do interlocutor "coitada dela...". Mas não é bem assim. Ela foi tratada como uma princesa pelo pai e os irmãos a protegiam à distância, sem ciumeira. Ela estava sempre à vontade para ir e vir. Os meninos se espremiam nos quartos que sobravam depois que os pais escolhiam o seu e a menina escolhia o próprio.
Ela não precisava lavar as cuecas nem os pratos dos homens da casa. Eles foram educados, desde muito cedo, a cuidarem de suas próprias sujeiras. Não seriam as duas mulheres da casa suas escravas.
Os meninos disputavam a bola, os revólveres de espoleta que ainda se davam aos garotos, enquanto ela tinha suas próprias bonecas. Quando um deles, mais desprendido de machismo, resolvia brincar com as bonecas da irmã, era escorraçado pelos demais, vestido de vestidinho e obrigado a dar uma volta no quarteirão fantasiado de menininha.
Havia um irmão, porém, que se achava na obrigação de preservar as virtudes da moçoila de qualquer olhar aventureiro de marmanjos. Ciumento ao extremo, a vigiava até nas brincadeiras de roda que ainda aconteciam nas calçadas. Se algum rapazola caísse na besteira de elogiar a beleza, nem que fosse apenas do cachos da princesinha, corria o risco de sair com um olho roxo, caso o varão defensor soubesse.
O tempo passou e a princesa conheceu seu príncipe, que para o irmão zeloso era um sapo. Antes do casamento chamou o noivo e deu-lhe um sermão enorme, ensinou-lhe como deveria tratar sua irmã, que jamais a maltratasse ou agredisse. Que, se algum dia, o casamento desandasse, que sua irmã fosse trazida de volta para a casa dos pais de forma respeitosa e nunca enxotada de casa. O pai da prole deu-lhe apoio, mas coisas assim nunca aconteceram. Brasileiramente o casal passou pelos perrengues que os honestos enfrentam para manter uma família, tiveram dois filhos lindos e vivem felizes juntinhos até hoje.
O irmão ciumento também casou-se e também teve dois filhos, um casal. A menina, linda e inteligente, cresceu chamando a atenção dos garotos. A irmã do pai, feliz com sua família,teve folga dos ciúmes, que foram transferido para a filha. A maturidade, porém, ensinou-lhe a conversar e aconselhar e não mais reprimir, simplesmente. Isso não significa que o ciúme e o zelo diminuíram. Apenas foram domesticados.
Um dia a filha rendeu-se de vez ao amor. Era o definitivo amor, como assim pensam todos os adolescentes. Namoro firme. Vinte quatro horas por dia juntinhos se nada mais urgente houvesse a ser feito. Era uma flechada no coração do pai. Por meios brandos tentou acabar com o namoro, sugeriu à filha um distanciamento para que ela tivesse certeza do que realmente sentia, proibia os cinemas à noite, as festas sem companhia do irmão, admitia o namoro da sala de sua casa, assim poderia ficar de olho mais de perto. Enfim, fez de tudo o que pôde para dificultar o romance, sem, porém, partir para cima do rapaz. Era ciumento, mas não era louco. O genro é professor de musculação da academia do bairro.
Eram vários irmãos. Entre tantos, apenas uma garota. Quando um deles comenta isso costuma ouvir do interlocutor "coitada dela...". Mas não é bem assim. Ela foi tratada como uma princesa pelo pai e os irmãos a protegiam à distância, sem ciumeira. Ela estava sempre à vontade para ir e vir. Os meninos se espremiam nos quartos que sobravam depois que os pais escolhiam o seu e a menina escolhia o próprio.
Ela não precisava lavar as cuecas nem os pratos dos homens da casa. Eles foram educados, desde muito cedo, a cuidarem de suas próprias sujeiras. Não seriam as duas mulheres da casa suas escravas.
Os meninos disputavam a bola, os revólveres de espoleta que ainda se davam aos garotos, enquanto ela tinha suas próprias bonecas. Quando um deles, mais desprendido de machismo, resolvia brincar com as bonecas da irmã, era escorraçado pelos demais, vestido de vestidinho e obrigado a dar uma volta no quarteirão fantasiado de menininha.
Havia um irmão, porém, que se achava na obrigação de preservar as virtudes da moçoila de qualquer olhar aventureiro de marmanjos. Ciumento ao extremo, a vigiava até nas brincadeiras de roda que ainda aconteciam nas calçadas. Se algum rapazola caísse na besteira de elogiar a beleza, nem que fosse apenas do cachos da princesinha, corria o risco de sair com um olho roxo, caso o varão defensor soubesse.
O tempo passou e a princesa conheceu seu príncipe, que para o irmão zeloso era um sapo. Antes do casamento chamou o noivo e deu-lhe um sermão enorme, ensinou-lhe como deveria tratar sua irmã, que jamais a maltratasse ou agredisse. Que, se algum dia, o casamento desandasse, que sua irmã fosse trazida de volta para a casa dos pais de forma respeitosa e nunca enxotada de casa. O pai da prole deu-lhe apoio, mas coisas assim nunca aconteceram. Brasileiramente o casal passou pelos perrengues que os honestos enfrentam para manter uma família, tiveram dois filhos lindos e vivem felizes juntinhos até hoje.
O irmão ciumento também casou-se e também teve dois filhos, um casal. A menina, linda e inteligente, cresceu chamando a atenção dos garotos. A irmã do pai, feliz com sua família,teve folga dos ciúmes, que foram transferido para a filha. A maturidade, porém, ensinou-lhe a conversar e aconselhar e não mais reprimir, simplesmente. Isso não significa que o ciúme e o zelo diminuíram. Apenas foram domesticados.
Um dia a filha rendeu-se de vez ao amor. Era o definitivo amor, como assim pensam todos os adolescentes. Namoro firme. Vinte quatro horas por dia juntinhos se nada mais urgente houvesse a ser feito. Era uma flechada no coração do pai. Por meios brandos tentou acabar com o namoro, sugeriu à filha um distanciamento para que ela tivesse certeza do que realmente sentia, proibia os cinemas à noite, as festas sem companhia do irmão, admitia o namoro da sala de sua casa, assim poderia ficar de olho mais de perto. Enfim, fez de tudo o que pôde para dificultar o romance, sem, porém, partir para cima do rapaz. Era ciumento, mas não era louco. O genro é professor de musculação da academia do bairro.
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