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segunda-feira, maio 14, 2007

Mundo-cão



  • Diálogo que ouvi há dez minutos, de três adolescentes. O primeiro: "O Igor agora é emo"; o sengundo: "Sei... Emossexual"; E o terceiro: "Não, emo... róida".

  • Qualquer dia vou pegar um porre e postar aqui bêbado. O que será que vai acontecer? Eu e meus experimentalismos.

  • Na China uma mãe matou a filha porque a coitadinha não sabia contar até cem. Enquanto isso, no Brasil, uma criança que saiba soletrar "mentecapto" pode ganhar 100 mil reais. Tem jeito, não, nivelaram a humanidade por baixo mesmo.

  • Aí, aquele casal renomado na high-society faz um jantar beneficente a 1200 babilaques a mesa. Toda a grana arrecadada irá paras os pobres da Favela do Calango Sem Rabo. O salão fica lotado. Os homens de Armani, as mulheres com os mais festivos costureiros pendurados nos corpos esqueléticos, esculpidos a bisturi e alisado por botox e coisas que tais. Em cada mesa os senhores discutem o preço da arroba de carne, dos últimos lançamentos do Salão do Automóvel de Frankfurt, o quanto já gastaram em sua casa nova na Costa do Sauípe, de como suas esposas são fúteis... No cardápio, vitela japonesa, coq au vin, açorda de amêijoas e vinhos, muitos vinhos: Baron Dárignac Blanc Moelleux, Porto Alandra Tinto, 35 South Carmenere e por aí vai... A preço de custo, contando os garçons, o aluguel do salão, os ingredientes, os serviçais, o chef e tudo o mais, algo em torno de 300 reais por cabeça. Quatro lugares por mesa, lucro zero. O casal anfitrião compra duas cestas básicas e faz a entrega, com fotos para a coluna social, pompa e circunstância, para a creche do bairro mais distante, assim ninguém se dará ao trabalho de ir lá conferir. Os beneméritos comensais estarão com a alma lavada, ajudaram aos pobres e ainda fizeram bons negócios. Os anfitriões, com sorriso de orelha a orelha, dizem-se realizados, ajudaram a diminuir a miséria do povo brasileiro e foram abençoados: a filha, recém formada em arquitetura naquela faculdadezinha de segunda localizada ao sopé das montanhas de Aspen, conseguira um emprego no escritório do renomado urbanista presente no jantar. Todo mundo feliz! Inclusive as criancinhas agraciadas com arroz e feijão que lhes matarão a fome por uma semana. Nada contra os ricos, pelo contrário. Eu também gostaria de ser rico e poder ajudar um monte de gente, mas não seria muito mais interessante, ao invés de um jantar, o nobre casal passar a conta da instituição de caridade para os amigos e pedir que eles fizessem um depósito anônimo? Mesmo que poucos contribuíssem, o lucro seria bem maior do que duas cestas básicas, eu garanto.

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