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sexta-feira, outubro 05, 2007



  • Me esqueço de convidá-los... Para quem gosta de contos de baixa qualidade, semanalmente publico os meus na revista Extremo 21. Passem lá.

  • Há alguns dias falei aqui daqueles prêmios picaretas do tipo "melhor do ano". Uma empresinha qualquer com nome pomposo procura uma empresa ou um profissional liberal, mostra o resultado de uma pesquisa de opinião pública, oferece ao procurado a placa, mas em troca pede "uma colaboração" em dinheiro para a solenidade de entrega.
Esses sabichões contam com dois fatores a seu favor: o ego do escolhido e a chantagem. Caso o agraciado rejeite o prêmio, esse será dado ao seu concorrente. Pois bem, ontem a quase vítima fui eu.
Me chamaram à portaria. O cara foi direto ao papo:
- Professor eu sou representante da A&M Publicidade e Consultoria (nome fictício, não por pudor, mas porque não lembro o nome original). Fizemos uma pesquisa de opinião pública e o senhor foi escolhido o melhor professor da cidade (qual o critério que se usa para escolher o melhor entre profissionais de áreas diversas, eu não tenho a mínima idéia).
- Legal. E aí? - Respondi sem qualquer entusiasmo, o que deve ter surpreendido o camarada.
- Nós faremos um jantar de gala onde será entregue o prêmio (na verdade são dezenas de "prêmios", de melhor restaurante a melhor jardineiro).
- Sei...
- Estarão presentes as rádios, jornais, televisão, os sites de notícias... Uma boa oportunidade para o senhor faver uma promoção gratuita do seu trabalho (gratuita, sei...).
- Legal, estarei lá. (Eu sabia que viria o golpe, mas não ia dar a dica pro sujeito, ele que a arrumasse de algum jeito. Enquanto falava já fui estendendo a mão como despedida).
- Só tem uma coisinha (arrá! Eu sabia que tinha uma "coisinha").
- Não se preocupe, eu tenho um terno altamente social (como sou cínico quando quero! Na última vez em que me trajei de terno foi quando fui patrono de formatura de uma turma da escola pública, e o terno era alugado, mas o "publicitário" não precisava saber disso e nem era esse seu interesse, eu sabia).
- Não é isso, professor, é que os premiados devem dar uma pequena contribuição para as despesas do evento ("pequena contribuição", imagino).
- Ah, é? E quanto é essa contribuição?
- Apenas R$ 280,00.
- Amigo, eu vou ao melhor restaurante, com a companhia que me agradar, como o que desejo, tomo o melhor vinho da carta e ainda posso ganhar beijinhos. Se estiver de bom humor e bastante generoso, gasto, no máximo R$ 120,00. Fala a verdade, vocês não estão me dando um prêmio, mas vendendo uma placa sem qualquer significado.
- Que é isso, senhor? Quem está lhe outorgando esse prêmio é a sociedade, ela que o escolheu. além disso, o senhor pode parcelar em duas vezes.
- Amigo, meu ego é desse tamanhinho, ele não vale R$ 280, além do quê, ele só me dá dor de cabeça. Faz o seguinte, procura o segundo colocado, é capaz dele topar.

É tão gostosa a sensação de dar uma tralhotada num estelionatário como esse!


  • Tem alguma coisa mais irritante na televisão do que o "irritando Fernanda Young"?

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