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terça-feira, setembro 20, 2005

Dinheiro não compra felicidade. Aluga, usa e depois devolve gasta.



Pieguice, reconheço


Não sou nada chegado a mensagenzinhas água-com-açúcar do tipo que têm sempre uma moral no fim, textinhos de auto-ajuda. Entendo e respeito quem gosta, antes que alguém me jogue pedras.

Hoje, porém, vi uma cena que não me permitiu deixar de comparar cabras e bodes com humanos.

Estava eu, tranqüilinho, fiscalizando a natureza, sem nada com o que me preocupar - esse é meu maior problema, excesso de soluções para nenhum problema - observando um rebanho de cabras pastando num terreno aqui vizinho. Eram uns trinta exemplares entre machos e fêmeas adultos e alguns filhotes. Eles espalham-se pelo capinzal enquanto comem, mas não afastam-se, estão sempre em grupo.

Pretos, marrons claros, marrons escuros, brancos, acinzentados, pastam e convivem como se a única preocupação fosse se amanhã o capim ainda estará verde.

Não sei se era a calma do dia, o templo nublado que me remete à infância, se algum resquício de melancolia na alma, se li Sabrina demais na adolescência e os reflexos estão aparecendo agora, se estou apaixonado por uma filósofa graduada ou por Paulo Coelho, filósofo de rodinha de baseado... Sei lá! Só sei que fiquei a me perguntar por que os humanos não agem como os bodes e cabras que convivem em harmonia, respeitando-se o sexo, cores e idades. Nada de estresse maior do que alimentar-se e cuidar da prole.

Será que o filósofo tinha razão e o homem é mesmo o segundo erro de Deus?

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