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quinta-feira, setembro 13, 2007

Resposta do senador Mário Couto:



Prezados brasileiros e prezadas brasileiras

 

            Centenas de e-mails estão chegando até nós, senadores, de cidadãos e cidadãs manifestando sua indignação, sua revolta e vergonha com a decisão de hoje, que absolveu o senador Renan Calheiros. Quero deixar claro que eu e meus colegas da bancada tucana não contribuímos para esse resultado, que também nos envergonha. Eu, aliás, me manifestei em favor do voto aberto. Creiam: eu assumi mandato no Senado este ano e espero e quero contribuir para a moralização do nosso parlamento.

            Mas confesso a vocês que eu estranho o fato de que, apesar de tanta se dizer revoltada, decepcionada e tudo o mais, a sociedade em geral me parece anestesiada, o que, na minha opinião, acaba por se confundir com a cultura pacífica dos brasileiros. Muitas vezes me pergunto: se tantas pessoas estão reclamando o que está faltando para elas irem para as ruas protestar? Estou certo de que isso não depende de partidos políticos, aliás, fica bem mais forte e legítimo quando de iniciativa da própria sociedade, vocês não concordam? E vejo que a Internet é um importante instrumento para isso.

            Devo esclarecer, meus caros, que estou mandando este mesmo e-mail em resposta as muitas mensagens que me estão chegando, já que fica impossível mandar uma resposta pessoal para cada um dos e-mails, o que peço a compreensão. Abaixo, estou mandando um texto produzido por minha assessora de imprensa, que foi enviado para os jornais e rádios do meu Estado, o Pará, com muito orgulho. Com esse texto, espero estar dando uma resposta para todos vocês.

Cordialmente

Mário Couto

 

 

Senador Mário Couto defende renúncia de Renan

 

 

Na relação dos 35 senadores que votaram a favor da cassação de Renan Calheiros (PMDB-AL), o paraense Mário Couto (PSDB) não escondeu a preocupação hoje (12) ao sair da sessão secreta do Senado, que absolveu o presidente da Casa. Para Mário Couto, o resultado da votação “foi um desastre”, que coloca em xeque o Senado Federal. “O Senado perde muito em seu conceito, na sua história, na sua credibilidade. Quem perdeu com essa votação não foi a oposição; foi a instituição. Acho que aqueles que votaram contra a cassação apagaram a história do Senado”, avaliou o parlamentar.

            Mário Couto está conviccto de que a absolvição de Renan Calheiros deixou o Senado ainda mais vulnerável. “O efeito desse resultado é incalculável. Só o tempo vai dizer o que vai acontecer com esta Casa, porque ficou a sensação de que tudo pode ser feito e nada acontece; ficou a sensação de que o Senado faz as leis para punir os pequenos e não consegue punir os grandes. É muito triste isso em nosso país”.

Assediado desde a semana passada por governistas, para que votasse contra a cassação de Renan Calheiros, Mário Couto já havia se convencido de que o peemedebista não poderia mais continuar no mandato diante das sérias denúncias que vêm enfrentando. Por um momento, devido à pressão popular, Couto chegou a contabilizar que Renan seria condenado pelo plenário, mesmo que com uma diferença ínfima de votos.

“Mas hoje foi diferente. Ao sair de casa, conversei com a minha família e, sabendo que a oposição não teria votos suficientes na sessão secreta, eu disse a minha família que não saberia o que fazer depois desta triste tarde”, desabafou Mário Couto, que considera que a honra do Senado foi jogada na lama. “A história do Senado sempre foi muito honrada. Se você observar, em muitos pronunciamentos senadores olham para o quadro de Rui Barbosa e se orgulham da história desta Casa. Hoje, se Rui Barbosa fosse vivo, teria a maior decepção da sua vida”, disse o tucano paraense, referindo-se ao político, escritor e jurista, que é patrono do Senado Federal.

Perguntado se não teme por retaliações de Renan Calheiros aos que votaram a favor da cassação, Mário Couto afirmou estar tranqüilo. “Não tenho medo de absolutamente nada”, afirmou o tucano, que foi taxativo ao dizer que se houver retaliações “eu denuncio da tribuna”.

Mário Couto ainda defendeu a renúncia de Renan da presidência do Senado, por pelo menos três motivos: por o peemedebista ainda enfrentar mais duas representações, por a permanência dele no cargo desgastar ainda mais o Senado e porque Renan Calheiros, segundo o tucano, quebra o decoro parlamentar ao se manter na presidência em meio a tantos processos. “Desde o início, por mais que o Renan Calheiros se esforçasse, ele não deixava de interferir, de influenciar nas decisões. Portanto, isso é abuso de poder e quebra de decoro”, apontou Couto.


 Minha resposta ao senador:

Senador, respeito o senhor e conheci a posição tucana, porém não posso esquecer que: 1. O voto e a sessão foram secretos; 2. Sem querer particularizar sua participação na votação, me refiro aos senadores como um todo. Vossa excelência faz parte do todo, dos 81 que votaram, do corpo de senadores, não pode, portanto, ser totalmente isenta da responsabilidade, uma vez que os votos não foram nominais.

Um comentário:

Sonia Kern disse...

A emoção de ouvir as palavras do Sen. Mario Couto onde traduzia o sentimentos de revolta do povo quanto à realidade atual brasileira, frente ao Sen. Renan logo se transformou em decepção ao verificar que ele também é investigado...
Essa é a decepção do povo: políticos A solução é aceitarmos que nossos filhos abandonem esse país e o deixem entregue a essa maioria inescrupulosa que tomou conta do país. Não vejo uma luz no fim do esgoto.