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sexta-feira, janeiro 27, 2006

"Promessa é dúvida. Mas promissória é dívida."




Em pleno século 21, estou sem telefone há 24 horas porque um caminhão arrancou os fios... É mole ou quer molho?



Xilogravura e macaxeira, duas culturas
Macaxeira


Ói, dotô, pode comprá a macaxêra que é de premêra. O sin'ô num vai incontrá u'a macaxêra amarela mansa tão boa como essa nem aqui nem em Imperatriz. Essa macaxêra cuzidin'a com mantêga da terra e café preto num tem mió. O sin'ô come isso de mãiãzin'a e pega sustança pro dia todo. É essa macaxêra que me dêxa com sustança pa labutá na roça o dia todo, dotô, num preciso daquelas píulas de vitamina que o povo da cidade tá tumano que nem água pa pudê trabaiá e fazê ginásca. Ginásca pa mim e pa min'a muié é cabo de inxada, seu moço, e vitamina é macaxêra e jirimum que nóis mêmo prantamo na rocin'a que Deus dá. E a farin'a, afinal de conta nóis têmo um pôco de sangue índio tomém e índio num véve sem farin'a. E sabe de onde vem a farin'a, dotô? Dessa mêma macaxêra. Mai a macaxêra é que nem bamburrá no garimpo intrás de ôro. Demora muitcho até pudê cuiê. É una ano intêro de rega e cuidado com as largata pa pudê tê a raiz pa cumê. Purisso que carece fazê a farin'a, é p jitcho de tê macaxêra o ano todo. Mai mêmo sem tê macaxêra pa cumê, ainda ansim ela dá de cumê pa nóis. Sabe como, prefessô? As fôia! Num sabia, não? Apois num é? Nóis pega as fôia, um poquin'o de cada pranta pa mó de num matá ela, nóis pisa as fôia no pilão e cunzin'a sete dia e sete noite no calvão. Sabe pa quê? Pa cortá o veneno das fôia. O sin'ô sabia que o veneno das fôia da macaxêra mata inté boi? Apois nóis mata veneno cuziano as fôia. Adispois nóis tempera elas e põe uns pedaço de carne drento e cunzin'a mais inté a carne ficá mói. Sabe como é o nome disso, prefessô? Maniçoba, que nóis aprendeu com um povo lá do Pará. É bom dimais cumê cum farin'a. Intão, dotô, vai levá a macaxêra?

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