Pesquisar neste blog e nos da lista

segunda-feira, setembro 19, 2005

Quando a população mundial resumia-se a cinco pessoas, 20% eram assassinos.



O Chip da Energia


Quando falta energia elétrica por uma noite os transtornos são imensos e a irritação que nos acomete é daquelas de desejar a morte do presidente e de todos os funcionários da companhia de energia. Isso, porém, é café pequeno. Vamos imaginar se faltasse energia no país inteiro durante uma semana.

Quanto maior o centro urbano, tanto maiores os problemas. Numa cidade como São Paulo, por exemplo, onde milhões de pessoas locomovem-se diariamente de metrô e trolebus, funcionários aos milhares não conseguiriam chegar às suas empresas o que levaria à quase totalidade delas a não funcionarem. Além da falta de funcionários, a grande maioria das empresas funciona a partir de equipamentos elétricos. O complexo bancário não funcionaria, impedindo boa parte da circulação de dinheiro. Sem dinheiro o comércio pararia; alimentos, às montanhas, se perderiam nos freezers e frigoríficos da indústria, supermercados, hotéis, restaurantes e em nossas casas. Asilos, orfanatos e hospitais, por conta da falta de alimentos, apresentariam mortandade em massa de seus internos.

No trânsito morreriam milhares a mais dos milhares que já morrem. Sem sinalização luminosa nas cidades e com os já conhecidos despreparo e impaciência de nossos motoristas, a essa altura mais estressados que o habitual, acidentes aconteceriam por segundos. Com a falta de condição de abastecer ônibus e automóveis, essas mortes diminuiriam com o decorrer dos dias. Seriam substituídas pelas mortes decorrentes de saques e assaltos por parte dos desesperados e dos criminosos oportunistas. Todo o sistema de informação pararia e, em pouquíssimo tempo, até os telefones calariam.

Neurotizados, cidadãos comuns também passariam aos saques, tornar-se-iam assaltantes e assassinos. Levados pelo desespero passariam a procurar comida e água para si e para os seus a qualquer custo.

Setores como as polícias e as Forças Armadas, que têm estoque de alimentos para períodos relativamente longos, em pouco tempo não seriam suficientes para colocar ordem nas ruas.

Em pouquíssimos dias voltaríamos à Idade Média.

Sete cidades do Extremo Sul Baiano ficaram quatro dias, durante a Semana Santa de '95, sem energia elétrica. Por sorte era feriadão, o que causou menores estragos, mas os prejuízos financeiros em Porto Seguro, por exemplo, cheia de turistas, até hoje ocupam a Justiça, último recurso para que os donos de hotéis, pousadas e restaurantes sejam indenizados.

Isso tudo até parece roteiro de filme, mas está muito próximo de uma futura realidade.

Toda a distribuição da energia gerada em Itaipu, acreditem, depende de um único chip de computador. Assustadora situação, não?

Nenhum comentário: