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domingo, novembro 27, 2005

Domingo no Parque

Na tarde preguiçosa e domingueira a menininha brinca, sozinha no balanço.

A cidade se espreguiça em volta da praça onde o pai, sozinho em um banco, lê seu jornal sem interesse. Ela, no carrossel, gira com seu vestido florido.

Até os alienígenas pardais se demoram a catar suas migalhas, enquanto a menina e seus cabelos negros em maria-chiquinha escorrega a bunda e cai de pé na areia pisada e repisada, antes branca, hoje marrom de uso.

Ao longe se ouve um samba. Algum botequim ainda vive na tarde morna em que a menininha tira as sandálias para sentir-se mais livre para escalar o brinquedo de canos. O pai, ausente, lê o caderno de esportes.

Sua mãe, em casa, prepara o suco e o bolo, vontades expressas da menininha para a merenda da tarde. A guria, sem coleguinhas, maquinava um jeito de divertir-se sozinha na gangorra.

Companhia ausente, o pai fazia caretas ao ler as novas da política e não via a menininha de maria-chiquinha, descalça, em seu vestido florido correr atrás da borboleta e não conseguir chegar ao outro lado da rua, impedida pelo carro cinza e veloz.

A menininha não viu a segunda-feira.

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