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quarta-feira, outubro 31, 2007

Paz No Mundo


Esta é minha humilde colaboração ao post coletivo proposto pelo Lino. Você também ainda pode participar.


Quando a população mundial se resumia a Adão, Eva, Caim, Abel e Set, 20% dela era assassina, ou seja, a terra já foi mais violenta. Lógico que a afirmação acima não é verdadeira e não tem qualquer respaldo histórico-científico. Por outro lado, é uma demonstração bíblica que a maldade e a violência são inerentes à condição humana.

Judeus e árabes já se digladiam desde os mesmos tempos bíblicos; os próprios árabes, por conta das ambições das 12 tribos de Judá, não se entendem há milênios, além de outros milhares e milhares de conflitos religiosos que marcam a história de sangue. Mas não são só de origem nos credos que se dão as guerras, ironicamente justificadas pelos seus líderes como guerras em nome de Deus, guerras santas, seja esse Deus que deus for. Até mesmo fiéis de mesmo deus se devoram, como os católicos e protestantes na moderna Irlanda. Deus, para essa gente belicosa, é como um objeto que tem enorme valor, mas somente nas mãos de quem o detém. Os caras brigam, matam, saqueiam, estupram, destroem em nome de algo que não vêem, não tocam, não cheiram e sequer sabem se existe, apenas crêem, e crêem porque são educados para crerem e, pior, quem não teve a mesma educação, merece ser banido do planeta. Não dá pra levar isso a sério. Aliás, mais sério que essas guerras imbecis são as brincadeirinhas de mocinho e bandido de crianças.

Os conflitos fundiários já são um pouco mais inteligíveis. Lutar pela terra é lutar por um território onde se possa plantar, criar, sustentar uma família, sociabilizar-se, progredir. Talvez não se justifiquem, mas, pelo menos, se explicam de maneira palpável. Esses conflitos por terra são muito mais numerosos que os religiosos e milhares deles sequer são revelados ao grande público. Somente no Brasil, neste exato momento, estão acontecendo conflitos por um terreno, uma fazenda, um curso d’água, uma casa que não aparecerão nos jornais ou nos livros, e esses conflitos, de maior ou menor conseqüência, se repetem mundo a fora.

O homem gosta de guerrear, não perdeu, mesmo com os séculos de civilização e avanço tecnológico, seu espírito animalesco tribal de marcar território. Antes o fazia com urina, hoje, com cercas e armas. Tudo é motivo para uma guerra, nem que o motivo não exista e seja criado para dar uma graninha para que a indústria bélica não corra o risco de falir. Água, petróleo, pesca, caça de baleias, casacos de peles e criações de chinchilas, inseminação artificial e aborto, alimentos trangênicos, Emilinha ou Marlene, Flamengo ou River Plate, punks ou skinheads... Não interessa, o importante é guerrear.

Talvez a maior das utopias seja a paz mundial, isso cabe apenas para discursos de políticos do G8 e para os concursos de misses. Por um motivo ou por outro, sempre haverá um bicho humano pronto para levantar a mão contra outro, de preferência um mais fraco e menos armado; o homem, além de belicoso, é um covarde.

Os grandes conflitos alimentam egos e fortunas: o ser humano é belicoso, covarde, vaidoso e ambicioso. Mas o que dói fundo no peito do cidadão comum é a violência contra um igual a si, é o assassinato de um pai por causa dos poucos reais que levava na carteira, o assassinato de uma criança por causa de seu boné de cinqüenta reais, o assassinato de um bebê por uma mãe despreparada para a maternidade, o atropelamento do operário que aguardava o ônibus para o trabalho por jovens adolescentes embriagados que voltavam da balada, ... O que dói mais fundo é a certeza da impunidade dos algozes! Esses absurdos poderiam ser profundamente minimizadas com mais educação, tanto a formal quanto a familiar, boas leituras, bons exemplos e bom senso, mas essas coisas devem ser muito raras e caras para serem disponibilizadas ao cidadão comum.

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