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segunda-feira, maio 28, 2007

Continuando...


Imagem daqui.


Já diz o ditado popular: "quem nunca comeu mel, quando come se lambuaza". Os deportados, os prisioneiros, os cassados, os clandestinos e os espertalhões da ditadura, ao reconquistarem seus direitos políticos partiram para desfazer tudo o que estava em voga e prezar pela liberdade. Proteger os excluídos virou bandeira nacional. Muito justo!

O sertanejo que sofre de estiagem e sem empregos, os trabalhadores rurais sem crédito e perdendo suas terras para a grilagem e para os grandes empreendimentos, além das monoculturas como soja, no Centro-Oeste e em áreas do Sul, eucalipto em algumas áreas do Sul, de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia; os desalojados por lagos artificiais de hidrelétricas; os analfabetos; os sem moradia e desassistidos do falido sistema federal de habitação; os deficientes físicos; os negros... Enfim, aqueles esquecidos pela história, aos poucos foram recebendo atenção, recursos financeiros e técnicos, assistência previdenciária e voto.

O velho paternalismo que antes era visto como uma mazela política, maneira dos coronéis prenderem seus eleitores com cabrestos, foi tornando-se política oficial. Cristóvam Buarque estabeleceu a Bolsa Escola, quando governador do Distrito Federal e prefeituras do PT estabeleceram a Bolsa Família em cidades do ABC. FHC abraçou a causa e começou a política do assistencialismo oficial. Várias "bolsas" foram estabelecidas.

O PT, ao assumir o governo federal, juntou todas essas bolsas numa só. Dando seguimento à política tucana estuda a imposição legal de cotas para negros, índios, estudantes das redes públicas, estadual, municipal e federal, em concursos públicos. E, mais nova sugestão, a bolsa aprovação, ou seja lá qual for o nome que será dado a essa aberração. Os alunos contemplados com a bolsa escola que forem aprovados no final do ano, terão um prêmio em dinheiro. Aquilo que era obrigação do estudante, estudar para ser aprovado, agora é motivo para prêmio. Maneira que o Ministério da Educação terá de maquear a péssima qualidade do ensino público. Os professores poderão continuar mal treinados, faltosos e irresponsáveis, caberá ao aluno se esforçar, caso queira uma graninha para comprar alguma coisa para o Natal.

A autoridade passou a coniver com a incompetência. Diante das câmeras quer deixar claro que não é autoritário, é democrático. Mas há uma enorme diferença entre autoridade e autoritarismo, entre democracia e democratismo. Desde FHC os movimentos orquestrados mandam e desmandam sem serem importunados. Sem-terras invades e destoem órgãos públicos e ninguém é preso por mais de 24 horas, sem-tetos invadem imóveis públicos e privados e ninguém é preso, quadrilhas saqueiam o erário e ninguém é realmente preso, apenas respondem a infindáveis processos que jamais chegam a uma decisão final, apenas parciais que são prontamente derrubadas por habeas corpus e liminares.

A impressão que dá, é que os parlamentares que não se metem em falcatruas não o fazem não por não quererem, mas por não terem tido a oportunidade, não foram cooptados pelos lobistas certos.

O judiciário, encastelado e usando de liguagens rebuscadas, distante do cidadão comum e mesmo de muitos letrados sem intimidade com as terminologias legais, ficam sem entender nada. Mas isso não evita que se indignem. Mas de nada adianta se revoltarem, para eles existe justiça, cadeia e penas.

As "autoridades" (entre aspas, porque sua autoridade passa a ser questionada) eleitas, por princípio seriam representantes do povo. Mas não é assim, de fato. Elas não ouvem o povo, viram as costas para seus eleitores, legislam apenas sobre matérias que lhes interessem direta ou indiretamente. Os reclames das ruas não atravessam as paredes com tratamento acústico dos palácios. Elas, as "autoridades", assim como os empreiteiros, os médicos, os advogados, os capitães de empresas, os lobistas, os ruralistas, têm associações, sindicatos e cooperativas, são ouvidos por meio de seus representantes da classe, mas o cidadão comum, como eu e vossa senhoria, somos dispersos. Podemos falar em mil vozes as mesmas coisas, mostrarmos nosso descontentamento aos gritos, mas são gritos solitários, mesmo que falem as mesmas coisas. Nós estamos no mato sem cão, gato ou epingarda, enquanto eles estão armados até os dentes e blindados por uma legislação segregadora.

O foro privilegiado, as celas especiais e os tratamentos que recebem das diversas esferam judiciais, as diferenciam dos pobres palhaços pagadores da farra, nós.

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