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terça-feira, maio 22, 2007

Resposta a Danuza


Foto retirada daqui.


A Elisabete postou uma crônica da Danuza Leão e, sabe-se lá por que, a retirou e em seu lugar colocou o aviso que o post fora censurado (isso ela ainda há de me explicar). A crônica aconselhava as mulheres a preferirem os gordinhos aos sarados com barriguinha de tanque. Nos comentários, me comprometi a escrever uma resposta a Danuza e ei-la:


Também tenho um conselho a dar aos homens brasileiros, Danuza.

Se uma loira, magra, sobre um salto de 10 centímetros, blusinha decotada, calça de cós baixo que já começa a lhe dar idéias de como seria um final de semana em Fernando de Noronha e até, caso extremo, trocarem alianças diante de dezenas de convivas ávidos pela boca livre, fuja! Tire da cabeça idéias libidinosas, camarada. Sei que é difícil diante de uma fêmea dessa estirpe, mas a armadilha está montada. A aparência física que ela lhe mostra é a isca, as intenções vão muito além e nem sempre são nobres.

Prefira aquelas que se vestem como gostam e não como mandam. As dondocas da mídia, as jornalistas de moda, as catitas de passarelas e as traças de revistas femininas não levam vida que sirva de padrão para a mulher que você quer como mãe de seus filhos. Aliás, filhos para uma delas é apenas apêndice engrandecedor de seu ego.

Mulher de verdade é vaidosa, está nos genes, mas não obcecada pela forma. É vaidosa porque gosta de si. Ela tem senso de ridículo e personalidade. Entre a bota de cano longo, apertada e desconfortável e o sapatinho que a deixa andar à vontade, fica com o segundo, pouco se importando se a Nova recomenda o avesso.

Se ela tem os quadris largos e as coxas grossas, heranças deliciosas da miscigenação de raças, não se sujeitará a uma calça que precisa de vaselina para entrar, esforço hercúleo para fechar e paciência de Jó para tirar; além de deixá-la com a aparência de um tubo de pasta apertado no meio.


Ela não evitará que você lhe faça cafuné para não desmanchar a caríssima chapinha, pelo contrário, adorará. Seus caracóis serão sua diversão para brincar de molinhas e darão aquela resistência gostosa quando seus dedos penetrarem como um pente.

Se ela usa cabelos curtos, pontos a mais. Cabelos longos qualquer mulher usa; os curtos, só as mulheres firmes, que sabem o que querem.

A mulher de verdade terá prazer em passear com você de mãos dadas sem preocupar-se com o tempo ou o destino. Não apenas naquele galope acelerado para queimar as calorias ingeridas junto com o meio brigadeiro na festinha de ontem.

Se você cozinha, caro amigo, ela olhará você se movimentando entre o fogão e os ingredientes, medirá embevecida seus gestos e não contará as mordidas e nem ficará fazendo contas do tempo que gastará na esteira amanhã. Ela comerá com prazer e vai pedir bis sabendo que você também não estará contando as garfadas.

Ela dará risadas verdadeiras das bobagens que você disser e não apenas para se fazer simpática diante dos seus amigos, que ela detesta, diga-se de passagem. E ela não os detesta por algum motivo, mas apenas por serem seus amigos.

A mulher de verdade te dirá na cara onde você errou, mas não para moldá-lo à sua imagem e imaginação, mas por querer que você se torne melhor.

A mulher de verdade é aquela que coloca o conteúdo antes da forma. Ela prioriza as despesas necessárias em detrimento do que as vitrines empurram. Ela quer, precisa e merece sua atenção, mas compreende sua necessidade de conversar bobagens com os amigos depois do expediente. Por isso, amigo, dê-lhe espaço para elas e suas bobagens com as amigas. Ela sabe ser sutil quando quer que você faça o que ela quer, sem ser falsa; não dá ordens, argumenta e ouve seus argumentos antes de concordar ou não. E se ela ceder, não fará bico nem ficará de mal. Mas vai fazer você ceder mais adiante e não deixará você com o ranço de vingança entre os dentes.

A mulher de verdade não vê seu par e ela como dois estanques ou como um ser de duas cabeças ou , pior, dois seres com uma cabeça só. Ela os vê como cúmplices.

Se você, porém, cara homem, ainda assim prefere a fêmea à mulher, sinto dizer-lhe, você é que é o fútil e está apenas preparando-se para mais uma desilusão, da qual culpará a loiraça escolhida, sem dar o braço a torcer que sua futilidade alimentou o demônio de roupinhas apertadas e mil balangandãs artificias que lhe dão uma beleza na casca que não chega ao íntimo.

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