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quinta-feira, maio 31, 2007

Mó Viagem



Não lembro de minha primeira viagem, era bebê ainda. Antes da minha primeira viagem de verdade, lembro de uma viagenzinha, atravessando o Rio Madeira-Mamoré, saindo de Guajará-Mirim numa voadeira e indo para Guayaramerim-Beny, na Bolívia, onde minha mãe faria consulta em um médico e me levou para passear.

Aos dez, minha primeira viagem de avião, num Caravelle da Cruzeiro do Sul, com conexões de alguns dias em Belém e em Fortaleza, rumo a Maceió, onde moraríamos por três anos.

Numas férias escolares um amigo de meu pai, que passou alguns dias em nossa casa, me convidou para passar uns dias com ele em João Pessoa, cidade que adorei.

Nessa época eu me admirava que coleguinhas da minha idade jamais tivessem saído de sua terra. Na minha curta vida já havia conhecido cidades em cinco estados e uma no exterior. Lógico que eu não tinha noção de quanto se gasta para viajar, não tinha a noção exata da pobreza nacional e muito menos noção do tamanho do mundo. Olhar um mapa mundi no atlas da escola nos dá a impressão que é tudo tão pertinho, a Terra é apenas uma bolinha planificada no papel. Além do mais, eu estava em Alagoas, onde o povo viaja pouco. Veja entre seus amigos e me corrija se estiver errado: raros são seus amigos alagoanos. Cearenses, gaúchos e mineiros você encontra em qualquer lugar do país, talvez sejam os que mais viagem, mas alagoanos são raros.

Por conta da profissão do meu pai, mudamos muito de cidades e estados. Mesmo tendo que me desfazer das amizades e dos lugares com que sempre me afeiçoei com facilidade, cada mudança era uma alegria, eram mais conhecimentos, mais cultura e mais abertura para meu universo.

Essas viagens de infância e adolescência criaram em mim um prazer enorme em conhecer sabores, costumes e sotaques. Adoro os linguajares locais, as comidas típicas e étnicas. Tenho lá meus preconceitos, óbvio, mas nenhum relativo a culturas locais e me irrito com quem os tem.

É comum encontrar alguém de visita a um lugar novo reclamar de tudo, do clima, da aparência física das pessoas, do modo de falar, das comidas... Como entender que você saia de seu lugar, atravesse fronteiras e tente encontrar, longe de casa, as mesmas coisas que tinha antes? Não gosta de coisas, pessoas e culturas novas? Fique em casa, oras bolas.

Já adulto, e sem medo de novidades, vim parar na Bahia, onde ninguém da família havia estado antes. Nem mesmo meu pai, que vivia sendo transferido. Fiz aqui o meu lugar. Daqui já rodei outros e outros lugares, dentro do estado ou em outros onde ainda não havia ido. Me faltam os três estados do Sul, mas como sou imorrível, ainda terei muito tempo para conhecer.

A melhor viagem? Sempre a última. E no meu caso foi ao Rio Grande do Norte, de Natal a Mossoró conheci praias, salinas, serras e sertão. Paisagens lindas, sotaque lindo, comidas deliciosas.

A segunda melhor viagem? A próxima. Para onde? Não sei. Só sei que só será a segunda melhor até eu ir, daí ela passará a ser a melhor.



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Esse post é minha colaboração ao post coletivo proposto pela Micha.

quarta-feira, maio 30, 2007



  • Diálogo entre dois moleques, hoje de manhã:

- Artur, como é mesmo o nome daquela cidade pra onde foi o Bruno?

- São João do Meretrício.

* Não se ofendam meritienses, foi apenas um ato falho do garoto.


  • O rabino fez um acordo com os promotores e terá de pagar 100 horas de serviços comunitários. Ótima medida, não resta dúvida. Paralelamente a isso, no inteior do Ceará, um predreiro desempregado roubou uma tilápia de R$ 3,50, foi preso e vai responder a processo. Definitivamente, no Brasil a Justiça é cega, burra, discriminatória, imbecil, calhorda, prepotente...

  • Não fico triste com a situação por que passa o Brasil, nem um pouquinho. Fico é muito puto!

  • A Academia que premia com o Oscar não conhece o Brasil. Se conhecesse, o Congresso Nacional já seria hors-concours na premiação de melhor ator e melhor ator coadjuvante.

  • E cantam elgres e serelepes, os ex-detidos na Operação Navalha:

Já raiou a liberdade

No horizonte do Brasil

Houve mãos mais poderosas

Zombou deles, o Brasil


  • Como funciona uma mente tacanha:

O novo diretor do posto de saúde, para fazer média com os funcionários antigos e quebrar o gelo, fez uma reforma geral na repartição. Pintura nova, troca do piso, reposição dos azulejos quebrados, limpeza no condicionador de ar, reforma geral nos banheiros...

Orgulhoso da obra feita, tomou pelo braço o mais antigo dos funcionários, aquele respeitado pelos demais colegas, e saiu posto a dentro, discutindo os detalhes. No banheiro, todo novinho, cheirando a tinta, ouviu do subordinado:

- Doutor, tem um probleminha. Os pedreiros esqueceram de colocar suporte para o papel higiênico. A zeladora colocou o rolo sobre a caixa da descarga, aí, quando dei descarga hoje de manhã, o rolo caiu dentro do vaso. Coisinha fácil de resolver.

Facílimo de resolver! E o diretor resolveu: proibiu a zeladora de colocar papel higiênico no banheiro.


  • Como funcionam duas mentes tacanhas:

Tomei um táxi e pedi para o motorista me levar ao Correio. Em frente ao Correio, e sem diminuir a velocidade, o motorista pergunta:

- É no Correio mesmo?

Eu:

- Não, eu queria ir pro puteiro, mas fiquei com vergonha de pedir.

terça-feira, maio 29, 2007



  • Como disse um estudante da USP: "Bem que um deputado poderia pegar febre aftosa, assim a gente poderia sacrificar todo o rebanho".

  • Estamos no tempo em que plágio virou "releitura".

  • E ACM falou: "Corrupto de 20 mil reais é otário", e olha que de corrupção ele entende.

  • Marmita é que nem Kinder Ovo, a gente nunca sabe o que vem dentro.

  • Ih, Calheiros, babou! Mas, não liga, não, Renanzinho, o Supremo Tribunal Federal está do seu lado e contra a Polícia Federal. Também, quem mandou a PF descobrir alguns juízes corruptos?

  • Chavez = mordaça + chibata + lavagem cerebral de boa parte da população.
  • Impressionante! Emoncionante! Surpreendente! Esse vídeo da National Geographic mexeu com meu nervos.

segunda-feira, maio 28, 2007

Continuando...


Imagem daqui.


Já diz o ditado popular: "quem nunca comeu mel, quando come se lambuaza". Os deportados, os prisioneiros, os cassados, os clandestinos e os espertalhões da ditadura, ao reconquistarem seus direitos políticos partiram para desfazer tudo o que estava em voga e prezar pela liberdade. Proteger os excluídos virou bandeira nacional. Muito justo!

O sertanejo que sofre de estiagem e sem empregos, os trabalhadores rurais sem crédito e perdendo suas terras para a grilagem e para os grandes empreendimentos, além das monoculturas como soja, no Centro-Oeste e em áreas do Sul, eucalipto em algumas áreas do Sul, de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia; os desalojados por lagos artificiais de hidrelétricas; os analfabetos; os sem moradia e desassistidos do falido sistema federal de habitação; os deficientes físicos; os negros... Enfim, aqueles esquecidos pela história, aos poucos foram recebendo atenção, recursos financeiros e técnicos, assistência previdenciária e voto.

O velho paternalismo que antes era visto como uma mazela política, maneira dos coronéis prenderem seus eleitores com cabrestos, foi tornando-se política oficial. Cristóvam Buarque estabeleceu a Bolsa Escola, quando governador do Distrito Federal e prefeituras do PT estabeleceram a Bolsa Família em cidades do ABC. FHC abraçou a causa e começou a política do assistencialismo oficial. Várias "bolsas" foram estabelecidas.

O PT, ao assumir o governo federal, juntou todas essas bolsas numa só. Dando seguimento à política tucana estuda a imposição legal de cotas para negros, índios, estudantes das redes públicas, estadual, municipal e federal, em concursos públicos. E, mais nova sugestão, a bolsa aprovação, ou seja lá qual for o nome que será dado a essa aberração. Os alunos contemplados com a bolsa escola que forem aprovados no final do ano, terão um prêmio em dinheiro. Aquilo que era obrigação do estudante, estudar para ser aprovado, agora é motivo para prêmio. Maneira que o Ministério da Educação terá de maquear a péssima qualidade do ensino público. Os professores poderão continuar mal treinados, faltosos e irresponsáveis, caberá ao aluno se esforçar, caso queira uma graninha para comprar alguma coisa para o Natal.

A autoridade passou a coniver com a incompetência. Diante das câmeras quer deixar claro que não é autoritário, é democrático. Mas há uma enorme diferença entre autoridade e autoritarismo, entre democracia e democratismo. Desde FHC os movimentos orquestrados mandam e desmandam sem serem importunados. Sem-terras invades e destoem órgãos públicos e ninguém é preso por mais de 24 horas, sem-tetos invadem imóveis públicos e privados e ninguém é preso, quadrilhas saqueiam o erário e ninguém é realmente preso, apenas respondem a infindáveis processos que jamais chegam a uma decisão final, apenas parciais que são prontamente derrubadas por habeas corpus e liminares.

A impressão que dá, é que os parlamentares que não se metem em falcatruas não o fazem não por não quererem, mas por não terem tido a oportunidade, não foram cooptados pelos lobistas certos.

O judiciário, encastelado e usando de liguagens rebuscadas, distante do cidadão comum e mesmo de muitos letrados sem intimidade com as terminologias legais, ficam sem entender nada. Mas isso não evita que se indignem. Mas de nada adianta se revoltarem, para eles existe justiça, cadeia e penas.

As "autoridades" (entre aspas, porque sua autoridade passa a ser questionada) eleitas, por princípio seriam representantes do povo. Mas não é assim, de fato. Elas não ouvem o povo, viram as costas para seus eleitores, legislam apenas sobre matérias que lhes interessem direta ou indiretamente. Os reclames das ruas não atravessam as paredes com tratamento acústico dos palácios. Elas, as "autoridades", assim como os empreiteiros, os médicos, os advogados, os capitães de empresas, os lobistas, os ruralistas, têm associações, sindicatos e cooperativas, são ouvidos por meio de seus representantes da classe, mas o cidadão comum, como eu e vossa senhoria, somos dispersos. Podemos falar em mil vozes as mesmas coisas, mostrarmos nosso descontentamento aos gritos, mas são gritos solitários, mesmo que falem as mesmas coisas. Nós estamos no mato sem cão, gato ou epingarda, enquanto eles estão armados até os dentes e blindados por uma legislação segregadora.

O foro privilegiado, as celas especiais e os tratamentos que recebem das diversas esferam judiciais, as diferenciam dos pobres palhaços pagadores da farra, nós.

sábado, maio 26, 2007

Pouco se me dá








Cada brasileiro vivente pertence a uma das três categorias: viveram ou são descendentes dos que apoiavam a ditadura militar de 64; viveram ou descendem dos que se opuseram; ou viveram ou são filhos dos que se alienavam, fosse por desinformação ou propositadamente para manterem-se distantes daqueles acontecimentos perigosos e traumáticos.


Como me disse uma psicóloga, a cada dia incorporamos novas ferramentas, mas as adquiridas na infância e na adolescência jamais são perdidas e são elas que nos ajudam a construir nosso dia a dia.


A história é contada pelos vencedores, sempre foi, e, por 21 anos, quem contava a história eram os militares e seus sustentáculos civis, tanto que o golpe militar foi chamado de revolução e ainda ganhou o pomposo apelido de a redentora. Quando a faixa presidencial foi passada a Sarney, em 1985, os revanchistas queriam uma reforma geral, militares na cadeia, fim da famigerada Lei de Segurança Nacional, pena de morte ou prisão perpétua para os torturadores. Mas o general Figueiredo, com toda sua cavalice, não era bobo. Antes de deixar a presidência aprovou a Lei da Anistia, ampla geral e irrestrita.


Alguns generais ainda tentaram evitar a volta do poder para os civis, mas a lenta redemocratização já se iniciara e, graças aos céus!, não havia mais volta.


Durante quatro anos Sarney encarregou-se de tentar vencer a monstruosa inflação, com o slogan Tudo Pelo Social, apagava as tentativas de incêndio que surgiam de um lado e de outro. Em nome de uma "reforma geral", foi convocada uma Assembléia Nacional Constituinte e surgiu esse monstrinho que nos rege, com mais da metade dos artigos ainda sem regulamentação legal, 18 anos depois. Substituindo a Carta Magna dos milicos, que proibia mais que permitia, a nova Constituição distribuiu direitos a torto e a direito, sem exigir as mesmas contra-partidas em deveres, crendo na consciência social dos cidadãos. Ledo engano.


Como sempre, por todos os milênios da história, quem detém o capital e a informação, manipula os demais. Com a voz enfim solta, o contribuinte fez-se fiscal da Sunab, fez greves, depôs presidente, exigiu e ganhou um Código de Defesa do Consumidor e muitos e muitos outros direitos naturais de volta ou acrescentados. O bipartidarismo virou uma sacola de siglas, a maioria, ou quase todas, sem sentido, partidos que nada acrescentam à vida republicana ou à democracia. Milhares de obras iniciadas e não terminadas nos governos militares apareciam diariamente nos jornais, uma demonstração de que as empreiteiras já metiam as mãos no erário, sem punição, sem leis que os enquadrássem, e saíam imaculados, com seus colarinhos branquinhos como quando entraram.


Roubar dinheiro público através de licitações viciadas é coisa antiga, isso já ocorria no Governo Vargas ou antes. Congressistas que costuram o Orçamento da União, e os que fazem os orçamentos estaduais e municipais, infiltram obras e conseguem manipular as verbas. Até os programas humorísticos pós-abertura, como Viva o Gordo, de Jô Soares, com seu Caçador de Corruptos, ou o exilado na França, criticavam as práticas das gangs de alto escalão. Foi nessa época que surgiu a expressão "crime de colarinho branco".


Pedro Collor, que perdeu a boquinha e não por ser um cidadão exemplar, dedurou o irmão presidente e seus asseclas; Ibsen Pinheiro comandou a CPI dos Anões do Orçamento, levando à queda de sete deles, e, no mandato seguinte, também foi cassado. Escândalos, antes encobertos pelo verde-oliva, se multiplicavam e poucos eram punidos, mas eram. Como Georgina e Escócia, que roubaram milhões da Previdência Social, foram presos, houve demissão do serviço público, no caso dela. Os mais fortes escapavam, como Maluf, que há mais de 20 anos aparece no noticiário policial e jamais foi punido, tirando alguns poucos dias na carceragem da Polícia Federal.


As grandes obras foram substituídas pela propaganda. Se a empresa ganhava a licitação para construir uma ponte, por exemplo, tinha que construí-la. Não o fazia, superfaturava a obra e depois deixava um esqueleto de concreto perdido no meio do nada. Com a propaganda não era necessário tanto e Collor descobriu a barbada. A propaganda é volátil. Hoje se vê um out-door, amanhã ele já não está mais lá; hoje você assiste a um comercial na tv, amanhã ele não veicula mais. Puft! Desapareceu. Assim caiu Duda Mendonça. Preso? Não, aí você está querendo de mais.


O governo FHC não saiu incólume desse mar fétido. Muitas foram as denúncias contra seus ministros, presidentes do Banco Central, empreiteiros, compra de votos de deputados para aprovarem a reeleição... O Congresso impedia as devidas apurações e a instalação de qualquer CPI que pudesse macular o Executivo. Muito lixo foi empurrado para debaixo dos tapetes de Brasília. Muitas denúncias e quase ninguém punido. Só as piabas, os tubarões saíram apenas com pequenos arranhões e muitos continuam nadando do enorme oceano de lama brasiliense.


A UDN virou PDS, partido de apoio e legitimização dos militares e maior partido político do Ocidente. Depois da Ditadura virou PFL e hoje é Democratas. Muda de nome, mas nãos seus quadros e suas práticas. As mesmas hienas de sempre e presente em quase todos os escândalos políticos e ou financeiros. Até o Partido Comunista, com o fim da Guerra Fria, tornou-se PPS e, antes um partido convicto de seus ideais, independentemente de se gostar ou não de sua ideologia, hoje lança Gretchen como candidata a prefeita, em Pernambuco, e Rita Cadilac, em São Paulo. Tudo bem, é direito delas, mas não é uma boa referência para uma agremiação que lutava pela seriedade na coisa pública e que tem em sua história figuras importantissimas na formação da moderna política do país.


Aqueles que nos anos 70 não confiavam "em ninguém com mais de trinta anos"; que fumavam maconha como forma de contestação; que pichavam muros com frases de cunho político; que achavam o país careta; que moravam em comunidades antes dessas virarem sinônimo de subúrbio e favela; que não chamavam seus pais de pai e mãe, mas de "meus velhos"; que pregavem que a escola era uma prisão e precisava tornar-se aberta; que pregavam o fim da mais valia; que diziam que casamento era um costume pequeno burguês ultrapassado; que fumavam e bebiam ainda adolescentes como uma forma eficaz de auto-afirmação; que chamavam gravata de "nó de forca" e aliança de "bambolê de otário", freqüentaram boas escolas, boas universidades, formaram-se, casaram-se, montaram suas empresas e passaram a viver do lucro, empregaram mão de obra menos qualificada que eles, compraram suas casas financiadas pelo BNH, tiveram filhos, anestesiaram-se diante das questões políticas, alienaram-se. Os que mantiveram seus ideais por serem verdadeiros ideais e não moda, foram afastados, chamados de ultrapassados ou loucos. O combate aos maus políticos se enfraquecia.


Do outro lado da corda, os que sempre "mamaram nas tetas da viúva", impunes, proliferaram, tiveram discípulos, não se envergonharam, era algo normal e legal e socialmente aceito. Cooptaram autoridas policias, judiciárias, legislativas e executivas. Bancam campanhas políticas em troco de venda nos olhos de quem os deveria fiscalizar. Cresceram em influência e fortunas.


Milhões de brasileiros se indignam diariamente diante das notícias de corrupção; de invasões de órgãos públicos por parte de grupos de "sem-alguma-coisa", de estudantes manobrados que em nome de reivindicações legais servem de trampolim político para alguns espertalhões que não mostram a cara para dizerem exatamente quais suas aspirações; dos milhões de reais desviados dos mais diversos serviços públicos. Outros milhões de brasileiros viram as costas como se não fossem problemas seus. Mais alguns milhões gostariam de estar no lugar dos ladrões ricos e tirarem também sua fatia do bolo.


Nossas crianças, em sua grande maioria, estão sendo educadas com maus exemplos, muitos dentro de suas próprias casas quando vêem o pai fazendo "gatos" de energia e água; quando o pai "molha" a mão do guarda, que também tem filhos, para evitar uma multa; quando o professor passa 50 minutos batendo papo, falando de novela ou do jogo de ontem, quando deveria estar lecionando; quando o pai lhe empresta o carro para passear com a namoradinha ou para ir para a balada encher a cara com Ice junto com outros coleguinhas, mesmo quando o filho é menor de idade; quando o pai dá uma bronca na diretora ou troca o filho de escola, inconformado por seu filho te sido repreendido colando na prova e tenta defendê-lo com a arrogante e nojenta pergunta "e foi só ele?".


Milhões de brasileiros inconformados com a roubalheira que grassa em todo canto, diminuem a importância de dezenas de ações da Polícia Federal que levam políticos e empresários desonestos para a cadeia dizendo que isso é "apenas para melhorar a imagem de Lula, é coisa política". Pouco se me dá se Lula vai ficar bonito na foto ou não! O que me importa é ver essa corja encarcerada. Pouco se me dá se o delegado vai tornar-se celebridade e virar deputado federal! O que me importa é que os bandidos sejam afastados do convívio social. Mas o que me dói, de verdade, é ver as leis de mais de meio século serem tão complacentes com esses marginais, sejam eles de que patente forem, seja lá qual for a cor de seu colarinho, se sem nódoa ou encardido. Me causa asco ter que reprimir os aplausos depois da prisão porque no dia seguinte os gângsters estarão soltos por ordem judicial.



Cronos manda avisar que hoje, quem quiser me ler, vai ter de ir à revista Extremo 21 ou ao Pseudo-poemas, ou a ambos. E ele está falando sério. Beijos e abraços gerais.

quinta-feira, maio 24, 2007

Ligeirinhas



  • Já contei aqui do dia em que a secretária do prefeito me ligou, ele queria que eu fosse a seu gabinete. Perguntei a que horas ele me receberia e ela respondeu "entre três e três e meia, nessa faixa etária". Esta semana estava lendo um blog de um rapaz que trabalha na venda de computadores. Ele falava das configurações de um determinado note book. Ao se referir ao preço, tasca "entre 5000 e 6000 reais, nessa faixa etária". Etária, para esse povo, deve ser referência a um intervalo qualquer.

  • Mulheres, quem quiser casar, basta namorar comigo. É impressionante! Todas minhas ex-namoradas casam rapidinho depois de eu passar em suas vidas. Das duas uma: ou elas acham que depois de mim, qualquer coisa é lucro; ou pensam "oh!, nunca mais teria alguém tão bom quanto o Marcos..." e conformadas casam com o primeiro que aparece. Bem que eu gostaria que fosse a segunda impressão, mas algo me diz que é a primeira.

  • Sem-terras invadem a hidrelétrica, estudantes invadem a reitoria e bandidos de toda ordem invadem Brasília.

  • Engraçado ver os parlamentares arrumarem argumentos para não assinarem o pedido de uma CPI da Navalha. Com aquele português empolado que nada diz, desculpam-se, quando bem poderiam dizer a verdade: "não quero a CPI porque meu nome pode aparecer nas investigações, além dos de dezenas de outros colegas". Acham que estão enganando quem? Estão é com o fiofó na mão, isso sim.

  • A Ambev é praticamente um monopólio. A maior fabricante de cerveja do país e uma das quatro maiores do mundo. Criado o monopólio, cria-se o lobby para impedir a veiculação de propagandas na televisão, o que diminui sensivelmente os investimentos dar cervejarias nesses veículos. E o segundo efeito benéfico para a Ambev é que os concorrentes, anões diantes dela, não terão como divulgar seus produtos e encarar de frente a briga. O monopólio se fortalece com a ajuda do Estado, que, através do Cade, deveria justamente evitar monopólios. Mas quem liga pra isso?

  • "Namorar um político é diferente de tudo, disse Adriane Galisteu. Note-se: a moça refere-se ao namoro como se fosse um motorista comentando um test drive; ou talvez esteja referindo-se ao sumiço de sua carteira.

terça-feira, maio 22, 2007

Resposta a Danuza


Foto retirada daqui.


A Elisabete postou uma crônica da Danuza Leão e, sabe-se lá por que, a retirou e em seu lugar colocou o aviso que o post fora censurado (isso ela ainda há de me explicar). A crônica aconselhava as mulheres a preferirem os gordinhos aos sarados com barriguinha de tanque. Nos comentários, me comprometi a escrever uma resposta a Danuza e ei-la:


Também tenho um conselho a dar aos homens brasileiros, Danuza.

Se uma loira, magra, sobre um salto de 10 centímetros, blusinha decotada, calça de cós baixo que já começa a lhe dar idéias de como seria um final de semana em Fernando de Noronha e até, caso extremo, trocarem alianças diante de dezenas de convivas ávidos pela boca livre, fuja! Tire da cabeça idéias libidinosas, camarada. Sei que é difícil diante de uma fêmea dessa estirpe, mas a armadilha está montada. A aparência física que ela lhe mostra é a isca, as intenções vão muito além e nem sempre são nobres.

Prefira aquelas que se vestem como gostam e não como mandam. As dondocas da mídia, as jornalistas de moda, as catitas de passarelas e as traças de revistas femininas não levam vida que sirva de padrão para a mulher que você quer como mãe de seus filhos. Aliás, filhos para uma delas é apenas apêndice engrandecedor de seu ego.

Mulher de verdade é vaidosa, está nos genes, mas não obcecada pela forma. É vaidosa porque gosta de si. Ela tem senso de ridículo e personalidade. Entre a bota de cano longo, apertada e desconfortável e o sapatinho que a deixa andar à vontade, fica com o segundo, pouco se importando se a Nova recomenda o avesso.

Se ela tem os quadris largos e as coxas grossas, heranças deliciosas da miscigenação de raças, não se sujeitará a uma calça que precisa de vaselina para entrar, esforço hercúleo para fechar e paciência de Jó para tirar; além de deixá-la com a aparência de um tubo de pasta apertado no meio.


Ela não evitará que você lhe faça cafuné para não desmanchar a caríssima chapinha, pelo contrário, adorará. Seus caracóis serão sua diversão para brincar de molinhas e darão aquela resistência gostosa quando seus dedos penetrarem como um pente.

Se ela usa cabelos curtos, pontos a mais. Cabelos longos qualquer mulher usa; os curtos, só as mulheres firmes, que sabem o que querem.

A mulher de verdade terá prazer em passear com você de mãos dadas sem preocupar-se com o tempo ou o destino. Não apenas naquele galope acelerado para queimar as calorias ingeridas junto com o meio brigadeiro na festinha de ontem.

Se você cozinha, caro amigo, ela olhará você se movimentando entre o fogão e os ingredientes, medirá embevecida seus gestos e não contará as mordidas e nem ficará fazendo contas do tempo que gastará na esteira amanhã. Ela comerá com prazer e vai pedir bis sabendo que você também não estará contando as garfadas.

Ela dará risadas verdadeiras das bobagens que você disser e não apenas para se fazer simpática diante dos seus amigos, que ela detesta, diga-se de passagem. E ela não os detesta por algum motivo, mas apenas por serem seus amigos.

A mulher de verdade te dirá na cara onde você errou, mas não para moldá-lo à sua imagem e imaginação, mas por querer que você se torne melhor.

A mulher de verdade é aquela que coloca o conteúdo antes da forma. Ela prioriza as despesas necessárias em detrimento do que as vitrines empurram. Ela quer, precisa e merece sua atenção, mas compreende sua necessidade de conversar bobagens com os amigos depois do expediente. Por isso, amigo, dê-lhe espaço para elas e suas bobagens com as amigas. Ela sabe ser sutil quando quer que você faça o que ela quer, sem ser falsa; não dá ordens, argumenta e ouve seus argumentos antes de concordar ou não. E se ela ceder, não fará bico nem ficará de mal. Mas vai fazer você ceder mais adiante e não deixará você com o ranço de vingança entre os dentes.

A mulher de verdade não vê seu par e ela como dois estanques ou como um ser de duas cabeças ou , pior, dois seres com uma cabeça só. Ela os vê como cúmplices.

Se você, porém, cara homem, ainda assim prefere a fêmea à mulher, sinto dizer-lhe, você é que é o fútil e está apenas preparando-se para mais uma desilusão, da qual culpará a loiraça escolhida, sem dar o braço a torcer que sua futilidade alimentou o demônio de roupinhas apertadas e mil balangandãs artificias que lhe dão uma beleza na casca que não chega ao íntimo.

segunda-feira, maio 21, 2007

Rapidinhas




  • Diálogo entre duas fêmeas que ouvi ontem à noite:

- Você viu a Severina*? Que mal gosto pra homem!

- Ela é que está certa e não nós duas, aqui, solteironas, falando dos homens das outras.

* Nome fictício, óbvio. Eu lá ia lembrar o nome da Severina...


  • O mundo está sem cérebros, só tem umbigos. Seis bilhões de umbigos. Talvez por isso tenha parado de pensar.

  • Legal foi a repórter da Record: "E por falar em gorila, Silvester Stallone..."

  • Os Estados Unidos mandaram instrutores da Guarda Costeira para darem treinamento aos bombeiros brasileiros que trabalharão nos Jogos Panamericanos. Os dois foram assaltados na praia de Ipanema. Hohoho. Daqui a pouco nem agentes do FBI escaparão.

  • Se você é obcecado por notícias, como eu, não precisa mais dar-se ao trabalho de ler diversos jornais. Hoje todos mostram os mesmos textos e mesmas imagens, salvo no caso de notícias locais. Quem faz jornais hoje são as agências de notícias. Coisas da globalização.

  • Romário manda avisar que vai jogar mais 25 anos. Só vai pendurar as chuteiras depois de quebrar o recorde de Pelé.

  • Os juros no comércio caíram acompanhando o dólar e o risco-Brasil. Resta saber se o Banco Central acompanhará o mercado. Apostas na mesa, senhoras e senhores.

  • Mesmo os mais radicais opositores não podem negar que o poder de compra do brasileiro aumentou. Antes que alguém diga que o seu não, estou falando na média. Aumentou, sim, e todas as pesquisas econômicas comprovam. Mas, como toda boa nova vem seguida de uma nova ruim, o brasileiro, desacostumado a ter dinheiro no bolso, está endividando-se além do que pode, gerando o efeito colateral da inadimplência. Pior, isso não acontece somente nas classes D e E, mas a classe média também está abusando do crédito. Quem nunca comeu mel...

domingo, maio 20, 2007


Retirada daqui




Queridos papai e mamãe,
nem preciso dizer o quanto eu amo vocês e o quanto sou grata pelo muito que fizeram e ainda fazem por mim, né?

Sei o quanto é difícil para vocês ficarem longe da filha única que amam tanto quanto eu os amo, mas tenho uma notícia triste para dar e é com o coração partido que tenho que lhes dizer isso, mas sei que entenderão, afinal, vocês me amam, não amam?

Quando vim para Viçosa sofri muito, nunca havia saído de perto de vocês, não conhecia ninguém aqui, costumes diferentes, comidas diferentes, tive que me acostumar a resolver minhas próprias coisas como providenciar comida, lavar minhas roupas, pagar minhas contas com o suado dinheirinho que me mandam. Fora tudo isso, toda a trabalheira da faculdade. Vida de calouro não é fácil, não. E ainda tinha a solidão. Ela dói mais que a saudade que sinto dos meus paizinhos queridos.

Aí apareceu o Arquibaldo, um gato, um gênio. Ele se preocupava comigo, me dava aulas particulares, me levava aos points legais da cidade, me apresentava pessoas... Não tive como resistir a todo o seu charme, seu bom humor, seu companheirismo, seu carinho, sua atenção e terminei me apaixonando. Fiquei com medo de falar isso para vocês antes, não sabia como reagiriam. Mas podem ficar tranqüilos que ele é um cara muito legal. Os pais são pessoas ótimas de Belo Horizonte e esse ano me convidaram para passar a ceia de Natal com eles.

Eu sei que vocês estão tristinhos com a minha não ida para passar o Natal com vocês em Itapemirim esse ano. mas é uma oportunidade única de conhecer Belo Horizonte e meus sogrinhos queridos. Fico tranqüila em saber que vou contar com a compreensão do seu amor por mim e entenderão.

Junto com essa carta mando minhas mais recentes fotos para colocarem na árvore, vai ser como se eu estivesse presente com vocês.

Prometo que no ano novo passarei juntinho com meus paizinhos do coração.

Beijos cheinhos de lágrimas de saudade.

Feliz Natal!

De sua filha muito amada, Adinália.

PS1: Perdi o semestre.
PS2: Estou grávida e nos casaremos em fevereiro.

sábado, maio 19, 2007



  • E eis que encontro no jornal Extra, de Alagoas, a notícia que membros do MR-8, Movimento Revolucionário 8 de outubro, ameaça de morte o pseudo-jornalista Diogo Mainardi. E pensar que o MR-8, tão atuante na luta contra a ditadura militar, agora parte para práticas extremistas a la Hamas. Volta e meia também acho que o Mainardi, o maior dos calhordas do jornalismo brasileiro, dono de um ego maior que o de Lula, que tenta ser um Paulo Francis, mas sem a verve, a inteligência, o charme e o estilo de Francis, merece uma sova pra deixar de ser tão bobo, mas daí à morte...
  • Há três semanas, dia após dia, a quantidade de visitantes só aumenta. Por outro lado, os comentários só diminuem. Poxa, tenho quantidade, mas a qualidade diminuiu. Acho que não estou agradando mais. O lado bom é que não preciso me preocupar em agradar, uma vez que não estou agradando mesmo.
  • Abro as notícias do Terra, escolho a opção Brasil e parece que escolhi a opção Polícia. Estamos vivendo num estado verdadeiramente policial ou num estado marginal? Se bem que, hoje em dia, as duas coisas parecem a mesma coisa.
  • Vem aí mais uma "bolsa social", a bolsa aprovação. O moleque que passar de ano, terá direito a um prêmio. Num país que premia os honestos, como se isso fosse ato de heroismo e excessão, não me surpreende querer premiar os estudantes que passarem de ano.
  • E índio pode cobrar pedágio em rodovia federal que são inimputáveis, né? E se alguém recusar-se a pagar tal pedágio e receber uma flechada no meio dos cornos, a Funai está aí para garantir o direito dos silvícolas de defenderem as decisões tomadas pelos seus caciqus, mesmo que o morto não tenha cacique e, às vezes, nem presidente. É mais um descaso do Estado com os palhacinhos pagadores de milhões de impostos.
  • E estudantes podem ocupar reitoria de uma das principais universidades brasileiras, receberem ordem de desocupação e darem-se ao direito de desobedecer. Trocando em miúdos, todo mundo manda nesa bodega, menos quem deveria mandar. E ainda tem gente por aí querendo defender a idéia de que o mundo deveria ser anarquista. Ora, se o mundo um dia tornar-se anarquista, o Brasil está na vanguarda do movimento.

sexta-feira, maio 18, 2007

Corte sem Corte




Paizinho engraçado, esse nosso... Hoje estou intimado a comparecer ao Tribunal de Júri às 9 horas na condição de componente do Corpo de Jurados. Suspendo tudo o que tinha que fazer, adianto as coisas no trabalho e me preparo para passar a sexta-feira de castigo, as probalidades me dizem que tenho 33,3% de chance de ser sorteado, caso não falte nenhum dos 21 intimados. A cada falta, minhas chances de ficar livre diminuem.

Pontual e responsável, chego às oito e cinqüenta. Logo percebo uma movimentação fora do comum, muitos homens desconhecidos com seus indefectíveis ternos pretos, como se fossem à uma reunião de maçons, diversos carrões entrando e saindo, todos com motorista e um segurança e com placas pretas do Tribunal de Justiça da Bahia. Ninguém nos dá qualquer explicação e o tempo passa. Chega a viatura da Polícia Militar que normalmente traz os réus, estaciona no local de sempre, não descarrega ninguém e parte dez minutos depois. Já são 9:40 h.

Mais dez minutos e os meirinhos nos chamam para a sala de júri. Lá no tablado estão o promotor, o juiz titular da Vara Crime, o juiz da Vara Cível e o Juiz do Juizado Especial e mais um senhor que não conhecemos. O juiz da Vara Crime, presidente do Tribunal, nos saúda e nos apresenta o senhor desconhecido, é o Desembargador Presidente da Corregedoria Geral de Justiça do Estado da Bahia em visita a Eunápolis a quem o juiz convida a dirigir algumas palavras aos "diletos representantes da sociedade eunapolitana", nós, os intimados, já de saco cheio pelo atraso.

O desembargador, breve em seu discurso, nos dá uma boa notícia. A cidade ganhará mais dois juízes e mais serventuários, o que agilizará os processos em andamento, que se acumulam nas prateleiras. O juiz retoma a palavra, pede desculpas pelo atraso e coloca a culpa na Polícia Militar, que está trazendo o réu de Itabuna, a 180 km daqui. Nós, os intimados, nos olhamos com cara feia e ficamos nos perguntando "por que não o fizeram ontem?". E o juiz continua, podemos ficar à vontade no "recreio", como ele mesmo diz, que logo seremos chamados novamente para, dessa vez, dar início à sessão. 10:00 h.

Nada alegres, voltamos para os corredores, para o bebedouro, rodinhas de conversas nada animadas. Mais dez minutos, nos chamam. O juiz, mais uma vez culpando o Executivo, pede desculpas. O carro que estava trazendo o preso havia ficado sem combustível no meio da viagem e a sessão ficava adiada para as treze horas. Tentando fazer gracinha, ainda nos diz "vejam pelo lado bom, hoje vocês poderão almoçar com suas famílias". Esqueceu-se de dizer que os sete sorteados jantarão no Tribunal. Em média, os julgamentos acabam entre 22 e 23 horas, ou seja, 13 horas de trabalhos ininterruptos. Ou melhor, com uma interupção de meia hora para o almoço. Começando às 13 e mandendo a média de duração, terminará entre 2 e 3 da madrugada de sábado.

Voltando ao carro, acho que é uma desculpa arrumada de última hora. Ninguém me tira da cabeça, que o tal carro é aquele que chegou pontualmente às nove horas, não descarregou ninguém e saiu do jeito que entrou. Ou seja, o carro ainda vai a Itabuna pegar o preso, e voltar. Duas horas e meia para ir mais duas horas e meia para voltar e mais o tempo perdido com as burocracias de praxe lá em Itabuna, sem falar que os policiais devem almoçar, esse sessão não começará às treze horas nem por milagre de Frei Galvão!

Mas, como não sou um cidadão, apenas um sujeito intimado que só tem o direito de obedecer, se não o fizer fica sujeito às sanções legais e a multa, estarei lá de volta às treze, junto com os outros 20 intimados, com nossas caras de palhaços sem pintura, esperando a boa vontade das autoridades. Minha sexta-feira foi pro saco e meu bom humor foi com ela.



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Atualização (que esse papo de up-date é pra gente chic que fala francês): Como eu previra, o preso só chegou às 14:05 h. A advogada assistente da defesa me conhece e sabe que não transijo com bandido. Fui o primeiro jurado a ser sorteado (de novo! No julgamento passado também o fui) e imediatamente recusado pela defesa. Devo uma cerveja à doutora Wilma.

quarta-feira, maio 16, 2007


Retirada do blog do Junião, o autor.


  • E aí, galera! Todo mundo em coro: MÉNEM, CORNINHO! MÉNEM, CORNINHO! MÉNEM, CORNINHO! Agora, a ola!

  • Reprodizindo o comentário que deixei ontem no blog do Júnior: Todo trabalhador tem direito a fférias de trinta dias, certo? Durante as férias a gente pode fazer qualquer coisa que queira dentro de nossas possibilidades, certo? Podemos visitar a mãe em Cabrobó, pintar a casa que está uma creca só, fazer um cursinho de bordado em tecido, ficar trancado em casa comendo pipoca, assistindo sessão da tarde ou dormindo, certo? Então, por que cargas d'água os parlamentares inventaram de criar um projeto de lei que permita a toda mulher um dia de folga para fazerem seus exames ginecológicos? É muita palhaçada, cá pra nós.

  • Ontem descobri esse site, que contém mais de mil rádios do mundo todo e fiquei zapeando, curioso sobre o que acontecia Brasil a dentro. Em certo momento, sintonizei uma rádio de um interior que não me lembro qual e concluí, mais uma vez - desculpem a redundância - que sou um ignorante sobre o que acontece no país. Tocava uma música brega que eu jamais ouvira, gravada ao vivo. Enquanto os cantores se esguelavam, uma multidão fazia coro e cantava junto. Caramba! Uma multidão cantando junto um bagulho que eu nem sabia que existia. Sou mesmo um et.

  • Se um amigo te convida para seu casamento, ele lhe dá um convite. Se você vai a um show, você compra um ingresso. Quem foi que inventou que você compra um convite para um show?

  • Por favor, alguém poderia me explicar o que significa essa bordão que a MTV estadunidense criou e todo mundo repete como a um mantra? Atitude! Até nos comerciais repete-se que o que importa é você ter atitude. Juro que não sei o que quer dizer isso. Se eu saio às ruas com uma melancia pendurada no pescoço, estou tomando a atitude de me mostrar como um palhaço; se numa festa fico num canto, escanteado, sem falar com ninguém, estou tomando a atitude de me manter passivo, oculto. Qualquer coisa que eu faça, é uma atitude que tomo. Bom, mas se é moda na matriz, tem que ser repetido aqui no quintal, né?

terça-feira, maio 15, 2007

Rapidinhas


Retirado do blog do Benett, o autor.

  • O papa querer ensino religioso nas escolas públicas, até entendo. É o CEO da corporação e tem que defender o seu, mas querer que a Igreja seja isenta de responder ações judiciais, inclusive as trabalhistas, é um pouco demais pros meus feijõezinhos. Depois dessa, ele perdeu a moral comigo em falar de moral.

  • Por falar em papa, depois de levar tapinhas nas costas de Lula, terminou deixando o presidente numa sinuca de bico. O ministro da saúde defende o aborto, argumenta que é uma questão de saúde pública. Admirei a coragem do cara, coisa rara em políticos, de por a cara a tapa, mostrar uma posição definida sobre tema tão polêmico. No país em que centenas de carolas fazem aborto, fazem novena pra Frei Galvão e depois aplaudem o papa equanto esse condena o aborto, é o supra-sumo da hipocrisia. O ministro mostrou que tem firmeza e assumiu uma posição. Já Lula, mais em cima do muro que FHC ou Itamar Franco (alguém que não seja mineiro lembra dele?), que estava aberto para a discussão e para o plebiscito, já sartô de banda e disse que o Congresso que decidiria. Tá, minha nega, se acovardou mais uma vez.

  • O dólar abaixo dos dois reais é ruim para os exportadores? Pena. Para os outros noventa e tantos por cento da população pode ser bom. Alguns produtos importados podem baratear e alguns nacionais também. E por que os nacionais barateariam? Porque, mesmo com lucros baixos, é mais seguro e barato vender no mercado interno do que correr riscos e pagar altas taxas para vender no exterior. Na carona, até o governo não se dá tão mal, afinal de contas, a dívida externa também fica menor e até o gás boliviano, mesmo sofrendo um aumento de mais de 200%, não ficará tão caro quanto ficaria se o dólar estivesse mais caro. Nada é absoluto, principalmente na economia. Se é ruim pra uns, pode ser muito bom pra outros.

  • Que estatística maluca é essa que li hoje, menino? Em São Paulo ocorre um estupro a cada 4 horas! Que porra é essa! Pelo pouco que sei de psiquiatria, o estuprador é um psicopata que torna-se esse tipo de criminoso ou por traumas de infância, ou por baixa autoestima provocada por outros fatores que não só a violência infantil ou aquele que já nasce com problemas psíquicos sérios. Se estou enganado, por favor, alguém me corrija. Mas, sendo isso mesmo, quer dizer que em SP existe um verdadeiro exército de malucos desse tipo à solta? Caraca! Estou pasmo.

  • O fazendeiro que mandou matar a freira estadunidense Dorothy Stang recebeu uma pena de 30 anos de cadeia. Dentro das limitações de nossas leis, é o máximo, o que está de bom tamanho. Repito, para nossos padrões. Nos Estados Unidos, um camaradinha de 23 anos, que deu 21 socos no rosto de um velhinho de 90 anos para roubar-lhe o carro, pode pegar prisão perpétua. O que me faz deduzir que a vida do brasileiro é muito mais barata que a vida de um estadunidense. Ah! O fazendeiro, como réu primário, provavelmente terá direito a liberdade depois de cumprir 1/6 da pena, ou seja, daqui a cinco anos poderá voltar a derrubar a Floresta Amazônica e ameaçar ambientalistas.

segunda-feira, maio 14, 2007

Mundo-cão



  • Diálogo que ouvi há dez minutos, de três adolescentes. O primeiro: "O Igor agora é emo"; o sengundo: "Sei... Emossexual"; E o terceiro: "Não, emo... róida".

  • Qualquer dia vou pegar um porre e postar aqui bêbado. O que será que vai acontecer? Eu e meus experimentalismos.

  • Na China uma mãe matou a filha porque a coitadinha não sabia contar até cem. Enquanto isso, no Brasil, uma criança que saiba soletrar "mentecapto" pode ganhar 100 mil reais. Tem jeito, não, nivelaram a humanidade por baixo mesmo.

  • Aí, aquele casal renomado na high-society faz um jantar beneficente a 1200 babilaques a mesa. Toda a grana arrecadada irá paras os pobres da Favela do Calango Sem Rabo. O salão fica lotado. Os homens de Armani, as mulheres com os mais festivos costureiros pendurados nos corpos esqueléticos, esculpidos a bisturi e alisado por botox e coisas que tais. Em cada mesa os senhores discutem o preço da arroba de carne, dos últimos lançamentos do Salão do Automóvel de Frankfurt, o quanto já gastaram em sua casa nova na Costa do Sauípe, de como suas esposas são fúteis... No cardápio, vitela japonesa, coq au vin, açorda de amêijoas e vinhos, muitos vinhos: Baron Dárignac Blanc Moelleux, Porto Alandra Tinto, 35 South Carmenere e por aí vai... A preço de custo, contando os garçons, o aluguel do salão, os ingredientes, os serviçais, o chef e tudo o mais, algo em torno de 300 reais por cabeça. Quatro lugares por mesa, lucro zero. O casal anfitrião compra duas cestas básicas e faz a entrega, com fotos para a coluna social, pompa e circunstância, para a creche do bairro mais distante, assim ninguém se dará ao trabalho de ir lá conferir. Os beneméritos comensais estarão com a alma lavada, ajudaram aos pobres e ainda fizeram bons negócios. Os anfitriões, com sorriso de orelha a orelha, dizem-se realizados, ajudaram a diminuir a miséria do povo brasileiro e foram abençoados: a filha, recém formada em arquitetura naquela faculdadezinha de segunda localizada ao sopé das montanhas de Aspen, conseguira um emprego no escritório do renomado urbanista presente no jantar. Todo mundo feliz! Inclusive as criancinhas agraciadas com arroz e feijão que lhes matarão a fome por uma semana. Nada contra os ricos, pelo contrário. Eu também gostaria de ser rico e poder ajudar um monte de gente, mas não seria muito mais interessante, ao invés de um jantar, o nobre casal passar a conta da instituição de caridade para os amigos e pedir que eles fizessem um depósito anônimo? Mesmo que poucos contribuíssem, o lucro seria bem maior do que duas cestas básicas, eu garanto.

domingo, maio 13, 2007

ENEM, nem pra você, nem pra mim




O ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, instituído no governo de Fernando Henrique Cardoso, talvez seja uma boa alternativa no lugar das cotas. Uma única prova não comprova o aprendizado de um aluno, por isso o vestibular pode ser falho. Só a prova no ENEM também não pode ser referência para o aprendizado do aluno, mas os dois juntos diminuem sensivelmente o fator sorte para aqueles que aspiram por um lugar nas universidades públicas.


Embora seja um exame de caráter individual, indiretamente avalia também as instituições de ensino. Se a média dos alunos de um determinado colégio se sai bem nas provas, significa que a instituição está trabalhando direitinho; o inverso também é verdadeiro. Em nome de sua escola, as direções zelarão pela qualidade dos seus professores, afinal de contas, estarão sendo examinados no final do ano letivo através dos exames dos alunos. Entre as escolas particulares a concorrência é feroz, ninguém relaxa. A alta rotatividade dos docentes é uma comprovação. Professores cujos alunos não tiveram bom rendimento são substituídos.

O INEP, Instituto Nacional de Pesquisas Anísio Teixeira, é o órgão contratado para elaborar as provas, sua aplicação, correção e divulgação dos resultados. Além do ENEM, elabora e aplica outros exames, como o ENCCEJA, para jovens e adultos; o SAEB, para a eduxcação básica; e o ENADE, para o ensino superior. Sendo uma autarquia federal, ligada diretamente ao MEC, não pode ser considerada uma instituição isenta das influências político-partidarias. Tudo o que envolve governos desperta interesse de lobbies e esses exames não fogem à regra.

Tendo entre seus ministros Walfrido Mares Guia, primeiro como ministro do turismo e agora ministro das relações institucionais, o governo federal ficou sujeito a influências desse senhor no campo da educação.

Mares Guia, um irmão e mais três amigos fundaram o curso pré-vestibular Pitágoras que, com o decorrer dos anos, tornou-se uma das maiores instituições privadas de ensino brasileiras. Além dos colégios próprios, a Rede Pitágoras fornece franquia a centenas de escolas em todo o país, para que essas utilizem o material didático da Rede e, em menor número, instituições municipais. Alguns municípios Brasil a dentro também utilizam-se de suas apostilas.

Muitas dessas escolas "parceiras" estão em pequenas cidades, onde o número de escolas particulares, concorrentes diretas do Pitágoras nas localidades, é pequeno. Portanto, a busca por alunos é ferrenha. Poucos são os pais que podem bancar uma escola particlar para seus filhos em cidades pobres, daí um único aluno ser disputado a unhas.

Tem-se notado, nos últimos dois anos, que os resultados do ENEM divulgados pelo site do INEP tem contado com os resultados das escolas da Rede, enquanto que os resultados dos alunos das escolas concorrentes não aparecem. Ao lado da instituição aparece a sigla SC, Sem Conceito. O que chama a atenção é que o mesmo não ocorre nos grandes centros. Talvez por serem os donos de grandes escolas ou de franquias como Expoente, Objetivo, COC, Maristas, Nacional, Darwin e mais algumas, também são influentes, têm amigos e lobistas em Brasília, e logo a manipulação dos resultados seria contestada, podendo aparecer nos grandes jornais. Já no interior a coisa é mais tranqüila. Os donos são pequenos empresários locais, as escolas, em boa parte, não têm professores de gabarito, não se preocupam com vestibulares em universidades de renome. Manipular a divulgação dos resultados seria tranqüila, sem grande repercussão ou talvez nem fosse notada. Mas isso também tem seu limite.

Os donos das pequenas escolas engoliram os resultados de 2005. Inexperientes, aceitaram as explicações dadas pelo pessoal do MEC, os alunos não teriam identificado a instituição nos gabaritos. Mas em 2006 a coisa já não entrou tão fácil. As reclamações estão acontecendo e os prepostos do MEC partiram para a arrogância. Ora culpam os estudantes, ora as escolas e agora culpam o INEP. A coordenadora pedagógica de uma das escolas reclamantes ouviu do mal educado funcionário do MEC que os códigos da escola não foram colocados pelos alunos. Dessa escola, 58 alunos prestaram o exame em 2006, e nenhum colocou o código? Improvável. A coordenadora perguntou, mesmo sabendo a resposta, se o código da escola não era aquele impresso nas etiquetas auto-colantes com o nome do aluno. O funcionário disse que sim. Ela, então, foi certeira: quem havia afixado todas as etiquetas teria sido ela mesma, havia conferido uma por uma, não havia qualquer erro.

Sem saída, o funcionário transferiu a culpa para o INEP, que, em seu site, apressou-se a justificar:

"Os problemas detectados tiveram como causa a dificuldade de leitura dos códigos de algumas escolas e municípios e problemas no processamento técnico das respostas dos alunos, especialmente no escaneamento e interpretação eletrônica dos dados."

Se as etiquetas de todos os alunos de uma escola não são lidos, suas respostas não podem ser identificadas e seus dados não podem ser interpretados eletronicamente, ficam as questões:

  1. O sistema do INEP é confiável?
  2. Essas escolas foram cadastradas nos computadores do INEP?
  3. Após o primeiro ano, sendo identificados os problemas, não deveriam ter sido corrigidos e as escolas avisadas?
  4. Como os alunos prejudicados poderão ter os danos causados reparados, uma vez que puderam ter os pontos a que teriam direito não computados nos vestibulares que tomam as notas do ENEM como um dos critérios de aprovação?
  5. A quem interessa manter as coisas como estão?

Mais perguntas podem ser feitas e ao MEC e ao INEP cabem as respostas satisfatórias para escolas, alunos, pais e a sociedade como um todo.

Independentemente das justificativas dadas, a probidade do ENEM e, por tabela, das demais avaliações realizadas pelo MEC e pelo INEP perdem a confiança.

sábado, maio 12, 2007

De volta!


Charge do Marcos Melo




  • Quer dizer que a deputadinha petista, quando Clodovil disse que algumas mulheres descansavem em pé e trabalhavam deitadas, conseguiu discutir com o costureiro, mas quando ele disse que ela não poderia ser prostituta porque é feia, ela se ofendeu... No meu tempo seria o contrário, mas... Tudo bem.

  • Desde pequeno aprendemos que somos todos irmãos, somos todos filhos de Deus. Aí, a gente vai estudando, lendo, ouvindo, aprendendo, e conhece Darwin e a Teoria da Evolução. Ficamos numa tremenda dúvida sobre nossa paternidade: somos descendentes de Adão e Eva ou de um casal de macacos sem nome? Como o senso comum é maniqueísta, uma coisa ou outra, quem quer soluções fáceis, vai logo no Adão e Eva, coisa mais simples do mundo, Deus deu um sopro e criou o homem, arrancou uma costela desse homem e fez a mulher, anatomicamente encaixáveis, mas, como bom ditador, ordenou que não se encaixassem. Os dois, teimosos como qualquer humano que viria depois, desobedeceram e se encaixaram, daí fez-se um monte de Adõezinhos e Evazinhas e nunca mais deixaram de se encaixar, mesmo que tenha havido incesto nas primeiras relações, afinal somos todos irmãos. Os mais complicadinhos apelaram para a macacada que um dia passou a andar em dois pés, perdeu os pêlos (com excessão do Tony Ramos) e coisa e tal e tal e coisa. Os rebeldinhos criaram uma alternativa: os deuses eram astronautas. Pra molecada que adora desenhos futuristas, deve ser um barato imaginarem-se filhos de astronautas. Pô, legal! Meu avô veio de Marte! Confuso com tudo isso, já estou começando a pensar numa quarta alternativa: é tudo isso! A raça humana é ecumênica! Veio uma galerinha de Adão e Eva, encontrou uma macacadinha maneira que se apaixonou por uma galerinha verde de antenas na cabeça, fez-se uma rave legal, muito ácido, erva e umas pílulas coloridas, onde mundo comeu todo mundo, nasceram os rebentos atordoados que voltaram a se comer, macaquinhos verdes comendo arianas de olhos claros; arianos comendo anõezinhas peludas com antenas na cabeça e qualquer outra combinação possível. Nessa sacanagem secular, misturando genes, as três raças evoluíram juntas e criou-se a raça humana moderna. Que tal? Acho que vou escrever um livro e encher o rabo de dinheiro.

  • Meu tipo de mulher preferido é o vivo. Mas tem duas caracteristicazinhas que mexem com minha libido: as nipodescendentes e as canhotas. Mas, menino, não é que a garota do IBGE que veio fazer o recenseamento aqui é uma linda japinha canhota? Entre, por favor, vá perguntando enquanto preparo um cafezinho pra gente... Pelo menos o telefone ela me deu.

  • Mas não é que nessa semana fui referênca num blog que eu adoro? O Blog Frases me citou lá. Legal! O ego agradece.

  • Amanhã farei uma denúncia séria aqui. Ia fazê-lo hoje, mas não o farei por dois motivos: primeiro, a pesquisa ainda não está completa; segundo, o post ficaria grande demais e ninguém leria. Está havendo manipulação na divulgação dos resultados do ENEM e isso ainda não saiu nos grandes jornais (e, parece, que nem nos pequenos). Amanhã mostro os detalhes.

sexta-feira, maio 11, 2007

Recesso forçado

Tô tentando organizar essa bagaça!

Um vírus fdp arrebentou todo o intestino do pc, agora, depois de dois dias de abstinência, estou tentando reconfigurar tudo pelaqui. Muito pra dizer e pouco tempo para atualizar. Amanhã, quem sabe?


terça-feira, maio 08, 2007

Rouanet para blogueiros


Tirada do Blog do Rayol



A Lei Rouanet tem como objetivo incentivar as produções culturais. Legal! A pessoa física ou jurídica pode aproveitar a isenção de até 100% do Imposto de Renda devido para patrocinar uma peça teatral, um filme, um espetáculo de dança, bumba-meu-boi, afoxé, seja lá o que for. Pô! Muito legal!

Como no Brasil, qualquer boa intenção é logo transformada em sacanagem, alguns pseudo-artistas montam um bagulho qualquer, dizem que é cultura e tome-lhe patrocínio com incentivo fiscal.

Outra coisa interessante é que quem mais recebe patrocínio é justamente quem mais tem grana ou mais faz grana, como a Globo Filmes, que tem sempre o apoio financeiro da Petrobrás, Correios e outras tantas estatais. Entenderam porque as Organizações Roberto Marinho não falam mal do governo? Ou de qualquer outro governo? A velha história de que o rio só corre para o mar.

Não é raro conhecermos um bom pintor que não consegue expor, um bom escritor que não consegue editar, um excelente fotógrafo que não consegue expor nem editar, por não ter grana. Vem aí o dilema-tostines: não consegue patrocínio por que não tem nome ou não faz nome por que não tem patrocínio?

Figuras como Cacá Diegues, Bibi Ferreira, Antonio Fagundes, Gerald Thomas e alguns outros, se quiserem fazer um espetáculo de peidos coloridos engarrafados ou um filme sobre a vida e morte de Enéas, vai chover gente para emprestar grana - eu falei emprestar? Desculpe, eu queria dizer patrocinar -, o retorno é garantido. Por outro lado, aquele sujeito que mora num barraco e faz esculturas maravilhoras com ferro-velho, não arruma lugar para expor e negociar suas peças. Quem investiria num serralheiros pobre, banguela, fedendo a suor e sem notoriedade?

Se Ivete Sem-graça, quero dizer, Sangalo, que tem mais dinheiro em cinco minutos do que eu teria em cinco vidas, arruma patrocínio para seus mega-espetáculos e Paulo Coelho para seus maravilhosos livros, por que nós, pobres blogueiros anônimos - tá legal, a maioria de nós não é anônima, foi apenas para dar um tom dramático - não podemos também contar com as benesses da Lei Rouanet?

Já pensou? O Banco do Brasil paga uma grana como incentivo cultural para você blogar. Qual a contra partida? Você deve postar o que e quando quiser - afinal de contas a criatividade não é laranja, que pode ser espremida - e afixar o banner do BB no alto de sua página enquanto durar o contrato (um ano fiscal seria suficiente?). Pô, véi! Massa! Surgiriam os blogueiros profissionais.

Ué, mas já está cheio de blogueiros profissionais. Até ex-ministro blogueiro profissional, já temos. Fora jornalistas, desempregados ou não, que partiram para a iniciativa privada e criaram um balcão de negócios em seus próprios blogs. Estão ganhando uma boa grana e sem terem que dar satisfação a patrão nenhum. Isso é que é vida! O camarada compra um lap-top, instala um sistema wi-fi de conexão à net e pode passar o dia deitado na rede, tomando limonada e escrevendo bobagens. Seu nome faz com que os acessos sejam incontáveis e o interesse dos patrocinadore, seguro. E, dependendo do patrocinador, nem é preciso colocar banner no blog. Aliás, algumas informações devem sair com cara de notícia e não de matéria paga, dá mais credibilidade.

Vi problema... Como competir pelo patrocínio com aqueles blog-stars? Nós, pequenos blogueiros, teríamos que colocar uma plaqueta com os dizeres: "blogo qualquer coisa em troca de um prato de comida". Ou então poderíamos negociar com os amigos: "você patrocina meu blog com 100% do seu imposto de renda. É melhor dar pra mim do que para o governo, que tal? Depois a gente racha meio-a-meio".

Putz! Terminei de dar idéia para se fazer sacanagem com uma lei que nem existe ainda.

Pensando bem, quero isso, não.


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Minha esdrúxula contribuição à proposta feita pelo Rayol para uma postagem coletiva.

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segunda-feira, maio 07, 2007

Rapidinhas


Foto retirada daqui.



  • Qual o maior erro da placa acima? Resposta no final do post.

  • Não é só no Brasil que os absurdos legais e políticos e sociais acontecem, não. Em Portugal, é lei, quem for pego fumando cigarro de tabaco em lugar proibido receberá uma multa de 50 euros; quem for pego usando heroína será multado em 25 euros. Quem entender, por favor, me explique.

  • As três regras gramaticais para o uso do acento grave, a popular crase, são tão simples... Por que blogueiros tão bons teimam em colocá-lo antes de palavras de gênero masculino? Dá um nervosismo!

  • Hoje todo mundo é ecologista, que beleza! Meio ambiente pra cá, aquecimento global pr'acolá, preservar a fauna ali... Aí alguém inventa a breguíssima moda de enfeitar orelhas e cabelos de mulheres com penas naturais. Quando vejo alguém com uma galinha pendurada na cabeça, não me contenho: "Bonitas penas. São suas?"

  • O PPS, que tanto malhou a dança da ex-deputada petista Ângela Guadagnin, recebe de braços abertos a filiação da atriz pornô e rainha das bundas, Gretchen, que se candidatará a prefeita de Itamaracá, Pernambuco. Nada demais, vai ser apenas mais um bundão na política nacional.

  • "A máfia da jogatina deve achar que delação premiada é bingo", Cláudio Humberto.


  • O Pseudo-poemas continua sendo atualizado a toque de caixa. Para quem gosta de poesias, um prato cheio.

  • Resposta: o maior erro na placa acima, foi terem-na afixado.


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sábado, maio 05, 2007

Acre e Petróleo




Quando quiseram fazer o tombamento de Jericoaquara os nativos se rebelaram. Com o tombamento, tudo deveria continuar como estava. Moradias eram taperas, não havia e nem haveria energia elétrica, rede de esgotos, pavimentação das ruas, construções em alvenaria, enfim, esses confortos da vida moderna.

Com razão, os moradores apelaram. Por que haveriam eles de viver no século 19 enquanto todo o mundo caminhava a passos largos para o século 21? Isso ocorreu nos anos '80. O tombamento foi feito, mas com concessões. Hoje o que se vê é uma desorganização generalizada, uma verdadeira bagunça urbana. A vila de pescadores cresceu desordenadamente, como cresciam os povoados do século 19, ruas viraram vielas por serem estranguladas pelas construções que as invadem. Pousadas e restaurantes são erguidos de qualquer jeito, a especulação imobiliária supervalorizou as terras, impedindo que os nativos consigam terrenos sequer para suas residências, por não terem como enfrentar o capital europeu que explora aquelas praias. A Europa comprou um pedaço do litoral cearense.

Não existe fiscalização do Ibama, como de resto não existe no restante do Brasil. O Estado brasileiro se intromete em tudo e não tem capacidade de gerir aquilo de que se apossa.

Vejo algo parecido acontecer na Amazônia hoje. Organismos internacionais reportam que a soja plantada em Santarém e vendida para a Cargil, que é a maior fornecedora do McDonald's, explora mão de obra escrava, não respeita o meio ambiente com o uso de agrotóxicos pesados e derubando a floresta para o plantio de grãos. Logo surgem as ONGs de todo o mundo pedindo a proibição da agricultura naqueles rincões.

Num dos lugares mais pobres do país, quando surgem ocupações para os nativos conseguirem emprego e renda, os radicais pedem a expulsão da indústria sem propor alternativas para empregar aquele povo, ajudando-o a sair da miséria. Para quem não conhece a Amazônia, o amazônida deve viver de peixe e frutas silvestres, que se mantenham excluídos do progresso, é mais romântico, bucólico e atraente para os turistas estrangeiros que adorariam visitar povos rústicos vivendo em toda sua rusticidade.

Enquanto isso, no mesmo Pará, os madereiros que destruíram a Mata Atlântica na Bahia e no Espírito Santo, praticam seus desmandos, comprando guias falsas de funcionários do Ibama para explorarem a florestas, escravizam mão de obra, grilam terras e só são notícia uma vez por ano quando aparecem no Jornal Nacional.

No Acre, outro canto esquecido do Brasil, pobre e mais empobrecido com a derrocada dos seringais, depois que a África passou a produzir borracha em maior quantidade e mais barato, há anos a construção de uma hidrelétrica no Rio Madeira estanca nos diversos recursos impetrados por ambientalistas. Numa terra cheia de rios, não se pode gerar hidroenergia. Alegam que a usina impediria a reprodução de um bagre, mesmo depois de ser projetado um canal paralelo que permitiria que o peixe subisse o rio em época de reprodução e que o lago formado destruiria terras até a Bolívia, mesmo os estudos técnicos da companhia mostrarem o contrário. Existem alternativas, o que falta é boa vontade.

Paralelamente a essa discussão, a Petrobrás encontra uma reserva de petróleo, rica em gás, no mesmo rio, mas está sendo impedida de fazer a prospecção por conta de dezenas de ações judiciais impetradas pelas mesmas ONGs. Ou seja, no lugar há energia de sobra, mas não se pode explorar nem a hridro e nem a mineral.

O petóleo ainda é a maior riqueza mundial, essencial para que o mundo gire e sua exploração causa bem menos danos ambientais do que a construção de uma hidrelétrica ou a derrubada da mata para se fazer pastos ou plantar grãos ou cana. A população é apenas um detalhe. Que pesque seus peixes e coma suas pupunhas e viva no bucolismo de dois séculos passados.

Não vejo nenhum movimento ecologista tentando a proibição da extração de petróleo na Bacia de Campos. Talvez por ser um sítio mais exposto para o restante do Brasil, talvez por estar na costa fluminense, segundo estado mais rico, talvez por a Marinha gerir os negócios e não largar o osso desde os tempos de Getúlio.

No meio da discussão, ainda aparecem uns imbecis defendendo a tese de Evo Morales que o Brasil deveria devolver o Acre aos bolivianos. Engraçado, metem o malho no governo federal por se sujeitar às exigências bolivianos no tocante ao gás natural, mas defendem a tese de que devemos entregar parte do noso gás para o mesmo país; engraçado esses brasileiros criticarem o governo pela pobreza nacional, pelo crescimento pífio do nosso PIB, mas defendem a tese de que nossas riquezas devam continuar em baixo da terra, independentemente da pobreza do povo que vive nas mesmas terras dessas riquezas. Dizem estar defendendo o país de prováveis desastres ambientais, ou seja, alegam, como justificativa, algo que não acontece no Brasil há mais de uma década, com o grande vazamento de óleo ocorrido no litoral do Rio de Janeiro.

A meu ver, o petróleo deveria, sim, ser explorado no Acre. O que não se pode deixar de haver, é firme, séria e competente fiscalização das ações da Petrobrás. O resto é papo de xiita.


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sexta-feira, maio 04, 2007

Organização


Imagem daqui.




O post da Úrsula me deu a idéia desse meu.

Não é a pimeira vez que ouço alguém falar que o brasileiro é alienado e passivo, aliás, ouço isso desde menino, mesmo com luta armada defendendo, mais que o fim da ditadura militar, a ditadura do proletariado, guerrilha do Araguaia, marcha de um milhão, TFP e o escambau colorido.

Mesmo quando eu e alguns amigos, no escuro da madrugada, saíamos pichando muros pedindo diretas já, esculhambando o governador e os governos, pedindo o fim do bipartidarismo ou apenas sacaneando com "quem ama não mata, trepa!".

Ouvi isso quando milhares de velhinhas de Taubaté encararam os donos de supermercados para evitarem a remarcação de preços, que aconteciam duas, três vezes ao dia.

Eu mesmo repeti essa ladainha quando subi em palanque para cobrar dos vereadores medidas mais efetivas e menos fisiológicas na defesa dos interesses da coletividade, o que me custou um quase processo que foi engavetado porque alguém convenceu os edis que eu não mentira e provavelmente não perderia a causa.

De tanto ouvir e repetir isso, quase me convenço que é verdade. Hoje penso de outra maneira. Se eu conversar com o vendedor de abóboras na feira, às seis da manhã, ele, mesmo sem aprofundamento teórico, vai me contar exatamente o que estou vendo nos jornais. Meu carteiro tem opinião formada e argumentos para defender a diminuição da maioridade penal. A minha diarista pode me fazer um discurso inflamado sobre a vergonha que é a troca de partidos de um parlamentar eleito. Meu aluno de 14 anos sabe exatamente o que pode ser feito para evitar a monocultura do eucalipto em nossa região.

O brasileiro não é alienado, nem desinformado, ele é disperso e incrédulo. Foi ensinado aos seus pais, e para eles por extensão, que quem toma as decisões do país são os fuzis - para seus pais, os fuzis dos militares; para ele, os fuzis dos marginais -, os ricos, os patrões, os poderosos... E todos esses, os militares, os políticos, os banqueiros, os bancários, os jogadores de futebol, os bicheiros, os comerciantes, os comerciários, os professores, advogados, os juízes, policiais, fonoaudiólogos, cardiologistas, garis... Tods têm uma associação, clube, câmara, sindicato ou seja que que agremiação for, para defender seus interesses. O cidadão, o sujeito que porta apenas uma carteira de identidade, não tem.

Quem deveria defender seus interesses, não o faz. Primeiro o corporativismo da classe, depois a coletividade. Isso quando não coloca seus próprios intereeses pessoais adiante dos outros dois.

Os parlamentares e governantes são eleitos para nos representarem, mas não o fazem. Representam lobbies, a exemplo dos parlamentares catarinenses presos essa semana que vendiam leis para permitirem empreendimentos privados em áreas de preservação ambienal. Isso faz com que o brasileiro comum sinta-se sem respaldo, sem ter a quem recorrer senão ao bispo, que também pões os interesses da igreja antes dos da comunidade sob risco de punição - Frei Leonardo Boff e D. Pedro Casaldáliga que o digam - ou ao amigo inconformado como ele na mesa do boteco.

Senta-se na cadeira do barbeiro e mostra tudo o que sabe, o que gostaria que fosse feito, quem são os culpados. O próprio barbeiro também sabe tudo isso e tem lá seus argumentos concordando ou não com o cliente inconformado. Mas discutem, trocam informações, mostram que acompanham o que se passa a seu redor.

O brasileiro não é alienado e nem passivo, é apenas desorganizado. O efeito é o mesmo, concordo, mas as coisas não o são.


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quinta-feira, maio 03, 2007

Untitled










Ok, eu disse que não ia fazer, mas fiz de novo. O que? Uma assinatura no UOL. Na grande esperança que ele tivesse melhorado.

Estou utilizando o serviço Voip do Terra e até bastante satisfeito, mas agora quero colocar um aparelho ATA na minha linha, para poder usar o Voip sem ter que ligar o computador.


Com vou ter que trocar meu modem, resolvi assinar o UOL, que também tem Voip,

sem falar que muito dos meus contatos lá foram usam o UOL também.


Depois do primeiro teste ruim, liguei para a central de atendimento.


- Disque isso, disque aquilo, finalmente caí na espera pelo atendente.

- Boa Noite, aqui é Rodrigo Lemos em que posso ser útil?
- Bem, eu estou usando o Voip do UOL mas não consigo cadastrar meus contatos.
- Um minuto!
........................
- O senhor está usando o software da UOL?
- Claro!
- Quando o senhor puxou da internet?
- Ontem.
- Um momentinho.......
...................................
- O senhor vai na opção contatos
- Sim
- O senhor está vendo um ícone com um homenzinho e um..... um... um...
- Sinal de adição?
- Não, um sinal de "mais"
- Sei. Tá eu clico nele e me aparecem os campos, mas eu preencho e nada.
- No primeiro campo o senhor digita o e-mail do seu contato.
- Tudo bem, mas e se meu contato não tiver e-mail?
- Bem, aí o senhor digita um nome@outronome...
- Ah, eu minto para o programa.
- É
- Tá, já fiz, cadastrou o contato, mas onde eu coloco o número do telefone?
- Um momento.
.......................
- Não tem essa opção, senhor.
- Ué, mas não é um telefone? Como que eu não posso cadastrar os telefones de meus contatos.
- No momento a opção não está disponível.
- Você pode registrar para que alguém leia? Por favor?
- Tudo bem. Um momento......................................................
............................................................................................
.............................. ..............................................................
- Está registrado senhor. Mais alguma coisa?
- Sim,eu quero usar um aparelho, ATA, é possível? (passei mais cinco minutos explicando o que é um ATA para o atendente)
- No momento esse serviço não está disponível, senhor.
- Bem, já que eu esotu preso ao UOL e estou abrindo mão do excelente Voip do Terra, você pode registrar minha reclamação?
- Um momento......................................................
............................................................................................
............................................................................................
- Está registrado, senhor. Mais alguma coisa?
- Sim. Estou gastando pulsos de um telefone local, 4004, para esperar você registrar minhas reclamações do Voip. Quero que você registre que o UOL deveria ter um telefone Voip para atender ao suporte Voip, não faz sentido eu ficar gastando pulsos aqui, ok?
- Um momento......................................................
............................................................................................
............................................................................................
- Está registrado, senhor. Mais alguma coisa?
- Sim. Quero que você registre que os atendentes do UOL não sabem nada sobre o serviço prestado e estou perdendo um tempão para fazer minhas rclamações e só faço isso porque estou preso por um ano contratual com vocês.
- Um momento......................................................
............................................................................................
............................................................................................
- Está registrado, senhor. Mais alguma coisa?
- Sim, mas dessa vez eu não vou esperar mais, você registra se quiser ok? É que eu vou espalhar essa conversa para todos os meus contatos de e-mail para que eles saibam o quanto o UOL é ruim. Também vou ficar esse ano inteiro reclamando com vocês para melhorarem os serviços que prestam, quem mandou me fazer ficar preso por um ano inteiro a vocês. Vou dizer para todo mundo que o Voip do Terra é bem melhor e o único compromisso que faço é de informar aos meus amigos se os serviços de vocês melhorares.
- Mais alguma coisa, senhor?
- Por hoje chega, mês que vem eu ligo de novo, ok?


Cumprindo minha promessa, estou informando a vocês o quanto o Voip do UOL é ruim!

Ronaldo



____________________

O Ronaldo é meu irmão caçula. Já que ele se deu ao trabalho de alertar aos amigos, e eu acredito nele até debaixo d'água e de ponta cabeça, achei por bem alertar aos meus também, vocês.


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quarta-feira, maio 02, 2007

Post de ontem


Clauro, A Região



  • Ontem, feriado, vontade de dormir até as dez, acordo com um pipoco Às sete horas. Sabe o que é um pipoco? O som de uma bexiga estourando, é um pipoco; o barulho de uma rolha de champanhe sendo sacada, é um pipoco; um tiro, é um pipoco. Foi um tiro. Em seguida sons de uma pessoa correndo, logo seguido por outra. Mais rápido que uma tartaruga paraplégica, me levanto, curioso. Abro a janela a tempo de ver o vizinho de baixo entrando no carro enquanto gritava para a esposa "foram por ali", e, enquanto acelera, a esposa "cuidado, amor". La vai ele... E eu, "Zilda, o que houve?", "um ladrão tentou roubar aquela casa da esquina", "e quem atirou?", " o dono da casa". Menos mal. Me debrucei na janela e fiquei aguardando a volta do marido que traria as novidades. Menos de cinco minutos depois chega ele com o dono da "casa da esquina". Ora, ora, ora, boa surpresa. O dono da "casa da esquina" é um dos delegados. Podem vir outros, mas esse bandido não vai ter mais coragem de voltar, muito bom! E eu que nem sabia que tinha segurança particular.

  • Ontem resolvi conhecer o tal Second Life, que está virando coqueluche no Brasil (coqueluche? Pô, ninguém tem mais coqueluche!). Aquele negócio deve viciar. Apaguei rapidinho o cadastro que havia feito. Sem falar que o troço é pago. Tô fora!

  • Lendo os jornais ontem (putz! esse post tá parecendo consultório de dentista: só notícias de ontem):

- Natal: menor de 16 anos mata a enterra padrasto;

- Aracaju: rapaz que matou duas crianças tem 17 anos e não 19, como foi noticiado;

- Santa Catarina: menor de 16 anos mata amigo a pauladas na nuca;

- Porto Velho: adolescente pratica assalto com arma de brinquedo;

- Lugar que não me lembro: casal de adolescentes mata e enterra bebê.

Não me venham dizer que escola recupera esses doentes. Não me venham com papo de medidas sócio-educativas.

Como disse o senadorzinho do DEMônios: "cadeia não recupera bandido, e ruas, recuperam?"


  • Esse povo de Washington é engraçado. O presidente invade dois países de uma só vez, levando à morte milhares de locais e mais de 3000 soldados estadunidenses e os cidadãos fazem cara de paisagem; a cafetina revela sua lista de clientes e o país entra em polvorosa. Quer dizer que nos EUA fazer sexo é mais grave que fazer guerra?

  • Quando você liga para o moto-táxi, eles te mandam uma moto. Quando você liga para o rádio-táxi, eles te mandam um rádio?

  • O leo, quando era meu aluno, namorava uma italiana. Ele pasou no vestibular da Unicamp e ela passou em Viçosa. A distância destruiu o namoro. Ele passou a namorar uma alemã. Depois de um ano, o namoro fracassou. Agora está namorando uma japonesa. Ganhou o apelido de pinto da ONU. O pai já avisou, se ele começar a namorar uma boliviana será deserdado.

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